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Belini Andrade: choro complexo e de difícil execução

Academia descobre Belini Andrade, músico de 92 anos que deu nova dimensão ao choro em Minas

sexta-feira, 1 de março de 2013, às 5h59

Aos 92 anos de idade, o compositor Belini Andrade tem um extenso currículo. Só de composições registradas são mais de 400 choros, divididos em músicas escritas para flauta doce, flauta transversal, saxofone, clarineta e outros instrumentos. O perfil da obra desse artista é o tema da dissertação de mestrado Choros para flauta de Belini Andrade: um olhar sobre ‘Morena Marta’, ‘Estrambótico’ e ‘Uma flauta doce’, da flautista Marcela Nunes, defendida em dezembro do ano passado.

“Sempre fui apaixonada pelo choro, o principal gênero musical genuinamente brasileiro. Quando conheci a obra do Belini, vi que ela tinha muito potencial para estudo. Seu choro é diferente de todos os que eu já havia tocado”, diz Marcela.

O que diferencia as composições de Belini do choro tradicional, cujos representantes mais conhecidos são Pixinguinha e Waldir Azevedo, é a complexidade das suas composições. “Elas são mais difíceis de tocar, pois não se valem de harmonia muito óbvia. Numa roda de choro, quando alguém começa a tocar Belini, nem todo mundo consegue acompanhar. Seu choro é extremamente ornamentado, cheio de notas, complexo”, afirma o professor Maurício Freire, orientador da dissertação.

A pesquisa sobre o compositor é dividida em três partes. Na primeira, Marcela Nunes entrevistou Belini, seus familiares e amigos, abordando a vida e a obra do músico, que está diretamente ligada ao crescimento do choro em Belo Horizonte. “A trajetória do Belini se mistura com o desenvolvimento do gênero na capital. À medida que ele evoluía musicalmente, o choro ganhava espaço na cidade”, conta a pesquisadora.

A segunda parte do trabalho faz uma análise aprofundada das obras compostas pelo músico para serem executadas pela flauta. “Aprofundei em três músicas que, em certa medida, sintetizam algumas especificidades do Belini como compositor de choro: Morena Marta, Estrambótico e Uma flauta doce”, justifica Marcela.

A parte final do trabalho contém catálogo com os primeiros compassos de todas as composições de choro que o artista fez para as flautas. “Dessa forma, qualquer instrumentista que se interessar pela pesquisa poderá conhecer, por meio do primeiro trecho de cada música, a complexidade das composições do Belini”, conclui Marcela.

Intérprete e amigo
O professor Maurílio Nunes, do Departamento de Engenharia Eletrônica da Escola de Engenharia, é um dos mais entusiasmados intérpretes da obra de Belini Andrade. Músico que teve seu primeiro contato com a flauta doce em 1974, ele se tornou admirador e amigo do compositor. “Conheci a obra de Belini em uma loja de instrumentos. Fiquei tão impressionado que fui até sua casa, em Abaeté [Centro-Oeste de Minas Gerais], conhecê-lo pessoalmente”, conta.

A amizade ficou tão forte que Belini passou a compor choros especialmente elaborados para a flauta doce de Maurílio. “Quem interpreta suas canções se vê diante do desafio de descobrir a simplicidade e beleza que estão por trás de tantas notas e arranjos complexos”, diz.

Parte da obra de Belini está gravada em três CDs. O último, Choro doce, é uma compilação de choros compostos por Belini e gravados em flauta doce pelo professor Maurílio Nunes. “Belini é pouco conhecido pela dificuldade em ser tocado. Além disso, não foi gravado pelos grandes e famosos instrumentistas”, conclui.

Segundo o professor Maurício Freire, outros fatores concorrem para isso. “Muitas composições dele desapareceram, pois antigamente os músicos não tinham a preocupação de registrar os direitos de suas canções. Algumas obras famosas no Brasil inteiro são de autoria do Belini, mas como sumiram no mundo, acabaram gravadas e fazendo sucesso nas mãos de outros compositores”, conta.

Dissertação: Choros para flauta de Belini Andrade: um olhar sobre ‘Morena Marta’, ‘Estrambótico’ e ‘Uma flauta doce’
Autora: Marcela Nunes Abreu
Orientador: Maurício Freire Garcia
Defesa: 21 de dezembro de 2012

(Luana Macieira/Boletim 1806)

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