Isabella Lucas/UFMG |
O reitor Clélio Campolina Diniz e a ministra-chefe da Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial, Luíza Helena de Bairros, discutiram, na tarde desta terça-feira, os resultados de ações de inclusão racial na UFMG. “A Lei de Cotas se ajusta à filosofia de inclusão da universidade. Oferecemos assistência estudantil a alunos carentes, por meio da Fundação Universitária Mendes Pimentel (Fump), e temos formações específicas para educadores de populações indígenas e do campo”, exemplificou o reitor, ao final do encontro ocorrido em seu gabinete. Ele também destacou o cuidado com que a UFMG trata as suas ações de inclusão. “A cada três anos, nossa política será reavaliada, para que não corra o risco de se desviar de sua finalidade”, disse Campolina. Aprovada pelo governo federal em agosto de 2012, a Lei de Cotas prevê que, até 2016, metade das vagas nas universidades federais serão destinadas a alunos com perfil étnico e socioeconômico de risco. Para o reitor, embora necessária, a providência não representa a solução para a educação no país. “As cotas servem para resgatar uma dívida social, mas a transformação deve se basear na oferta de um ensino básico de qualidade”, argumentou. Evolução Além de ter conversado sobre as ações de inclusão social, Luiza de Bairros defendeu junto ao reitor Campolina a ideia de que UFMG e Secretaria de Igualdade Racial unam esforços para viabilizar o mapeamento das comunidades de matriz africana e quilombola em Minas Gerais. “O intuito é formular políticas públicas de inclusão, com o apoio do governo federal”, finalizou.
Luíza Helena de Bairros declarou que a concessão de cotas para o ingresso de alunos negros, pardos e índios, além dos oriundos de escolas públicas e famílias com baixa renda, representa uma evolução em relação ao programa de bônus, adotado entre 2009 e 2013 pela UFMG e que concedia adicional de até 15% nas notas dos candidatos ao vestibular enquadrados nesse perfil. “Era preciso apressar o movimento de democratização do ensino superior público”, afirmou a ministra, ao argumentar em favor da adoção das cotas.