Os candidatos a 48 cursos que fazem provas de Língua Portuguesa e Literatura Brasileira A ou de Língua Portuguesa e Literatura Brasileira B não precisam seguir as regras ortográficas definidas em acordo que entraria em vigor este mês e teve prazo estendido para 2016. Em entrevista concedida à jornalista Tacyana Arce, da Rádio UFMG Educativa, a professora Vera Resende, coordenadora da Comissão Permanente do Vestibular (Copeve) da UFMG explica que a Universidade faz as provas dentro da nova norma, mas o candidato é livre para escolher a maneira como quer responder. “Isso é lei: enquanto a mudança não entrar em vigor, ele pode responder dentro da nova ou da antiga ortografia, e não será considerado erro”, esclarece. Segundo ela, o candidato pode inclusive grafar uma palavra de duas formas diferentes na mesma prova. “Isso será aceito, porque não é dito em nenhum lugar que ele deve fazer opção por uma das duas normas”, reitera. O acordo No Brasil, estima-se que 0,8% das palavras passarão a ser escritas de maneira diferente. Quanto a Portugal, o impacto deve ser maior: as novas regras atingem 1,3% dos vocábulos, principalmente pela queda das consoantes não pronunciadas, como em "óptimo" e "acto". Entre outras mudanças, o alfabeto passa a ter 26 letras, incorporando o k, o w e o y; o trema está abolido; cai o acento dos ditongos abertos éi e ói das paroxítonas, como idéia e jibóia; elimina-se o circunflexo das palavras terminadas em êem e ôo, como crêem e perdôo; e mudam algumas regras do uso do hífen. O decreto presidencial 6.583 previa prazo de quatro anos para que o Brasil adote a nova ortografia, e até 2012 as duas regras poderiam ser usadas. Agora o prazo foi estendido para 2016.
Assinado pelo presidente Lula em 29 de setembro de 2008, o decreto que estabelece a implantação do acordo tem como objetivo unificar o padrão escrito dos países que usam o português, ideia defendida desde 1975, quando surgiu o primeiro projeto de acordo.