A 8ª edição do Festival de Verão da UFMG acontece entre os dias 28 de fevereiro e 4 de março, como alternativa e complemento à programação tradicional do carnaval belo-horizontino. Neste ano o evento tem como tema Um sonho (in)comum de verão, e encerra uma trilogia focada na folia — ou folie, no original francês, palavra que remete à ideia da loucura. “Nas duas últimas edições, especialmente, fomos aproximando o Festival da cidade e de temáticas como a loucura, a poesia, o improviso, a carnavalização, a vadiagem, com uma forte integração das oficinas. Nossa ênfase foi nos incomuns e especialmente na potência do saber da loucura: folie. E fomos crescendo com o próprio carnaval de Belo Horizonte”, afirma Lucia Castello Branco, professora titular da Faculdade de Letras e coordenadora do Festival pelo terceiro ano consecutivo. O evento é mais uma vez sediado pelo Centro Cultural UFMG, na Praça da Estação (Av. Santos Dumont, 174), com uma pequena parte de sua programação realizada no Espaço do Conhecimento UFMG, na Praça da Liberdade. A expectativa é de intensa participação do público da capital, em consonância com o crescimento do carnaval na capital mineira: de acordo com a Belotur, cerca de um milhão de pessoas devem participar da folia em Belo Horizonte neste ano — o dobro do público recebido em 2013. Lucia explica a temática voltada para o sonho. “Pensamos no sonho noturno, no sentido das paisagens oníricas, e também no sonho diurno, que é o desejo. E o nosso desejo é de uma universidade mais inclusiva, acessível e aberta ao incomum. Cada um é incomum na sua singularidade. Tentamos disseminar essa ideia, esse sonho na Universidade”, diz. Serão quatro dias de atividades, entre os dias 28 de fevereiro e 4 de março, com a programação se dividindo entre quatro eixos temáticos: Ciências da Vida e Saúde; Ciências Exatas, da Terra e Tecnologias; Humanidades, Letras e Artes; e Projetos Especiais. Ao todo, serão abertas 385 vagas: 240 distribuídas entre dez oficinas e 145 entre seis projetos especiais. A maior parte das oficinas é voltada para o público amplo, que alcança pessoas de todas as idades e perfis: estudantes, professores, cientistas, artistas, carnavalescos, frequentadores do circuito da Praça da Estação. Mas haverá também atividades voltadas para públicos específicos, como músicos, surdos, crianças, adolescentes, adultos e pessoas com uma determinada escolaridade, como ensino médio. O Festival conta ainda com vasta programação cultural, que inclui shows e encontros musicais, exibição de filmes e documentário, palestras, exposição de artes plásticas, espetáculos teatrais e um baile na noite de terça. Toda a grade cultural é gratuita, com os ingressos limitados à capacidade física dos espaços. Aproximação com a cidade Para Lucia, o evento possibilita que o Centro Cultural UFMG se transforme em espécie de centro de residência cultural e artística da cidade durante o carnaval. “O Festival é uma opção tanto para quem está na cidade e não gosta de carnaval quanto para quem gosta da folia”, destaca. Uma das principais tendências do Festival é sua internacionalização, “caminho que começamos a trilhar desde o ano passado”, diz Lúcia Castelo Branco. Na ocasião, o Festival contou com a participação da atriz portuguesa Mafalda Saloio, que ministrou a oficina de Ginástica do ator e apresentou o espetáculo Senhorita dos aires. “Neste ano, investimos mais fortemente em nomes estrangeiros”, lembra a coordenadora. A oficina Os sonhos de que temos a linguagem, por exemplo, será ministrada por Paul Avilés, dos Estados Unidos, em parceria com Fernanda Mourão, da UFMG. A oficina propõe a seleção e tradução de poemas das escritoras norte-americanas Emily Dickinson e Elizabeth Bishop que têm como temática o sonho e o incomum. Já Contributos da improvisação musical para o bem-estar, ministrada por Paulo Chagas, de Portugal, toma o trabalho com a música como fator de melhoria de vários aspectos do desenvolvimento humano. Outro exemplo de internacionalização é a oficina Um passo de lado, ministrada por Anamaria Fernandes, brasileira que reside e trabalha na França. Anamaria aplicará com o público do Festival sua vasta experiência em instruir pessoas não familiarizadas com a dança, como pacientes psicóticos e adolescentes autistas. A oficina de Anamaria é também um exemplo do foco que a 8ª edição do Festival de Verão da UFMG tem no incomum. Enquanto em sua atividade Anamaria visa trabalhar a dança com um público incomum, em Acessibilidade, como eu trato?, Liliane Arouca do Carmo promove uma atividade interativa sobre a importância do entendimento do que é, de fato, acessibilidade, e as formas de se lidar com a questão. Já na oficina Improvisarte: improviso, literatura, inclusão, Elizete Lisboa e Maria José Vargas Boaventura convidam os participantes a usar “inutensílios” para criar desenhos visuais e em alto-relevo. A oficina foca no ensino lúdico do braille e de outras escritas com leitura tátil. Na atividade, o improviso é mobilizado para aquelas situações em que não é possível ver. Inscrições Para tanto, o participante deve selecionar a atividade de seu interesse e imprimir o boleto para o pagamento, que pode ser feito em qualquer banco. Quem preferir pode realizar a inscrição pessoalmente, em um dos postos de atendimento da Fundação. Informações sobre inscrições ou outros assuntos relacionados ao Festival podem ser obtidas pelo telefone (31) 3409-6411, pelo email festivalveraoufmg@gmail.com e no site www.ufmg.br/festivaldeverao, que estará no ar com informações desta oitava edição do Festival nos próximos dias. Durante o evento, informações pelo telefone (31) 3409-8278. 1) Eixo Ciências da Vida e Saúde Acessibilidade, como eu trato? Café na rua Geografia imaterial Os sonhos de Franz Kafka 2) Eixo Ciências Exatas, da Terra e Tecnologias Enigmas da ciência e da tecnologia Ufos, ovnis e ufologia: antes que o sonho vire pesadelo 3) Eixo Humanidades, Letras e Artes Aula poema: estudos indisciplinares para a potência do ato Improvisarte: improviso, literatura, inclusão O sonho de que temos a linguagem Um passo de lado 4) Eixo Projetos Especiais Encontro de Costas: a música improvisada de Portugal e do Brasil Contributos da improvisação musical para o bem-estar Cobra e outros jogos de improvisação Máquinas perceptivas Orquestra de garrafas Percepção musical para surdos
A proposta do Festival de Verão é articular cultura, ciência e arte; produzir, de forma ativa, o conhecimento; e trabalhar, sobretudo, com foco na sensibilidade para a acessibilidade. Nesse sentido, o evento vem possibilitando singular interação da UFMG com a sociedade, contexto em que a Universidade fomenta o desenvolvimento intelectual e cultural fora do âmbito acadêmico, seu circuito tradicional.
As inscrições custam R$ 20 para cada oficina e podem ser feitas entre os dias 7 e 13 de fevereiro, no caso de pessoas com deficiência, e a partir do dia 17, para pessoas que não precisam de recursos para acessibilidade. A matrícula deve ser feita no site da Fundep até a data de início de cada atividade — ou até esgotarem as vagas.
Programação
Professora: Liliane Arouca do Carmo
Vagas: 30
Professora: Thereza Portes
Vagas: 30
Professoras: Lia Krucken e Márcia Silva
Vagas: 20
Professor: Juliano Garcia Pessanha
Vagas: 20
Professor: Aba Cohen Persiano
Vagas: 30
Professor: Alberto Francisco do Carmo (DF)
Vagas: 20
Professores: Ângela Castelo Branco e Giuliano Tierno de Siqueira
Vagas: 15
Professoras: Elizete Lisboa e Maria José Vargas Boaventura
Vagas: 30
Professores: Fernanda Mourão e Paul Avilés
Vagas: 15
Professora: Anamaria Fernandes
Vagas: 15 (cada turma) [serão duas turmas]
Coordenação: Marco Scarassatti
Vagas: 40
Professor: Paulo Chagas
Vagas: 20
Professor: Felipe José
Vagas: 20
Professores: Pierre Souza Fonseca e Gabriel Cândido Carneiro
Vagas: 25
Professor: Antônio Panda
Vagas: 20
Professor: Flávio Teixeira Maia
Vagas: 20