Universidade Federal de Minas Gerais

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Para Marise, orientação antes dos eventos é essencial para prevenir doenças

Controle de doenças na Copa e nas Olimpíadas é preocupação de ambulatório da Faculdade de Medicina

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012, às 5h26

Nos próximos anos, o Brasil vai sediar três grandes eventos que vão atrair turistas do mundo inteiro: as Copas do Mundo e das Confederações e os Jogos Olímpicos. Pensando na grande aglomeração de pessoas que o país vai receber, autoridades da área da Saúde têm debatido estratégias para evitar a transmissão e contágio de doenças.

O assunto mobiliza também a equipe do Ambulatório do Viajante da Faculdade de Medicina da UFMG, que atende gratuitamente pessoas interessadas em cuidar da saúde antes, durante e depois das viagens. Segundo a professora Marise Oliveira Fonseca, coordenadora do ambulatório, os grandes eventos favorecem muito a transmissão de várias doenças. “Os eventos de massa geram riscos de doenças infecciosas que vão desde as doenças transmissíveis por vias respiratórias, até as sexualmente transmissíveis (DSTs) e aquelas transmitidas por insetos, como a malária e a febre amarela, por exemplo.”

No caso de turistas, a professora explica que há dois grupos de ocorrências que precisam ser monitorados entre aqueles que viajam para grandes eventos. O primeiro grupo é o das doenças que o viajante pode contrair no país que visita. No caso dos eventos no Brasil, os estrangeiros estão sujeitos às doenças respiratórias, meningites e febre amarela, entre outras. O segundo grupo são as doenças que o viajante leva ao país para onde viaja.

“Um turista que vem de países mais pobres da África, Ásia, ou mesmo de países desenvolvidos, pode trazer para o Brasil doenças que não temos aqui ou reintroduzir doenças que estão sob nosso controle. O sarampo e a poliomelite, por exemplo, são doenças que, apesar de controladas no Brasil, ainda afetam a população de outros lugares. No Paquistão e na Nigéria há casos de poliomelite e a França e Espanha ainda apresentam casos de Sarampo. Alguém que tenha uma dessas doenças, ao vir para a Copa do Mundo, pode transmiti-la a outras pessoas”, explica Marise.

A professora ressalta que a maioria das doenças dos grandes eventos se manifestam depois que eles terminam. “O viajante vai para um país ver a Copa e a doença pode se manifestar apenas quando ele chega de volta a seu país de origem. Daí a importância de que o sistema de saúde do país de retorno desse turista acompanhe e monitore quem volta de viagem”, diz.

Riscos diferentes
No caso da Copa das Confederações e da Copa do Mundo, os jogos vão acontecer em cidades com diferentes perfis. Aquelas que têm clima mais frio, como Curitiba e São Paulo, receberão os mesmos turistas que cidades mais quentes e com outro perfil geográfico. Além das diferenças entre as cidades-sedes dos campeonatos, outra preocupação diz respeito ao tipo de turismo realizado pelo viajante, uma vez que ele geralmente não se contenta apenas em ver os jogos e acaba por fazer passeios nas redondezas das cidades-sedes.

“Nos jogos que acontecem em Manaus, por exemplo, o visitante provavelmente vai querer fazer alguma espécie de ecoturismo. Dessa forma, a preocupação vai além do dia do jogo, uma vez que ele precisa se vacinar contra a febre amarela e usar repelente para se proteger de insetos que transmitem outras doenças, além de tomar cuidados com cobras e outros animais peçonhentos que pode encontrar pelo caminho”, diz Marise Fonseca.

Nas cidades que recebem os jogos, todas elas capitais, o saneamento e a infraestrutura permitem que a preocupação seja mais específica. Nas cidades do Sul e Sudeste do país, que terão temperaturas baixas durante a Copa, por exemplo, as doenças transmitidas por vias respiratórias, como meningites e gripes, são a que merecem maior atenção, segundo Marise.

“Os estádios são ambientes abertos, diminuindo o risco de aquisição de doenças transmissíveis por via respiratória. Porém, a transmissão dessas doenças ocorre nos lugares fechados que também reúnem muitas pessoas durante a Copa, como teatros e espaços de festas”. A pesquisadora menciona, ainda, as DSTs. “As viagens propiciam encontros amorosos e existem estudos comportamentais que mostram uma frequência alta de relações sexuais entre os viajantes. Por isso, as recomendações de prevenção às DSTs devem ser reforçadas.”

Além das doenças que podem ser transmitidas nos locais relacionados aos eventos, os governos federal, estaduais e municipais visam planejar o atendimento às ocorrências médicas que não são relacionadas a doenças infecciosas, como brigas, excesso de álcool, acidentes de trânsito, assaltos e até mesmo acidentes cardiovasculares, que podem ocorrer num momento de maior emoção.

“Um estrangeiro que mora num país com poucas ocorrências policiais pode reagir a um assalto e levar um tiro, ou brigar na saída de um estádio. Uma pessoa pode sofrer um acidente cardiovascular por causa da emoção devido a uma vitória do seu time. O nosso sistema de saúde, além de tratar doenças transmissíveis, deve estar preparado para atender essas outras ocorrências que aumentam muito em locais que recebem grande número de pessoas”, conclui Marise.

Planejamento e divulgação
Segundo Marise Fonseca, o planejamento das ações de prevenção a acidentes e transmissão de doenças é essencial para que os eventos de massa deixem um legado positivo para o sistema de saúde do país. “A melhor articulação das redes pública e privada e a intensificação da vigilância das doenças serão legados das Copas e das Olimpíadas”, diz.

Para que os eventos de massa ocorram com menor risco de epidemias, a prévia divulgação de informações relacionadas às doenças transmissíveis é importante. O Ambulatório do Viajante da UFMG está produzindo cartilhas que alertam para os cuidados que devem ser tomados nos eventos com grande aglomeração de pessoas.

“No caso dos eventos no Brasil, vamos orientar que os estrangeiros venham vacinados contra meningites, febre amarela, sarampo e poliomielite (esta última no caso do turista vir de países onde a doença ainda ocorre). Para evitar contaminação, divulgaremos também a importância de evitar locais fechados e cuidar da higiene dos alimentos. A diarreia do viajante, por exemplo, não tem a ver com o estágio de desenvolvimento do país e pode ocorrer em qualquer lugar. Além disso, vamos ajudar a preparar os profissionais da saúde das cidades-sede da Copa para que eles se familiarizem com doenças pouco comuns, mas que podem ser trazidas pelos estrangeiros”, esclarece Marise Fonseca.

A professora reforça, ainda, a necessidade de que os países de origem dos turistas também estejam preparados para enfrentar as doenças que eles podem levar. No caso do Brasil, se um viajante vem assistir à Copa e contrai febre amarela ou malária, é extremamente importante que a doença seja lembrada, diagnosticada e tratada rapidamente quando ele voltar para casa.

“A pessoa que viaja para um evento de massa tem que informar isso ao seu médico, caso adoeça depois da viagem. Quando o médico sabe o local onde o doente esteve, ele pode se lembrar das doenças mais comuns naquele país e isso facilita o tratamento”, alerta a professora.

Ambulatório do Viajante
Anexo Orestes Diniz do Hospital das Clínicas.
Endereço: Alameda Álvaro Celso, 241, bairro Santa Efigênia.
Atendimento às terças-feiras, das 17h30 às 21h.
O agendamento de visitas deve ser feito pelos telefones 9456-2362 ou 3409-9825.

(Luana Macieira)

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