Universidade Federal de Minas Gerais

Isabella Lucas/UFMG
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Estudo relaciona pobreza e diversidades regionais no Brasil

quarta-feira, 3 de abril de 2013, às 5h01

Variáveis como a localização (rural ou urbana), os anos de estudo dos chefes domiciliares e o percentual de trabalhadores informais estão fortemente correlacionadas com a renda per capita de uma população.

Essa é uma das conclusões da dissertação Pobreza e diversidades regionais: uma investigação empírica do Brasil, 2010, defendida este ano pela pesquisadora Laura de Carvalho Schiavon na Faculdade de Ciências Econômicas (Face).

O trabalho realiza um estudo da pobreza relativa domiciliar nos municípios brasileiros em diferentes contextos sócio-econômicos, visando compreender o papel das desigualdades regionais. O estudo trata do tema por meio de uma análise da interação dessas características locacionais com as domiciliares.

“Os resultados apontaram que domicílios com chefes do sexo feminino, mais jovens, de cor de negra ou parda, sem acompanhantes ou cônjuges, com menor escolaridade ou desempregados estão mais sujeitos a privações, assim como as residências com maior número de moradores ou localizados em zonas rurais”, sintetiza a pesquisadora.

Para o trabalho, foram mobilizados dados do Censo Demográfico de 2010, das Estatísticas do Registro Civil de 2010 e do estudo Regiões de Influência das Cidades (Regic) de 2007, todos realizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Resultados
Uma das revelações do estudo é a de que domicílios com chefes negros ou pardos apresentam menor renda per capita. Na perspectiva inversa, o trabalho identificou que, entre os 20% mais pobres, há uma concentração significativamente maior de chefes domiciliares negros ou pardos do que de chefes brancos.

A dissertação também aponta que domicílios com chefe do sexo feminino têm, em média, menor renda per capita. "Já para a amostra dos 20% mais pobres, no entanto, ocorre o inverso: nesse grupo, os domicílios chefiados por mulheres têm maior renda do que aqueles comandados por homens”, afirma Schiavon.

Para esse grupo dos 20% mais pobres, a presença de um companheiro(a) na residência revela-se mais importante para a renda domiciliar per capita do que outros fatores como cor ou sexo do chefe, por exemplo. Em contrapartida, em todas as faixas de renda, a relação entre número de moradores do domicílio e a renda per capita é decrescente, ou seja, quanto mais moradores têm o domicílio, menor é a sua renda per capita.

A pesquisa também confirmou a correlação entre escolaridade e remuneração futura. “Os resultados demonstram que os chefes dos domicílios mais pobres têm menos de sete anos de estudo, enquanto os dos domicílios mais ricos, 11 anos de estudo ou mais. E o mais interessante é que essa relação entre escolaridade e renda é extremamente forte não só nos domicílios mais ricos, mas também entre os mais pobres”, analisa Laura Schiavon.

Outro resultado aponta que, em média, os domicílios das zonas rurais têm menor renda per capita que os localizados em áreas urbanas. Trata-se de uma correlação bem nítida para as faixas mais pobres e menos intensa para as residências com renda próxima à mediana.

Variáveis e parâmetros
A análise levou em consideração vasta gama de variáveis locacionais, como taxas de mortalidade, de fecundidade, de desemprego e de analfabetismo da população adulta; percentuais da população com ensino superior completo e de ocupados trabalhando no setor informal – além de aspectos como o nível de centralidade da cidade e a desigualdade de renda do local.

No que diz respeito às variáveis domiciliares, o estudo observou ainda parâmetros como o número de moradores do domicílio e sua localização, o número de crianças da residência, o nível educacional familiar, as características do chefe do domicílio (sexo, idade, etnia, instrução, situação empregatícia) e se o chefe vive ou não com um cônjuge.

Pobreza relativa
A literatura conceitua a pobreza como a condição na qual o indivíduo não consegue satisfazer adequadamente suas necessidades. Para esse trabalho, no entanto, foi empregado o conceito de pobreza relativa, que abrange as pessoas cujo padrão de vida é insuficiente em um específico contexto sócio-histórico.

"É uma abordagem da pobreza que diz respeito à privação de meios para a atuação em sociedade de acordo com seus próprios referenciais de consumo, cidadania, independência e inclusão. Enquanto a ótica absolutista pode definir um limite inferior para um critério de pobreza, a ótica relativista propõe uma visão holística”, diferencia Laura Schiavon.

Segundo a pesquisadora, essa abordagem incorpora o fator distributivo e estabelece referenciais acima dos delimitados em termos absolutos, adotando perspectiva que se contrapõe a uma determinação estática de pobreza.

De posse desses conceitos, o estudo define como pobres ou vulneráveis os moradores de domicílios com renda domiciliar per capita abaixo do segundo decil de renda em nível nacional, que corresponde hoje a R$ 195 mensais.

(Ewerton Martins Ribeiro)

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