A partir de três recortes fundamentados na trajetória dos 16 participantes, a oficina A cena e a cidade se propõe a criar peça de teatro que será ser apresentada nesta sexta-feira, 26, ao público do Festival de Inverno da UFMG. “Trata-se de um exercício cênico, que resulta da provocação de juntar os artistas para compartilhar suas experiências e pesquisas”, detalha Cida Falabella, uma das coordenadoras do trabalho e integrante do grupo teatral ZAP 18, de Belo Horizonte. Escolhidos no primeiro encontro da oficina, na segunda-feira, 22, os três eixos norteadores do enredo são: cultura afro-brasileira e concepção de liberdade dos negros; homofobia influenciada pela igreja católica e neo-pentecostal; e tipos populares de Diamantina. O texto foi montado com base nas experiências dos atores e na busca de vestígios urbanos das questões discutidas. “Cada um trouxe um pouco da sua vivência e sua preparação técnica. Além disso, a cada encontro fomos agregando elementos oriundos de filmes, livros e textos para a composição”, explica Cida. As três vertentes nas quais foram distribuídos os participantes se incluem nas vontades individuais de cada um, conforme explica Rogério Coelho, outro coordenador da oficina e também membro do ZAP 18. “É uma massa de representação que tem identidade, é natural", diz. A princípio, os três grupos trabalharam separadamente. A partir do terceiro encontro, os atores se juntaram para montar a cena, como uma “colcha de retalhos”, na concepção de Cida. “A proposta da oficina agrega todos os aspectos da dramaturgia como um organismo coletivo”, completa. Os jovens matriculados na oficina são de diferentes nacionalidades, incluindo Benin, Argentina e Espanha. Todos eles têm algum envolvimento com o universo do teatro, seja como estudantes, pesquisadores, artistas plásticos ou professores. A programação do Festival de Inverno da UFMG segue até o dia 28.