A música lusitana se junta às sonoridades brasileiras durante o projeto especial Encontro de Costas: a música improvisada de Portugal e do Brasil, que será realizado durante o 8º Festival de Verão da UFMG. A atividade é baseada na experimentação e expansão do sentido de escuta musical. “O ambiente improvisado propicia a troca entre público e músicos, o que, na maioria das vezes, não é somente um processo de escuta simples”, comenta Marco Scarassatti, professor da Faculdade de Educação e coordenador do projeto. Serão disponibilizadas 40 vagas para músicos improvisadores e público em geral e as inscrições devem ser feitas pelo site da Fundep. A liberdade é outra característica dos exercícios de improvisação que serão desenvolvidos durante a atividade. Segundo Scarassatti, qualquer ritmo predeterminado poderia induzir a ações musicais muito específicas dentro do universo da música improvisada. “É como lidar com uma música antes da música, antes da padronização de um ritmo, de uma melodia, de um campo harmônico, antes mesmo de uma fixação do conceito do que é música. Essas questões se colocam e se constroem no tempo em que ela é executada”, afirma. A carga horária é de 12 horas e o encontro acontece nos dias 1, 3 e 4 de março, das 18h30 às 21h30 no Centro Cultural UFMG e no dia 2 de março, das 14h às 17h, no Espaço do Conhecimento UFMG. O projeto Além de Rui Eduardo Paes e Carlos Zíngaro, participam do projeto os músicos portugueses Francisco Trindade (percussão), Miguel Sá (eletrônica), o grupo Wind Trio, formado por Paulo Chagas (saxofones), Paulo Curado (flautas) e João Pedro Viégas (clarone) e O Lugar da Estrada, de Abdul Moimême (guitarras). A música improvisada brasileira é representada por Fernando Rocha e Elise Pittenger, o Trio Sonax , composto por Marco Scarassatti, Nelson Pinton e Marcelo Bonfim, o duo ThomasRoher/ Panda Gianfratti, além de Peluci, Edson Fernando, Miguel Javaral, Ricardo Passos, Rafael Pimenta, Bruno Paiva, Rafael Dutra e Luiza Brina. Os participantes da oficina ministrada por Paulo Chagas devem ser músicos e precisam levar seus instrumentos. Para a oficina realizada por Panda Gianfratti, as crianças deverão levar duas garrafas PET de 600 ml. Outras informações pelo telefone (31) 3409-6411 ou no site do festival.
A proposta de um encontro entre músicos brasileiros e portugueses surgiu a partir de uma conversa ocorrida em Lisboa entre Scarassatti, o jornalista e ensaísta português Rui Eduardo Paes e o violinista Carlos Zingaro. “Percebi que pouco sabia da música experimental de Portugal, assim como eles também não conheciam a nossa. Então pensei na imagem de dois países de costas marítimas que se dão as costas a respeito deste ritmo”, conta Scarassatti.