Universidade Federal de Minas Gerais

Acidentes e violência matam mais crianças e adolescentes; estudo da Enfermagem enfatiza necessidade de prevenção

segunda-feira, 23 de setembro de 2013, às 9h38

Os acidentes e episódios de violência são as principais causas de morte entre crianças e adolescentes em Minas Gerais. A partir de um ano de idade, as causas externas estão relacionadas a 53% dos óbitos nesta faixa etária, e a maioria dessas mortes poderia ser evitada por medidas de prevenção.

Na dissertação de mestrado Mortes por acidentes e violência em crianças e adolescentes de Minas Gerais: Um enfoque sobre a natureza da lesão – sob orientação da professora Edna Maria Rezende, na Escola de Enfermagem da UFMG –, a enfermeira Helena Serpa Passos Romero analisou a mortalidade vinculada a acidentes e violência ocorridos de 2005 a 2010, em crianças e adolescentes que moram em Minas Gerais. Além de evidenciar o perfil da mortalidade por causas externas, a pesquisa também sinalizou as medidas preventivas.

Helena conta que os óbitos foram estudados por sexo, raça/cor, índice de urbanização do município, idade e escolaridade da mãe, causa básica de morte e natureza da lesão. “O resultado é preocupante. No período estudado, ocorreram 10.667 mortes de crianças e adolescentes por causas externas, sendo que a maioria delas poderia ser evitada por medidas de prevenção, impedindo mortes tão precoces,” enfatiza.

Com alto custo social, econômico e emocional, acidentes e violência são responsáveis também por traumatismos não fatais e sequelas que exercem grande impacto a longo prazo, repercutindo na família, na sociedade e penalizando crianças e adolescentes em plena fase de desenvolvimento. De acordo com a enfermeira, a maioria das mortes atingiu indivíduos do sexo masculino, não brancos, e em municípios com 80% a 100% de urbanização.

A principal causa de morte em crianças menores de um ano foram os acidentes respiratórios, associados significativamente à raça/cor branca e municípios mais urbanizados. Os casos predominantes foram de asfixia e penetração de corpos estranhos em orifício natural. Helena Romero destaca a necessidade de prevenção desse tipo de morte em bebês e o fato de grande parte delas ter ocorrido em residências. Ressalta a necessidade de as orientações serem iniciadas precocemente com a mãe, ainda durante o pré-natal, após o parto e em consultas de rotina de puericultura. “Os pais e familiares precisam ser orientados para maior atenção a este grupo de crianças, especialmente nos domicílios, já que a maioria das mortes se deve à aspiração e inalação de pequenos objetos e alimentos.”

Os acidentes em transporte ocuparam a segunda posição nessa faixa etária, especialmente quando a criança era ocupante de automóvel. Nesse caso, os traumatismos intracranianos e de cabeça, tórax e abdôme e hemorragia traumática foram as lesões mais registradas. Já nas crianças de 1 a 9 anos, as mortes tiveram como primeira causa os acidentes de transporte, com destaque para os atropelamentos e para os ocupantes de automóveis, de raça/cor branca e nos municípios mais urbanizados. Os traumatismos mais importantes foram os intracranianos e de cabeça e politraumatismos. Os afogamentos, nesse grupo etário, foram a segunda causa de morte mais comum nos municípios pequenos e entre pessoas do sexo masculino.

Entre os adolescentes de 10 a 19 anos as agressões constituíram a primeira causa de morte, seguida pelos acidentes de transporte, mais concentrados na faixa etária de 10 a 14 anos. A dissertação constatou predominância das mortes por atropelamento, especialmente entre pessoas de raça/cor branca, e os principais traumatismos foram os intracranianos, de cabeça e politraumatismos. Os acidentes de transporte mais frequentes em adolescentes de 15 a 19 anos ocorreram em ocupantes de automóvel e motocicleta, especialmente nos municípios pequenos e médios.

As agressões por meio de disparo de arma de fogo e objeto cortante e penetrante atingiram especialmente homens não brancos. As lesões mais importantes foram hemorragia traumática e traumatismo de tórax.

Em relação aos adolescentes, as mortes por agressões, segundo a pesquisadora, poderiam ser prevenidas com maior atenção às comunidades com condições socioeconômicas mais baixas em grandes centros urbanos. Desenvolver programas e políticas de reintegração social e proteção ao adolescente poderia evitar a inserção desses jovens no tráfico de drogas e no mundo da violência. Para isso são necessárias ações intersetoriais efetivas entre setores como Educação, Saúde, Segurança Pública, entre outras.

Dissertação: Mortes por acidentes e violência em crianças e adolescentes de Minas Gerais: Um enfoque sobre a natureza da lesão
Autora: Helena Serpa Passos Romero
Defesa: 21 de março /Programa de Pós-graduação em Enfermagem
Orientadora: Edna Maria Rezende

(Assessoria de Comunicação da Escola de Enfermagem da UFMG)


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