Pinturas, desenhos, cerâmicas, esculturas, vídeos e fotografias estarão expostos durante dois meses no Centro Cultural. A iniciativa pretende mostrar as novas estéticas dos povos ameríndios, marcada por arte produzida pela mistura do saber tradicional às modernas tecnologias. “As artes visuais que alguns indígenas estão fazendo e expondo entram em nosso mercado, na cidade grande, como objetos e signos de outras realidades, outras culturas”, explica Maria Inês de Almeida, diretora do Centro Cultural, curadora e coordenadora da exposição. “O que torna suas peças diferentes dos objetos e signos tradicionais, frutos da cultura oral, são a tensão e a perturbação, algo que um indivíduo é capaz de expressar quando vê o mundo de longe”, completa Maria Inês, que é pesquisadora do núcleo transdisciplinar de pesquisas Literaterras, da UFMG. ¡Mira! é resultado de pesquisa realizada por equipe formada por antropólogos, comunicadores e indigenistas, que percorreu milhares de quilômetros em busca da arte indígena latino-americana. Foram levantadas mais de 300 obras de 75 artistas integrantes de 30 etnias diferentes. Depois, um conselho curador, composto por especialistas em artes visuais, escolheu mais de 100 obras para a exposição. A semana de abertura será marcada por seminário sobre as artes e culturas indígenas em sua relação com a contemporaneidade. Em oito mesas de debates, artistas expositores, indígenas convidados, pesquisadores e educadores conversarão sobre diferentes temas, em torno das relações entre as artes indígena e ocidental: Ruptura da tradição, continuidade, ou diálogo?; Quais as técnicas e as estéticas que os indígenas assimilam?;O que índios trazem de inovação para a arte ocidental? Paralelamente ao seminário, haverá mostra de filmes com sessões comentadas por cineastas indígenas e não indígenas, e a exibição de minidocumentários, realizados pela produção da ¡Mira!, em que os artistas compartilham os processos de criação das obras que serão expostas ao público. No pátio do Centro Cultural, também acontecerá uma oficina de tururi – tela feita com a fibra da entrecasca de uma palmeira –, que será ministrada por artistas da etnia Ticuna, além de bate-papos informais com alguns artistas da exposição e a demonstração dos seus processos de trabalho. O Centro Cultural fica na Avenida Santos Dumont, 174, Centro de Belo Horizonte. Mais informações pelo telefone 3409-8278. (Com assessoria de comunicação do Centro Cultural UFMG)
O Centro Cultural UFMG inaugura hoje, 14, a exposição ¡Mira! – Artes visuais contemporâneas dos povos indígenas. A mostra reunirá, pela primeira vez no país, obras de artistas indígenas da Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador e Peru.