Foi transferida para o Centro de Atividades Didáticas de Ciências Naturais (CAD1) a conferência que reúne, na tarde desta segunda-feira, 24, os professores Maria Jordan e Stuart B. Schwartz, da Universidade de Yale (EUA), e Fernando Bouza, da Universidade Complutense de Madri. A mesa-redonda sobre O mundo luso-hispânico na Era Moderna: visões da história em narrativas interdisciplinares tem início às 18h, no auditório 2A. O CAD1 localiza-se em frente ao Instituto de Ciências Biológicas (ICB), no campus Pampulha. O evento integra o Ciclo de Conferências Sentimentos do Mundo, que desta vez conta com a parceria do Programa de Pós-graduação em História. A mediação será da professora Junia Furtado, do Departamento de História da Fafich. Sob o título Imaginando a alteridade: o sonho e os usos do sonho no mundo hispânico durante a Idade Moderna, a palestra de Maria Jordan vai analisar, entre outros aspectos, o tratamento distinto da Igreja a mulheres visionárias, algumas perseguidas e outras vistas como santas. O brasilianista Stuart B. Schwartz estuda a escravidão açucareira e a magistratura no período colonial. De acordo com Junia Furtado, na palestra Buscando um novo Brasil: de Pernambuco ao Caribe, ele vai tratar sobretudo da questão da tolerância religiosa, e a atitude da Inquisição sobre as crenças e práticas das classes populares. Os descendentes holandeses de D. António I em meados do século 17: estratégias culturais e histórias de vida dos príncipes de Portugal é o título da apresentação de Fernando Bouza, um dos nomes mais respeitados na pesquisa sobre o império espanhol. De acordo com Junia Furtado, ele vai falar de política e formas de representação na época da União Ibérica. Os palestrantes Stuart Schwartz estudou no Middelbury College e na Universidade Autônoma do México. Na Universidade de Columbia, estudou História da América Latina. Foi professor da Universidade de Minnesota e há quase duas décadas integra o Departamento de História da Universidade de Yale. Seu campo de pesquisas é a História do Mundo Atlântico, no período moderno, estudando os impérios espanhol e português. É considerado um dos importantes pesquisadores da História do Brasil. É editor das revistas Cambridge History of Native People of Americas e Hispanic American Historical Review. Publicou diversos livros e artigos, entre eles Burocracia e sociedade no Brasil Colonial (Brasiliense, 1978), Escravos, roceiros e rebeldes (Edusc, 2001) e As excelências do governador (co-organizador, Companhia das Letras, 2002). Fernando Bouza Alvarez é catedrático em História Moderna na Universidade Complutense de Madri. É referência para a renovação historiográfica na Europa, tendo como área de pesquisa a História Cultural e Política do período moderno, em especial a monarquia luso-hispânica da casa dos Áustrias. É reconhecido por haver desenvolvido mecanismos metodológicos específicos para o estudo da circulação e uso dos manuscritos e impressos nos séculos 16 e 17, bem como do uso das mídias pelos formuladores da cultura política, no período Filipino, a exemplo do que ocorre em seu estudo clássico Imagen y propaganda. Capitulos de historia cultural del reinado de Felipe II.
Maria V. Jordán é formada em Literatura Espanhola e História na Universidade de Porto Rico (Rio Piedras) e na Universidade de Minnesota (mestrado e doutorado). Foi pesquisadora dos ministérios da Cultura e de Assuntos Exteriores da Espanha. Atualmente, atua no Departamento de Espanhol e Português da Universidade de Yale, além de ser pesquisadora do Departamento de História na mesma instituição. Seu campo de pesquisa é a História Moderna da Espanha e, mais recentemente, pesquisa a História da América Latina, no mesmo período. Sua pesquisa se concentra na tradição profética, bem como nos usos do sonho na literatura e história do mundo hispânico. Publicou diversos textos, incluindo o livro Sonhar a História, editado no Brasil pela Edusc.