A dupla Emilie Sugai e Dorothy Lenner é a atração desta segunda-feira da programação cultural do 7º Festival de Verão. A partir de 19h, as duas apresentam Tabi ("viagem", em japonês), espetáculo que promove um resgate do tempo e da ancestralidade por meio da mistura de fragmentos de memórias – individuais e coletivas. "Não se trata de um resgate histórico da imigração japonesa no Brasil, mas sim de gerar questionamentos a partir do meu corpo, que carrega genes e sangue japoneses, e, paradoxalmente, o modo de ser brasileira", explica a criadora do espetáculo, Emilie Sugai, performer e dançarina de butô, dança originária do Japão que dialoga com o teatro. Segundo a coreógrafa, Tabi é fruto das indagações em relação ao corpo japonês-brasileiro. "Experimento o corpo e suas possibilidades, que expressam minhas inquietações estéticas e meu processo existencial", afirma. O espetáculo estreou em 2002 no evento Dança em Pauta, do Centro Cultural Banco do Brasil, em São Paulo, e desde então para vem sendo apresentado com sucesso em eventos e festivais pelo país. Emilie explica que o ponto de partida para a criação dos movimentos do espetáculo são os pés, muito valorizados pelo povo japonês. Para a coreógrafa, a participação de Dorothy, atriz formada pela Escola de Arte Dramática da USP e hoje com 80 anos, evoca a figura da mãe, a ancestralidade oriental. Nascida na Romênia, em Bucareste, Dorothy é, assim como Emilie, discípula do multiartista Takao Kusuno, precursor do butô no Brasil. A entrada, gratuita, está limitada à capacidade do auditório do Centro Cultural UFMG, que é de 150 lugares. Mais informações pelo telefone 3409-8278 e pelo e-mail festivalveraoufmg@gmail.com. Documentário retrata universo dos 'respigadores' O título original da produção é Les glaneurs et La glaneuse. "Glaneurs” é uma expressão que pode ser traduzida como respigadores, pessoas que exercem o ofício de apanhar no campo as espigas que restaram após a colheita. Agnès Varda mostra como o direito de respigar é antigo na legislação francesa e lança um olhar sobre aqueles que exercem o ofício, seja por necessidade, hobby ou finalidade estética. O filme focaliza desde pessoas que visitam plantações para colher batatas e frutas deixadas no chão, até aqueles que recolhem restos de supermercados, de feiras ou que buscam no lixo materiais para obras artísticas. A entrada, gratuita, é limitada à capacidade da sala de exibição dos filmes do Cine 0800.
João Caldas
Dorothy e Emilie: viagem de volta às origens
O filme Os Catadores e Eu, da diretora francesa Agnés Varda, será exibido nesta segunda-feira, às 12h30, dentro da programação do Cine 0800.