A partir da análise de dimensões socioeconômicas, demográficas e ambientais, a doutoranda em Economia da UFMG Rosa Lívia Gonçalves Montenegro [na foto de Isabella Lucas/UFMG] caracterizou as 27 unidades da federação quanto aos efeitos proporcionados por diversos fatores referentes às questões urbanas e do meio ambiente. A proporção de estabelecimentos de saúde e internações, da quantidade de lixo coletado, de desmatamento, além da taxa de crescimento anual da população estão entre as variáveis consideradas no trabalho. (Matheus Espíndola)
Essa é a proposta do artigo Relações entre urbanização e meio ambiente: um panorama para os Estados brasileiros, de sua autoria, que será debatido durante o XVIII Encontro Nacional de Economia Política (Enep), que vai ocorrer na UFMG a partir da próxima terça-feira, dia 28.
Rosa Lívia conta que a pesquisa, fundamentada em informações obtidas entre 2008 e 2010, de fontes como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostrou que as desigualdades econômicas e sociais associadas à urbanização brasileira resultaram em disparidades regionais nos aspectos infraestruturais e ambientais.
Contraste
Quanto à dinâmica urbana, ela observou, por exemplo, que Espírito Santo, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo têm uma peculiaridade em comum: o contraste entre os indicadores econômicos e sanitários. Já em termos ambientais, uma das conclusões foi a de que nos estados das regiões Norte e Nordeste é baixa a proporção de localidades com conselhos ambientais e acesso a serviços básicos de água e esgoto.
A autora defende que o equilíbrio quanto aos componentes levados em conta na pesquisa deve ser alcançado a partir do envolvimento de diferentes atores nas esferas governamental e social. “Embora o estudo não apresente alternativas pontuais, infere-se a partir dele que o uso consciente dos recursos naturais e a redução das desigualdades são os desafios a serem superados na busca de um crescimento sustentável das cidades”, aponta.
O artigo de Rosa Lívia Montenegro será apresentado na mesa 31 das Sessões Ordinárias, a partir de 8h da sexta-feira, dia 31 de maio, na sala 3079, da Faculdade de Ciências Econômicas (Face).