Universidade Federal de Minas Gerais

Projeto de pesquisa do HC oferece tratamento gratuito a pacientes de Transtorno Afetivo Bipolar

quinta-feira, 25 de abril de 2013, às 9h41

“Imagine que o equilíbrio emocional seja representado por uma régua de 30 centímetros. O centro dessa régua é o ponto ideal e ilustra um nível inalcançável pelos seres humanos. No caso de pessoas consideradas equilibradas, a emoção oscila, na maior parte do tempo, pouco abaixo de 14, ou ligeiramente acima de 16, nessa escala. O portador do Transtorno Afetivo Bipolar (TAB), no entanto, atinge, sem controle ou critério, as extremidades dessa régua, e não consegue se estabilizar.”

Parecem palavras de um especialista explicando didaticamente um tema complexo a um interlocutor leigo, mas essa analogia foi feita por um dos pacientes de TAB atendidos no Ambulatório Borges da Costa, no Hospital das Clínicas (HC). O rapaz, que tem sua identidade preservada nesta reportagem, é beneficiado por um projeto de pesquisa e extensão na área de psiquiatria realizado gratuitamente e voltado para portadores do transtorno. O tratamento consiste, além da medicação, em intervenções psicossociais direcionadas entre outras coisas para o esclarecimento sobre o TAB – como se pode notar pela descrição feita pelo paciente.

Riscos e intervenções
Uma das intervenções prestadas aos diagnosticados com o transtorno bipolar é a chamada psicoeducação, feita em grupo, em oito encontros (um por semana), e consiste em informar os pacientes sobre o distúrbio, expor as situações de risco de crises e os respectivos fatores de proteção. “O uso de bebida alcoólica ou drogas e o sono irregular podem contribuir para a crise de desequilíbrio emocional”, afirma a mestranda em Medicina Molecular pela UFMG Isabela Lima. “Por outro lado, a disciplina no tratamento farmacológico é importante para a melhora do quadro de quem sofre o transtorno”, contrapõe sua colega de mestrado, Cristina Sediyama. Ambas são pesquisadoras do Laboratório de Investigações Neuropsicológicas da UFMG e participam do projeto.

Outra possibilidade de intervenção é a terapia ¬cognitivo-comportamental, procedida individualmente, geralmente com 12 encontros previstos, um por semana. Nessas sessões, o paciente recebe informações e tem acesso a estratégias que lhe propiciam autonomia para estabilizar o próprio humor, evitar as crises e, consequentemente, melhorar sua qualidade de vida.

Por fim, a reabilitação cognitiva é um mecanismo que visa lidar com os prejuízos cognitivos do paciente, aprimorando ¬aspectos como memória, atenção, organização e planejamento, tornando-o apto a lidar com as tarefas do cotidiano.

Criado em 2009, o projeto é coordenado pelos professores do Departamento de Saúde Mental da UFMG Fernando Neves, Humberto Corrêa, Leandro Malloy-Diniz e Tatiana Mourão. “Cerca de 80 pacientes já passaram por tratamento conosco”, estima Isabela. “Entre as pessoas recebidas pelo nosso núcleo de pesquisa, estão aquelas encaminhadas pelo Ambulatório de
Transtorno Bipolar da psiquiatria do HC, atendidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). No entanto, as etapas de pesquisa de avaliação -neuropsicológica e intervenções psicossociais são abertas a pacientes externos diagnosticados com TAB. Oferecemos nossas intervenções, sem custos, diretamente ao público, que deve nos contatar para fazer a avaliação neuropsicológica, etapa anterior às intervenções”, acrescenta Cristina.

Tal avaliação consiste na aferição dos níveis de atenção, memória, ansiedade e humor, realizada por meio de testes neuropsicológicos, com softwares próprios e autorrelatos, mediados por equipe composta por psicólogos, psiquiatras e terapeutas ocupacionais. Com essa triagem, é possível fazer um mapeamento das condições dos pacientes e distribuí-los entre os três tipos de intervenções ofertadas.

Mania, hipomania e depressão
Isabela Lima explica que a “depressão” é a fase predominante no TAB, e tem como sintomas tristeza profunda, desinteresse, alterações do sono, culpa, frustração, pensamentos suicidas, entre outros. Na fase de “mania”, o paciente apresenta estado de euforia demasiada, descontrole ao coordenar as ideias, compulsão para falar e comportamento agressivo. A “hipomania” é caracterizada pelos mesmos sinais, em menor intensidade.

“Tive momentos de extrema agressividade, em que chegava a quebrar os objetos na minha casa. Queria fazer muitas coisas ao mesmo tempo, de maneira perfeccionista, e acabava ficando confuso e desorganizado. Mas já há um ano não passo por essas situações”, testemunha o paciente, ainda em busca do equilíbrio que tão bem descreveu na abertura da reportagem.

Os interessados em passar pela avaliação neuropsicológica e submeter-se ao tratamento devem acessar o site do laboratório (www.labineuro.com), que contém as instruções para o cadastro, ou enviar e-mail para ntatranstornobipolar@gmail.com.

(Matheus Espíndola /Boletim UFMG, edição 1817)

05/set, 13h24 - Coral da OAP se apresenta no Conservatório, nesta quarta

05/set, 13h12 - Grupo de 'drag queens' evoca universo LGBT em show amanhã, na Praça de Serviços

05/set, 12h48 - 'Domingo no campus': décima edição em galeria de fotos

05/set, 9h24 - Faculdade de Medicina promove semana de prevenção ao suicídio

05/set, 9h18 - Pesquisador francês fará conferência sobre processos criativos na próxima semana

05/set, 9h01 - Encontro reunirá pesquisadores da memória e da história da UFMG

05/set, 8h17 - Sessões do CineCentro em setembro têm musical, comédia e ficção científica

05/set, 8h10 - Concerto 'Jovens e apaixonados' reúne obras de Mozart nesta noite, no Conservatório

04/set, 11h40 - Adriana Bogliolo toma posse como vice-diretora da Ciência da Informação

04/set, 8h45 - Nova edição do Boletim é dedicada aos 90 anos da UFMG

04/set, 8h34 - Pesquisador francês aborda diagnóstico de pressão intracraniana por meio de teste audiológico em palestra na Medicina

04/set, 8h30 - Acesso à justiça e direito infantojuvenil reúnem especialistas na UFMG neste mês

04/set, 7h18 - No mês de seu aniversário, Rádio UFMG Educativa tem programação especial

04/set, 7h11 - UFMG seleciona candidatos para cursos semipresenciais em gestão pública

04/set, 7h04 - Ensino e inclusão de pessoas com deficiência no meio educacional serão discutidos em congresso

Classificar por categorias (30 textos mais recentes de cada):
Artigos
Calouradas
Conferência das Humanidades
Destaques
Domingo no Campus
Eleições Reitoria
Encontro da AULP
Entrevistas
Eschwege 50 anos
Estudante
Eventos
Festival de Inverno
Festival de Verão
Gripe Suína
Jornada Africana
Libras
Matrícula
Mostra das Profissões
Mostra das Profissões 2009
Mostra das Profissões e UFMG Jovem
Mostra Virtual das Profissões
Notas à Comunidade
Notícias
O dia no Campus
Participa UFMG
Pesquisa
Pesquisa e Inovação
Residência Artística Internacional
Reuni
Reunião da SBPC
Semana de Saúde Mental
Semana do Conhecimento
Semana do Servidor
Seminário de Diamantina
Sisu
Sisu e Vestibular
Sisu e Vestibular 2016
UFMG 85 Anos
UFMG 90 anos
UFMG, meu lugar
Vestibular
Volta às aulas

Arquivos mensais:
outubro de 2017 (1)
setembro de 2017 (33)
agosto de 2017 (206)
julho de 2017 (127)
junho de 2017 (171)
maio de 2017 (192)
abril de 2017 (133)
março de 2017 (205)
fevereiro de 2017 (142)
janeiro de 2017 (109)
dezembro de 2016 (108)
novembro de 2016 (141)
outubro de 2016 (229)
setembro de 2016 (219)
agosto de 2016 (188)
julho de 2016 (176)
junho de 2016 (213)
maio de 2016 (208)
abril de 2016 (177)
março de 2016 (236)
fevereiro de 2016 (138)
janeiro de 2016 (131)
dezembro de 2015 (148)
novembro de 2015 (214)
outubro de 2015 (256)
setembro de 2015 (195)
agosto de 2015 (209)
julho de 2015 (184)
junho de 2015 (225)
maio de 2015 (248)
abril de 2015 (215)
março de 2015 (224)
fevereiro de 2015 (170)

Expediente