A obra integra a coleção Humanitas e é oriunda do Intermídia, núcleo de estudos sobre a intermidialidade da UFMG, que envolve hoje mais de 20 pesquisadores de várias unidades da Universidade. Entre outras abordagens, o núcleo estuda a intermidialidade enquanto categoria de análise crítica. O livro é composto por traduções de seis importantes textos já produzidos sobre intermidialidade e estudos interartes. Na apresentação da obra, a organizadora explica que o objetivo era tornar esses textos acessíveis não só aos pesquisadores do grupo, mas também aos alunos de graduação e pós-graduação que pesquisam o tema. “Esperamos contribuir para a Literatura Comparada, oferecendo um instrumental teórico valioso, especialmente para a linha de pesquisa Literatura e outros Sistemas Semióticos – área em expansão, porém ainda carente de publicações no Brasil”, afirma Thaïs Flores. Todos os textos foram traduzidos por professores membros do núcleo de estudos. Os ensaios traduzidos na obra abordam questões distintas, mas que tocam, em geral, produções culturais contemporâneas marcadas pela falta de limites entre as artes e as mídias – contexto em que o próprio estatuto de ‘arte’ é, não raro, objeto de debates. No foco estão os dispositivos de enunciação de cada meio semiótico e os efeitos estéticos que advém do empréstimo de linguagens e procedimentos entre as mídias. Instrumental para a compreensão Diz o pesquisador: “Os estudos de intermidialidade permitem a formação de um discurso da compreensão acerca de determinadas obras que é capaz de colocar em relevo aspectos que, possivelmente, passariam despercebidos em outras abordagens críticas”. No primeiro ensaio do livro, Irina O. Rajewski discute os conceitos de intermidialidade, intertextualidade e remediação. No segundo, Liliane Louvel propõe uma reflexão sobre a comparação entre a imagem e o texto, o visível e o legível, no que diz respeito à presença do pictural em textos literários. No terceiro texto, Michèle Barbe faz um estudo modelar de transposição intersemiótica de obra musical para as artes visuais, focando-se na recriação da obra de Wagner por Henri Fantin-Latour em suas pinturas e litografias. No quarto, André Gaudreault e Philippe Marion desenvolvem uma reflexão sobre as noções de adaptação, reescritura, transescritura e transemiotização como elementos integrantes da “midiática narrativa”. O quinto e o sexto textos, por fim, tratam do valor na arte contemporânea. Eles assinalam a diferença entre a arte pós-moderna e a tradicional, bem como as dificuldades do público ao defrontar-se com o fenômeno contemporâneo de análise crítica. Intermidialidade e Estudos Interartes - Desafios da arte contemporânea
Para começar a entender o funcionamento de uma mídia, um bom caminho é desvendar como ela se relaciona com as demais mídias existentes. Esta é uma abordagem que diz respeito ao conceito de intermidialidade, fio condutor do livro Intermidialidade e Estudos Interartes - Desafios da arte contemporânea, organizado por Thaïs Flores Nogueira Diniz e recentemente publicado pela Editora UFMG.
Na orelha da obra, Márcio Serelle, doutor em Teoria e História literária pela Puc Minas, defende que a noção de intermidialidade, para além de tratar de um diálogo entre as mídias, é uma abordagem crítica: um instrumental para a compreensão que “permite iluminar obras cujas especificidades demandam para análise múltiplos olhares e competências”.
Organização: Thaïs Flores Nogueira Diniz
Vários tradutores
Coleção: Humanitas
Preço: R$ 35