Para tudo na vida há remédio? é o tema do programa Café com Conhecimento, que será realizado neste sábado, 13, a partir das 11h, no Espaço TIM UFMG do Conhecimento. Os convidados são o psicanalista Sérgio Laia, da Associação Brasileira de Psicanálise e docente do curso de Psicologia da Fumec, e a professora Carmen Flores Mendoza, do Departamento de Psicologia da UFMG. “Até que ponto as dificuldades da vida podem ser “patologizadas”, recebendo uma classificação psiquiátrica?", pergunta Carmen Mendoza. Para Sérgio Laia, “nem tudo pode ser medicalizado. As pessoas serão mais saudáveis se souberem enfrentar os problemas, o que não significa, necessariamente, terminar com eles. O debate foi organizado no contexto da quinta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM), que será lançada no próximo mês, com novos critérios de classificação de transtornos. O material é da Associação Americana de Psiquiatria, composta por psiquiatras dos Estados Unidos e de várias outras partes do mundo. Antes de mesmo de ser publicada, a categorização já é alvo de críticas e motivo de controvérsia entre profissionais da área. Segundo Carmen Mendoza, a comunidade acadêmica ligada à saúde mental alimenta grandes expectativas em relação à publicação, pois transtornos novos são classificados a cada edição. “Isso implica outras formas de diagnóstico, de avaliação e de tratamento. Vamos ter que lançar novo olhar sobre patologias com as quais já nos acostumados a lidar, como autismo, dislexia, transtorno bipolar”, esclarece. O encontro refletirá também se houve aumento da incidência de doenças mentais na população ou se a avaliação está mais minuciosa a ponto de sinalizar problemas já existentes, mas que antes não eram identificados. Sérgio Laia explica que uma das críticas sobre o manual gira em torno de especulações acerca de possível parceria entre a Associação Americana de Psiquiatria e a indústria farmacêutica. Isso leva à suspeita de que quanto mais doenças diagnosticadas, mais medicamentos serão vendidos para os tratamentos. O psicanalista conta que algumas características pessoais agora são categorizadas como problemas. “A timidez, até então era considerada algo normal, pode ser enquadrada em um quadro de fobia social”. Para ele, o DSM descreve os sintomas, mas não é sempre que a presença de algumas particularidades representa a manifestação de algum transtorno. A entrada é franca, não sendo necessária inscrição prévia. Mais informações no site do Espaço ou pelo telefone 3409-8350. (Com assessoria de comunicação do Espaço TIM UFMG do Conhecimento)