Universidade Federal de Minas Gerais

Foca Lisboa/UFMG
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Técnico manuseia equipamento do Biotério: controle sobre experimentos facilitará aprovação de projetos em agências de fomento

Chegada de 'colônia de fundação' dá início às atividades do Biotério Central

terça-feira, 14 de maio de 2013, às 6h00

A UFMG inicia oficialmente este mês as atividades do seu Biotério Central, que vai suprir laboratórios da Universidade e de outras instituições mineiras com ratos e camundongos padronizados por rígido controle sanitário e genético. Primeiro no país com instalações concebidas exclusivamente para a produção de animais de laboratório, localiza-se no campus Pampulha, em prédio de mil metros quadrados.

Todo o projeto, incluindo equipamentos, custou em torno de R$ 7 milhões, somados recursos próprios da UFMG e de agências de fomento – Finep, CNPq, Capes e Fapemig.

A produção terá início a partir de roedores que formam a chamada “colônia de fundação”. Tais matrizes, de duas diferentes linhagens isogênicas, isto é, de indivíduos geneticamente idênticos, de maior demanda pelos pesquisadores da UFMG, foram adquiridas na Universidade de Campinas, de colônia oriunda do Jackson Laboratory (Estados Unidos). As colônias serão expandidas no Biotério Central da UFMG, para que o fornecimento regular aos grupos de pesquisa possa começar em 2014.

Segundo a coordenadora Ana Lúcia Brunialti Godard, o diferencial da nova estrutura é a produção de animais padronizados, do tipo Specific Pathogen Free (SPF), o que confere a garantia de que estão livres de agentes biológicos específicos capazes de interferir nos experimentos, seja em aspectos microbiológicos, parasitológicos ou imunológicos.

Desse modo, destaca, a mudança terá impacto direto nas pesquisas da Universidade, já que muitos periódicos científicos internacionais exigem que o padrão sanitário e genético dos animais utilizados nos experimentos seja conhecido.

“É um marco que põe Minas Gerais em patamares internacionais”, avalia Ana Lúcia, lembrando que esse controle também tende a facilitar a aprovação de projetos de pesquisa por agências financiadoras, uma vez que contribui para que os estudos alcancem resultados mais confiáveis.

Outro aspecto relevante, de acordo com a subcoordenadora do Biotério, Adriana Abalen Martins Dias, é que o uso desse tipo de animal gera menor desvio-padrão no cálculo estatístico, o que pode reduzir o tamanho do grupo amostral, em consonância com o que sugerem os comitês de ética da área.

Esforços concentrados
O intuito da Pró-reitoria de Pesquisa, à qual está vinculado o Biotério Central da UFMG, é oferecer aos coordenadores de grupos e laboratórios a oportunidade de reduzir etapas e concentrar esforços na investigação científica, deixando de se ocupar com a produção de ratos ou camundongos que atendam às exigências de cada estudo. “Muitos pesquisadores importam ou produzem os animais de que precisam”, explica a professora Ana Lúcia Godard.

Na UFMG, animais de experimentação são utilizados não apenas no Instituto de Ciências Biológicas, nas escolas de Medicina, de Veterinária e na Faculdade de Farmácia, como se poderia pensar, mas também na Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional, na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas e na Escola de Engenharia.

Também serão atendidas pela produção do Biotério as outras oito instituições que, além da UFMG, compõem a Rede Mineira de Bioterismo: universidades federais de Juiz de Fora, de Lavras, de Ouro Preto, de Uberlândia, de Viçosa e do Triângulo Mineiro; Fundação Ezequiel Dias e Centro de Pesquisas René Rachou.

“A criação do Biotério Central da UFMG surgiu de demanda cada vez maior provocada pelo aumento do número de pesquisadores”, diz a coordenadora. Ela comenta que o uso disseminado de animais na pesquisa tem sido motivo de diversas discussões, principalmente de caráter ético, devido ao grande número de indivíduos exigidos.

A reavaliação desse tipo de experimento é tendência mundial, concretizada a partir da fundação de instituições que têm por objetivo desenvolver e validar novos métodos, e da implementação regulatória, em diversos países, para legalizar e harmonizar o uso de testes alternativos.

Adriana Dias explica que todas essas ações tiveram início a partir do surgimento do programa 3Rs (Reduction, Refinement, Replacement), internacionalmente reconhecido, que além de diminuir o número de indivíduos utilizados na pesquisa, busca minimizar a dor e o desconforto e encontrar alternativas para a substituição dos testes in vivo.

Estruturas com o perfil do Biotério Central da UFMG se tornam indispensáveis sempre que não for possível o emprego de método alternativo, sendo imprescindível a utilização de animais de laboratório para a realização de estudo científico. Adriana Dias ressalta que o uso de animais padronizados contribui para reduzir as repetições de testes e o número de indivíduos nos grupos amostrais.

“Dessa forma, são atendidos importantes princípios preconizados pelos comitês de ética em experimentação animal do mundo inteiro: o da Redução, que se baseia na diminuição do uso do número mínimo necessário para garantir significância estatística e reprodutibilidade, e o do Refinamento, que estabelece a adoção das melhores e mais modernas práticas na criação e manejo", explica Adriana Dias.


Nova carreira
O novo espaço também será formador de mão de obra para a área. Além de apoiar cursos de capacitação em ciências de animais de laboratório em diferentes níveis e de viabilizar disciplinas optativas sobre o tema, vai oferecer treinamento para o corpo técnico-administrativo, docentes e discentes da UFMG e de instituições parceiras.

Seu próprio quadro de funcionários – composto por seis servidores da Universidade (quatro da área técnica e dois da administração), sete bolsistas financiados pela Rede Mineira de Bioterismo/Fapemig e e três da Fump – tem recebido treinamentos nesta que tende a se consolidar como uma nova carreira, a de bioterista. A lei brasileira 11.794, de 2008, que trata da experimentação animal, exige qualificação técnica para o desempenho da atividade.

“Nossa intenção é estabelecer rotina de treinamentos e cursos de extensão e de aperfeiçoamento”, antecipa Ana Lúcia Godard. A professora Adriana Dias já oferece disciplinas teórico-práticas de introdução à ciência de animais de laboratório para alunos de graduação e de pós-graduação do ICB.

Localizado entre o ICB e a Faculdade de Farmácia, o prédio recém-construído apresenta complexa infraestrutura que inclui dispositivos de monitoramento, refrigeração, exaustão e filtragem de ar. É dividido em duas grandes partes, que abrigam respectivamente as áreas de criação e de apoio. “A área de produção, por sua vez, é dividida em salas que abrigarão as diferentes espécies de animais, cada uma com função específica. As salas são compostas de racks ventilados e uma unidade de troca”, detalha a professora Ana Lúcia Goddard.

O Biotério Central da UFMG é coordenado por comitê gestor que reúne docentes de todas as unidades acadêmicas que fazem uso de animais de experimentação e no qual tem assento o Comitê de Ética em Experimentação Animal da UFMG. “Todas as demandas serão atendidas mediante a autorização prévia do Comitê”, enfatiza Ana Godard.

Em seu funcionamento pleno, caso haja demanda, o biotério terá capacidade para produzir 70 mil camundongos e 40 mil ratos por ano.

(Boletim 1820)

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