Foca Lisboa/UFMG |
O auditório da Escola de Engenharia recebeu, na manhã desta quinta-feira, dia 6, a sessão de abertura do IX Fórum Capes Brafitec. No evento, que prossegue até sábado, representantes da UFMG e do governo e de universidades da França fazem um balanço do programa e analisam as perspectivas de parceria acadêmica entre os países. O Brafitec consiste em parcerias universitárias em todas as especialidades de engenharia, exclusivamente em graduação, com vistas a fomentar o intercâmbio bilateral. A programação do Fórum é composta por palestras, mesas-redondas, sessões plenárias, conferências de palestrantes convidados e reuniões de grupos de trabalho. Na palestra de abertura do evento, realizada na manhã de hoje, o reitor Clélio Campolina, engenheiro por formação, analisou a trajetória econômica mundial a partir do século 19, de forma a estabelecer as bases que estruturam os desafios do cenário atual. O reitor evidenciou a sua visão de que a internacionalização da economia não pode prescindir de uma perspectiva social, voltada para a paz e para o homem. Campolina destacou as potencialidades e desafios que a educação, a ciência, a tecnologia e a inovação apresentam em um cenário de internacionalização. “Estamos vivendo uma crença desenfreada na corrida tecnológica pela corrida tecnológica, sem a devida atenção ao fato de que é a ciência e a tecnologia que precisam estar a serviço da humanidade, e não o contrário”, enfatizou. Ao final de sua exposição, Campolina lembrou que a UFMG se pauta pelo que tem chamado de “utopia da internacionalização solidária". "É o modelo que estamos trabalhando em nossas relações com a África”, afirmou. Área estratégica Amaral abordou a importância estratégica da engenharia para o país – e o gargalo vivido na formação da área. “Como comprovam inúmeros indicadores, o Brasil, ao longo dos últimos anos, não vem formando número suficiente de engenheiros na graduação e na pós-graduação. Reconhecer esse cenário foi a base para se estabelecer o Brafitec”, disse. O diretor reiterou a necessidade de uma formação ampla e de qualidade para sustentar o investimento que o país precisa fazer em infraestrutura. “Nesse sentido, os resultados obtidos ao longo desses anos são muito bons. Brasil e França têm culturas e escolas diferentes. E, com o Brafitec, expertises em diferentes áreas são compartilhadas", analisou. Eric Bourland, por sua vez, destacou que a França é o quarto país que mais investe no Brasil, e que os franceses são o segundo maior grupo de alunos estrangeiros em terras brasileiras. “Tanto na França quanto no Brasil estamos cientes de que o caminho para formarmos melhor os nossos alunos passa pela internacionalização, pelo compartilhamento dos métodos de ensino e da cooperação na pesquisa. O Brafitec é hoje o programa que melhor atende às nossas metas na cooperação”. O Brafitec foi lançado em 2002. No ano passado, a iniciativa financiou 74 projetos, reunindo 1,3 mil bolsistas ativos, entre franceses e brasileiros. Mais informações na página oficial do evento.
Além de Campolina, participaram da sessão de abertura o diretor de Avaliação da Capes, professor Lívio Amaral; o representante da embaixada da França no Brasil, Eric Bourland; o diretor da Escola de Engenharia, professor Benjamim Rodrigues; o representante do ministère de l’enseignement supérieur et de la recherche, França, Oliver Giron; e o representante da conférence des directeurs des ecoles françaises d'ingénieurs, Jacques Gelas.