Universidade Federal de Minas Gerais

Lucas Braga
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Ambientes foram projetados para receber jovens e exercer papel complementar à educação formal

UFMG estrutura espaço interativo que apresenta o funcionamento do corpo humano

segunda-feira, 12 de agosto de 2013, às 5h54

Espaços de educação não formal podem colaborar para a difusão e popularização da ciência e da tecnologia, em especial para públicos jovens que não integram necessariamente a comunidade universitária. Um exemplo desse tipo de espaço são os museus que recorrem a recursos tecnológicos para também funcionarem como equipamentos de suporte à educação.

No dia 24 de agosto, a UFMG inaugura, no Museu de História Natural e Jardim Botânico, o Espaço Interativo Ciências da Vida (EICV) com a perspectiva de promover a difusão e popularização da ciência e tecnologia.

A estrutura nasce com a proposta de apresentar ao público o funcionamento do corpo humano em uma abordagem lúdica, digital e participativa, tendência museológica seguida no Brasil por ambientes como o Museu de Ciências e Tecnologia da PUCRS e o Espaço TIM UFMG do Conhecimento.

O EICV conta com sete salas representativas da célula e dos sistemas fisiológicos e biofísicos do homem – além da recepção, onde o visitante já entra em contato com as primeiras estruturas em exposição.

Cada sala trata de um dos subsistemas do organismo: Corpo e movimento (ossos, estruturas, reações); Digestão e nutrição; Coração e circulação; Reprodução; Célula ao alcance da mão; Sentidos e Sentir, lembrar e agir (sistema nervoso). O horário de funcionamento é o mesmo do Museu: de terça a domingo, de 10h às 17h.

O professor Fabrício Fernandino, idealizador e coordenador da implantação do EICV, lembra que a interatividade é muito mais que uma tendência museológica. “Hoje as crianças, já nos primeiros anos de vida, criam intimidade com as tecnologias brincando com games, tocando as telas touchscreen dos celulares dos pais, utilizando computadores. Os museus e demais ambientes de aprendizagem não podem desprezar essa nova realidade e certamente devem tirar partido dessas grandes possibilidades”, defende.

A montagem do Espaço custou US$ 1,5 milhão, financiado em partes iguais pela Fundação Lampadia e Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig). A UFMG ficará encarregada de gerir o Espaço, movimentando-o por meio de projetos de ensino, pesquisa e extensão.

O EICV também conta com uma biblioteca virtual, com quatro nichos estruturados para a imersão em temas previamente preparados, que dialogam com as demais estruturas do MHNJB. O homem e a natureza se relaciona com as atividades de ciências naturais; O homem e o universo busca aproximação com os trabalhos desenvolvidos no Museu no campo da astronomia; O homem e seu espaço de vida dialoga com as atividades de geografia, cartografia e geociências; e O homem e sua história aborda temas das arqueologias histórica e pré-histórica.

Outras frentes de atividade serão as mostras especiais para apresentação de novos conteúdos e oficinas temáticas sobre cada ambiente. “A ideia é realizar todo mês uma oficina relativa a uma das sete salas. Serão voltadas para a capacitação de professores do ensino fundamental e médio, de forma que eles possam levar para as salas de aulas novos conhecimentos e perspectivas educacionais”, explica a coordenadora do EICV, professora Audrey Ivanenko, do Departamento de Fisiologia e Biofísica do ICB.

Audrey gerenciou equipe de sete professores do ICB durante o processo de elaboração do Espaço. Cada um cuidou da diretriz conceitual e acadêmica de uma sala: Adlane Vilas-Boas (Célula ao alcance da mão); Andréa Haidara (Coração e circulação); Camila Megale de Almeida (Digestão e nutrição); Gleide Avelar (Reprodução); Janice Henriques da Silva (Corpo e movimento); Juliana Tavares (Sentir, lembrar e agir); e Theo Mota (Sentidos). “Nossa expectativa é de que os professores do ensino básico utilizem, de fato, o espaço como ambiente complementar à educação formal”, afirma a coordenadora.

O Espaço conta com monitores de atendimento e de auxílio tecnológico. Atualmente, há 10 vagas de monitores, e a perspectiva é de que cheguem a 17. Os alunos interessados devem entrar em contato com o Museu de História Natural para se candidatarem.

Perspectiva multidisciplinar
Uma das principais características do Espaço é a utilização da tecnologia para a transmissão de conhecimento. As salas são equipadas com instalações interativas, vídeos e modelos anatômicos, tanto em tamanho natural quanto em versões ampliadas. As instalações da sala Célula ao alcance da mão estão preparadas para receber públicos diversos, como os deficientes visuais, pois são, em grande parte, táteis. As estruturas desse ambiente foram adquiridas de grupo da UFMG que desenvolve peças para a coleção do mesmo nome pertencente ao Museu de Ciências Morfológicas do ICB.

O processo de concepção e desenvolvimento do Espaço envolveu equipe multidisciplinar de professores e pesquisadores da UFMG, além de designers e especialistas nas áreas de multimídia e interatividade. Além dos professores do ICB, atuam docentes da Escola de Belas-Artes (EBA).

“Enquanto os professores do ICB fizeram toda a transposição didática dos sistemas para as exposições do museu, os da EBA elaboraram os projetos das instalações interativas e cuidaram do desenvolvimento de programas computacionais, de equipamentos e da produção audiovisual”, diz Fabrício. “O nosso objetivo era combinar entretenimento com educação, formando um ambiente ao mesmo tempo educativo e instigante”, acrescenta.

O EICV foi construído em um antigo porão que abrigou depósito de materiais de serviços gerais e de segurança. “Eu assumi a direção do Museu de História Natural e Jardim Botânico em 2006 e transformamos esse espaço em oito salas de exposições temporárias. Quando começamos os projetos e as negociações para o desenvolvimento do Espaço Interativo Ciências da Vida, percebemos que o local tinha a estrutura ideal para recebê-lo”, afirma Fabrício Fernandino.

Consultoria e pesquisa
A criação do Espaço Interativo Ciências da Vida nasceu de uma ideia do professor José Israel Vargas, ex-ministro de Ciência e Tecnologia e professor emérito da UFMG, e do professor Mario Neto Borges, presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig). Eles procuraram o então reitor Ronaldo Pena, que prontamente apoiou o projeto. O Museu foi indicado para receber as instalações e os trabalhos começaram tão logo o Conselho Diretor aprovou a proposição. O gerenciamento logístico do projeto foi executado pela Fundep.

Durante o desenvolvimento do projeto, a UFMG recorreu às consultorias prestadas por Jeter Jorge Bertoletti, gerente do Museu de Ciências e Tecnologia da PUCRS, de Porto Alegre – referência no Brasil em termos de uso de recursos tecnológicos –, e David Ellis, ex-diretor do Museu de Ciências de Boston e um dos principais especialistas do mundo em espaços de ciência. “Desde as primeiras reuniões, tivemos um contato muito próximo com os consultores. A atuação deles foi fundamental para a qualidade e pertinência do projeto”, salienta Fabrício.

Além de todos esses envolvidos, o EICV ainda conta com o trabalho contínuo de um grupo de pesquisa formado por professores envolvidos com suas atividades. Sua principal contribuição é levantar informações sobre os processos cognitivos ligados ao aprendizado via tecnologia digital. Esse trabalho é coordenado por Fabrício Fernandino, Francisco Carlos de Carvalho Marinho, Maurício Silva Gino e Wallace Santos Lages, da Escola de Belas- Artes, e Audrey Ivanenko, do ICB. Ao todo, no entanto, há mais de 60 pessoas envolvidos no projeto. Os primeiros resultados surgiram ainda em tempo de serem usados como referência na configuração do Espaço. Atualmente, o grupo realiza pesquisas voltadas para a criação de softwares focados no aprendizado por meio da tecnologia.

Com a inauguração do EICV, explica Fabrício Fernandino, os pesquisadores vão iniciar processo de análise e avaliação de perfil do público. Os visitantes do museu serão convidados a responder uma pesquisa eletrônica aplicada por monitores, que vão portar tablets, e em totens distribuídos pelo Espaço. “A ideia é que essa etapa aconteça durante um ano, para que em seguida possamos implantar os resultados no próprio museu e finalmente publicar os softwares que resultarem da pesquisa”, detalha.

Estimular vocações

O projeto do museu prevê o amplo envolvimento de estudantes nas operações. Para além das monitorias, a ideia é que o Espaço seja o ambiente para que alunos de graduação e de outros cursos realizem as suas pesquisas e experiências, tanto em novos experimentos como modificando os experimentos já existentes no Espaço e no Museu de História Natural.

Em última instância, diz Fabrício, o objetivo é a formação de curiosidades e vocações na área de ciências. “Se, de cada 100 jovens que visitarem o Espaço, conseguirmos inspirar a formação de pelo menos um cientista, já terá valido a pena”, projeta o idealizador do Espaço.

(Ewerton Martins Ribeiro/Boletim 1830)


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