Universidade Federal de Minas Gerais

Pesquisa da Fisioterapia mostra que belo-horizontino não aproveita os benefícios da caminhada

segunda-feira, 5 de novembro de 2012, às 5h54

Bruna Brandão/UFMG
Foto%20caminhada%20Bruna%20Brand%E3o-UFMG-16.jpgQuase 75% de um grupo de belo-horizontinos observados em sua caminhada diária não conseguem tirar proveito dos benefícios que essa atividade física pode proporcionar. A maioria deles pratica o exercício em intensidade abaixo da ideal - o que na prática traz poucos benefícios, principalmente para o sistema cardiovascular.

A conclusão aparece em estudo realizado pelo professor Anderson Aurélio da Silva, do Departamento de Fisioterapia da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional, realizado de junho de 2011 a maio deste ano com 142 pessoas que fazem caminhada em todas as regionais de Belo Horizonte. Apenas um em cada quatro dos caminhantes analisados pelo pesquisador pratica a atividade dentro dos parâmetros de segurança e eficiência.

“Quando caminhamos, temos que nos preocupar com o que chamamos de ‘sobrecarga’, que é a boa relação entre os princípios da duração, frequência e intensidade do exercício”, afirma Anderson Aurélio. Desses fatores, a intensidade é a mais importante, e foi medida durante a pesquisa por meio da frequência cardíaca. Segundo o professor, existe na literatura especializada uma fórmula que ajuda no controle da intensidade das atividades físicas através da frequência cardíaca: 220 menos a idade da pessoa.

“Essa é a frequência cardíaca máxima (FCM) teoricamente calculada para cada idade. Entre 60% e 80% da frequência, o exercício traz benefícios; abaixo de 60% os benefícios não são tão evidentes; e acima de 80% a atividade se torna perigosa, com risco de causar lesões. Assim, o ideal, por exemplo, é que a frequência cardíaca de um homem de 40 anos, ao fazer uma atividade física, varie de 108 a 144 batimentos por minuto.

Segundo ele, atletas profissionais trabalham com uma sobrecarga muito alta, com treinos intensos, frequentes e de longa duração. Já pessoas que não vivem do esporte são capazes de obter o máximo de benefícios da prática esportiva com uma sobrecarga menor e sem riscos, já que, em geral, o objetivo não é a performance.

Com o auxílio das então alunas de graduação, Daniela Alves de Lima e Gabriella Ferreira Vieira, Anderson observou pessoas entre 40 e 60 anos, que caminham há no mínimo dois meses e pelo menos três vezes por semana em pistas das nove regionais de Belo Horizonte.

“Nossa pesquisa mostrou que a maioria das pessoas alcança poucos benefícios porque anda muito devagar. Isso possivelmente decorre da ideia de que qualquer um pode caminhar; basta sair de casa. Falta orientação adequada, pois a maioria começa a se exercitar sem procurar um especialista, no caso um profissional de educação física ou um fisioterapeuta”, diz ele, acrescentando que, em algumas regionais, a caminhada precisa ser interrompida para cruzar ruas e avenidas, e isso também pode dificultar a manutenção da intensidade adequada.

Para que seja produtiva, a caminhada deve ser feita na sobrecarga correta. Andar a uma intensidade muito baixa ou apenas uma vez por semana traz poucos benefícios à saúde. Se a pessoa caminha cinco vezes por semana, o ideal é que a intensidade seja mais baixa, em torno de 60% da frequência cardíaca e com duração menor. Mas se a caminhada ocorre apenas duas vezes por semana, a intensidade pode ser maior (em média 80% da frequência) e com duração maior, para que o organismo ganhe com a prática esportiva.

Para o professor Anderson Aurélio, o resultado do estudo, além de alerta, serve de subsídio para a elaboração de políticas públicas. “A pesquisa aponta para a necessidade de monitorar e orientar melhor a atividade física dos cidadãos. As prefeituras devem contar com profissionais especializados (educadores físicos e fisioterapeutas) para ensinar as pessoas a obter o máximo de suas caminhadas, ajudando-as a tomar consciência de seus limites e capacidades”, defende o professor.

Medida subjetiva
Os praticantes de atividades físicas que não possuem aparelhos para calcular a frequência cardíaca podem recorrer ao chamado “cansaço subjetivo” para medir a intensidade de seu esforço.

Segundo Anderson Aurélio, tal cansaço é aquele que se sente durante o exercício. “Ele ajuda a controlar a intensidade correta do exercício, pois a pessoa precisa sentir um cansaço de leve a moderado. Não se deve ficar nem muito ofegante nem tranquilo demais, e essa sensação deve desaparecer imediatamente depois do fim da prática esportiva”, analisa o professor, formado em Fisioterapia e em Educação Física e que pratica corrida há 27 anos.

A caminhada pode ser feita sem riscos por pessoas de qualquer idade e melhora os sistemas cardiovascular, respiratório e metabólico, proporcionando condicionamento físico e qualidade de vida.

(Boletim UFMG - edição 1.797)

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