Matheus Espíndola “Até então, a universidade esteve um pouco alheia ao florescimento dessa nova forma de produção de arte e de criação cultural, os coletivos artísticos. Eles se baseiam no trabalho colaborativo e se organizam em forma de rede, dando forma a uma nova relação entre questões políticas e estéticas", conta. César esclarece que a troca do conceito de “oficina” por “coletivo” se justifica porque aquele está muito ligado à ideia de transmissão de saber, enquanto este se alinha com a noção de “partilha”. “A matéria-prima para os coletivos na música, artes plásticas, cinema e outros domínios é a rotina, os problemas e as desigualdades que atravessam a existência de todos nas cidades. Por isso, os coletivos transmitem uma experiência que se identifica com a concepção de comunidade e bem comum”, diz. Quanto à definição dos eixos principais dos coletivos, o professor elucida que partiu do diálogo com vários segmentos de Diamantina. “O método para a escolha foi baseado em várias visitas à periferia da cidade, conversas com grupos e associações. Assim, identificamos as demandas, sempre atentos à necessidade de descentralizar ainda mais o Festival, incluindo nas atividades aquele público que não se sentia concernido nas atividades”, detalha.
Nesta edição do Festival de Inverno, as chamadas Oficinas – vertente das atividades que vigorou até o ano passado, juntamente com as Itinerâncias e Apresentações Artísticas – foram substituídas pelos Coletivos. O coordenador geral do evento, professor César Guimarães, explica que essa mudança vai além da terminologia. Segundo ele, trata-se da incorporação de um novo ponto de vista acerca do conhecimento que se pretende compartilhar no Festival.
Os quatro eixos em que se classificam os coletivos são: Margens e arredores da cidade; Imagens do bem-comum: territórios e retratos; Cineastas indígenas; e Cantares afro-brasileiros.