Fotos: Bruna Brandão/UFMG |
"A Universidade que temos hoje e que nos dá tantos motivos de orgulho é o resultado do trabalho dos que nos antecederam", disse o reitor Clélio Campolina na noite desta sexta-feira, 14, na solenidade de encerramento das comemorações pelos 85 anos de fundação da UFMG. O evento foi marcado por descerramento do busto do fundador, Mendes Pimentel, e entrega de placa em reconhecimento ao trabalho de quatro servidores há mais tempo em atividade: os professores Ronaldo de Noronha e Maria Norma Melo, respectivamente dos departamentos de Sociologia da Fafich e de Parasitologia do Instituto de Ciências Biológicas; e dos técnicos em educação Eliedir Marcelina dos Santos Simões, da Escola de Ciência da Informação (ECI), e Olivier José Dias, do Departamento de Medicina Preventiva e Social da Faculdade de Medicina. Concerto de gala da Orquestra Sinfônica da UFMG, com regência do professor Lincoln Andrade e solo ao piano do professor Lucas Bretas, ambos da Escola de Música, encerrou o evento. Além do reitor e da vice-reitora Rocksane de Carvalho Norton, compuseram a mesa reitores de gestões anteriores – Cid Velloso, Tomaz Aroldo da Mota Santos, Ana Lúcia Gazzola e Ronaldo Pena; Virgílio Almeida, professor da UFMG e secretário de Política de Informática do Ministério de Ciência e Tecnologia, representando na solenidade o ministro Marco Antonio Raupp; Pedro Vasquez Soares, representando o procurador geral da União Roberto Gurgel; e o professor Lucas Bretas, que coordenou a comissão organizadora das comemorações pelos 85 anos de fundação da UFMG. A secretária de Educação de Minas Gerais, Ana Lúcia Gazzola, representou o governador Antônio Anastasia. Trabalho prestado Ronaldo de Noronha chegou à UFMG em 1963, como aluno do curso de graduação em Sociologia e Política e posteriormente de pós-graduação. Em 1970 prestou concurso para professor e por duas vezes foi chefe do Departamento de Sociologia – nas décadas de 1970 e 90 – além de coordenador do curso de Ciências Sociais. “A Universidade me deu liberdade para investir em diferentes atividades, para dar aulas e ter minha produção. Nossas pesquisas são sempre prazerosas, por isso venho ficando esse tempo todo”, comenta Noronha. Sobre a homenagem, ressalta que teve ao longo dos anos “excelentes colegas e bons alunos” e que a construção da Universidade é “trabalho coletivo”. “Todos fazemos a mesma coisa, só estou há mais tempo que os outros”, compara. Olivier José Dias, outro servidor homenageado, também ingressou na UFMG em 1963. Lotado na Faculdade de Medicina, trabalhou por 20 anos como ascensorista do Departamento de Medicina Preventiva e Social, onde passou a atuar como secretário de graduação a partir de 1983. Durante sua trajetória na Universidade, pôde dar prosseguimento aos estudos, concluindo o ensino médio. “A UFMG incentiva os funcionários a crescerem”, comenta. Já a professora Maria Norma Melo começou a dar aulas na Instituição em 1967. “Concluí minha graduação em Farmácia Química pela UFMG em 1965, e fiz especialização em engenharia sanitária, pois naquele tempo não havia cursos de mestrado e doutorado, que só foram criados nos anos 70”, rememora. Às vésperas de se aposentar por força da lei que define aposentadoria compulsória dos servidores aos 70 anos, a professora destaca que a homenagem veio em boa hora. “Me senti gratificada. Eu já estava deprimida por ter que largar a Universidade por causa da ‘expulsória’ e por pensar que ninguém tomaria conhecimento do trabalho que realizamos ao longo desses anos”, desabafa, ao lembrar que a UFMG é um dos três grandes amores da sua vida, ao lado do marido, o arquiteto Márcio Gomes dos Santos, e da família e amigos. Seus planos, contudo, ainda são de trabalho. Ela planeja pedir autorização para permanecer como professora voluntária por pelo menos dois anos, período necessário para concluir a transferência de tecnologia de uma vacina e dois antígenos para a Fundação Ezequiel Dias (Funed). “O primeiro kit já foi transferido, está em testes. Agora falta o antígeno de Montenegro e a vacina antileishmaniose tegumentar americana”, relata (leia mais no Boletim UFMG). A técnica em Assuntos Educacionais Eliedir Marcelina dos Santos Simões também só pretende se aposentar daqui a dois anos. Secretária geral e superintendente administrativa da Escola de Ciência da Informação (ECI), ingressou na UFMG em 1969, como auxiliar de biblioteca da própria Escola. Formou-se em Filosofia e especializou-se na área de gestão universitária. Viúva, com dois filhos, Eliedir afirma que a ECI e a UFMG são como uma família. “Foi onde cresci pessoal e profissionalmente”, diz a servidora, que passou por vários prédios na Pampulha antes da construção da sede atual da Escola. Fundador A professora Lígia Dumont conta que, ao considerar a possibilidade de mudança de localização do antigo pedestal, engenheiros da Universidade encontraram um marco geográfico, possivelmente ligado à construção do prédio da Reitoria. “Trata-se de um marco simbólico. Estamos fazendo levantamento dos mapas de fundação do campus, para resgatar essa parte da história da UFMG”, informa.
Por quase cinco décadas suas vidas estão ligadas à UFMG. Em salas de aula, laboratórios ou ambientes administrativos, eles ajudaram a construir uma história institucional que chega aos 85 anos.
“Embora já pudessem ter se aposentado, eles preferiram continuar a reverter seus conhecimentos em prol da Universidade”, comenta a professora Lígia Dumont, diretora de Cooperação Institucional da UFMG. “A Instituição é feita por pessoas. Nada mais justo que homenageá-las”, completa.
Da esquerda para a direita: Clélio Campolina, Ronaldo de Noronha, Norma Melo, Eliedir Simões, Olivier Dias e Rocksane Norton
Reinaugurado, o busto de Mendes Pimentel, fundador e primeiro reitor da Universidade, está localizado na área externa do prédio da Reitoria. O busto tem concepção do professor Fabrício Fernandino, da Escola de Belas-Artes.
Da esquerda para a direita: Ronaldo Pena, Tomaz Aroldo, Virgílio Almeida, Cid Velloso, Ana Lúcia Gazzola, Rocksane Norton e Clélio Campolina