Universidade Federal de Minas Gerais

Pesquisador do ICB participa de estudo que descreve características do ancestral dos mamíferos placentários

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013, às 9h00

Common%20ancestor_300dpi.jpg Um animal pequeno, parecido com um rato, com pelos marrons, que se alimentava de insetos e possuía placenta. Ao rastrear o processo evolutivo dos mamíferos placentários, um grupo de pesquisadores do projeto Assembling the tree of life descreveu estas como algumas das características físicas e biológicas do mais antigo ancestral do homem [em foto do Projeto Morphobank].

As descobertas sobre esse ancestral dos mamíferos placentários estão no artigo The placental mammal ancestor and the post-kpg radiation of placentals, publicado no início deste mês pela revista Science. A pesquisa envolve pesquisadores de várias instituições do mundo, como o American Museum of Natural History, nos Estados Unidos, e o Institute of Vertebrate Paleontology and Paleoanthropology, na China.

Segundo o professor Fernando Perini, do Departamento de Zoologia do ICB e um dos dois pesquisadores brasileiros envolvidos no projeto, o artigo esclarece muitas dúvidas sobre a origem dos mamíferos placentários, grupo do qual o homem faz parte.

“Hoje conhecemos uma gama muito grande de mamíferos placentários, como a baleia, o cachorro, o cavalo e os morcegos, por exemplo. Para chegar ao primeiro mamífero placentário que existiu, ou seja, o ancestral comum a todos esses que conhecemos, pegamos nossa árvore filogenética e rastreamos todas as características desses organismos para tentar chegar ao primeiro deles”, explica Perini.

Os pesquisadores reconstruíram a anatomia do ancestral comum dos placentários por meio de uma metodologia chamada “otimização”, que consiste no mapeamento dos traços fenotípicos e genéticos e na comparação das características dos mamíferos placentários com as dos seus parentes mais próximos.

“Recriamos a imagem desse animal e nossas pesquisas indicam que o ancestral mais antigo dos mamíferos placentários tinha uma aparência muito próxima daquela descrita no artigo. Conhecê-lo é muito importante para entender como nossas características evoluíram ao longo de milhões de anos e como os mamíferos foram se adaptando às mudanças físicas do planeta”, afirma o pesquisador.

Depois dos dinossauros
Existem várias teorias sobre a época de surgimento dos primeiros mamíferos placentários. A maior dúvida refere-se à possibilidade de que tenham convivido com os dinossauros, entre os períodos jurássico e cretáceo (há aproximadamente 220 milhões de anos). Durante a pesquisa, os dados fenotípicos dos mamíferos foram combinados com sequências genéticas para produzir a árvore da vida que mostrou quando esses mamíferos apareceram pela primeira vez.

“A dúvida era se os mamíferos surgiram antes ou depois da extinção dos dinossauros. Se eles tivessem existido antes, essa presença seria mínima, pois não há nenhum fóssil dessa época que seja inquestionavelmente de um mamífero placentário. Todos são posteriores à extinção dos dinossauros”, explica Fernando Perini.

Segundo o professor, os resultados do grupo de pesquisa sugerem que os mamíferos placentários só se diversificaram depois da extinção dos dinossauros. “A partir daí, podem ter surgido muitas oportunidades para os mamíferos se espalharem. Nossa pesquisa comprova que logo após os dinossauros houve uma diversificação muito rápida que deu origem às ordens atuais de mamíferos que conhecemos hoje”, diz.

Banco de dados
Além das descobertas sobre a origem dos mamíferos placentários, o projeto Assembling the tree of life deu origem ao Morphobank, maior banco de dados fenotípicos existente.

“O Morphobank foi criado há alguns anos e está sendo aperfeiçoado. Levantamos características fenotípicas de 86 espécies de mamíferos placentários, das quais 40 são espécies fósseis. A base de dados resultante tem mais de 4.500 características, como a presença ou ausência de asas, dentes, ossos, tipo de cobertura de pelos e outras características físicas”, afirma Perini.

Todas as características levantadas pelo estudo estão ilustradas no Morphobank, iniciativa financiada pela National Science Foundation, com apoio da Universidade Stony Brook, do Museu Americano de História Natural e da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA), todas instituições com sede nos Estados Unidos.

O banco de dados é colaborativo e pode ser acessado online por pesquisadores de qualquer parte do mundo. “Unificamos os dados que estavam dispersos e criamos uma matriz de dados morfológicos e fenotípicos sem precedentes. Esse software abre um novo horizonte de possibilidades de estudos”, conclui Fernando Perini.

Artigo: The placental mammal ancestor and the post-kpg radiation of placentals
Disponível aqui.

(Luana Macieira)

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