Universidade Federal de Minas Gerais

Maria do Céu Diel
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Colagem de Maria do Céu Diel que integra o projeto de pesquisa Entremundos

Grupo da Belas-Artes 'escava' no passado imagens que viraram referência para criadores contemporâneos

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014, às 5h57

Como os artistas do passado influenciaram a arte contemporânea? Que movimentos políticos e estéticos foram responsáveis pelo controle das imagens apresentadas na atualidade? Que momentos e imagens da história da arte inspiraram pensadores, artistas, escritores e cineastas?

A busca por respostas a essas questões conduz parte dos trabalhos ligados ao Linha – Grupo de Pesquisa sobre o Desenho e a Palavra, da Escola de Belas-Artes (EBA) da UFMG. Produções artísticas, exposições, livros de artista, dissertações e teses escavam locais e momentos da história da cultura para encontrar os mitos de origem, textos e outras manifestações fundadoras.

“Estudamos a memória como categoria retórica, vinculada a toda formação no mundo das imagens. Esse é o tema principal que congraça a maioria das pesquisas no grupo”, afirma a professora Maria do Céu Diel, coordenadora do Linha, fundado em 2003.

Maria do Céu lembra que a imagem sempre foi uma obsessão de grupos políticos, religiosos ou laicos. “Acreditamos que imagens, textos, tratados, afrescos e outros lugares que contêm a ‘imagem agente’ portam a pedagogia visual, ou seja, um programa político e estético para condução dos pensamentos, sendo repetido pelas curadorias de exposições, páginas de livros, filmes e as artes visuais em seu todo.”

Sempre em interação com grupos interinstitucionais e internacionais, o Linha agrega estudos individuais dos professores-artistas-pesquisadores em artes, produzindo imagens a partir de pesquisas sobre tradução e entrelaçamento das diversas linguagens artísticas, verbais, visuais e audiovisuais – e daí se produzem exposições de pesquisa.

Alguns dos estudos em curso perscrutam desde as obras do artista italiano Alberto Giacometti (1901-1966) e do diretor de cinema Peter Greenaway, como também as imagens apocalípticas dos campos de extermínio, dos locais da memória, dos afrescos restaurados de Andrea Mantegna, das formas de encadernação e de difusão dos livros e das bibliotecas.

Também são estudadas as maneiras como as imagens da contemporaneidade se apresentam na pintura, no desenho, na gravura e na escultura. A intenção é resgatar as origens e configurações primordiais dessas imagens e os grupos que estavam no controle político nas respectivas épocas. Assim, por exemplo, é possível estudar o filme O bebê santo de Macon (1993) compreendendo que Peter Greenaway buscou na composição das imagens os vícios e virtudes, as alegorias de Cesare Ripa e os Emblemas de Alciato, ambos italianos do século 16.

Da ciência para a arte
Professora do curso de Design de Moda da Escola de Belas-Artes e doutoranda sob orientação de Maria do Céu, Adriana Bicalho pesquisa como imagens científicas dos séculos 16 e 17 – especialmente representações de animais – migraram para a arte contemporânea.

“Olho para essas imagens da ciência como imagens didáticas e minha pesquisa percebe que a parte maravilhosa delas foi apropriada pelas artes visuais”, diz Adriana, que concentra seus estudos nas obras do espanhol Joan Fontcuberta e do americano David Wilson (que criou um museu de curiosidades na Califórnia e inventa histórias e documentos “científicos”).

O aporte artístico do grupo Linha tem sido traduzido em exposições em espaços como a Casa do Lago, na Unicamp, e no Istituto Brasile-Italia (Ibrit), em Milão, reunindo obras artísticas em técnicas variadas, relacionadas às pesquisas do grupo. Recentemente, integrantes que fazem estudos de doutoramento e mestrado na Europa uniram-se em mostra eletrônica cuja proposta foi que cada um escrevesse poeticamente sobre o trabalho do colega.

Outra experiência internacional deu-se em fevereiro de 2013, quando parte do grupo deslocou-se para Veneza: enquanto Maria do Céu realizava residência artística na Scuola Internazionale di Gráfica, Moema Queiroz, Lucia Santiago e Tai Nunes se envolveram em uma rotina de pesquisas bibliográficas e iconográficas na Biblioteca Marciana. Essa imersão deu origem ao livro Imagens venezianas, lançado em outubro do ano passado, com textos das pesquisadoras e desenhos de Maria do Céu.

Responsável pela organização do livro eletrônico ­Conversações com imagens, hospedado no site da Editora Império do Livro e onde figuram as pesquisas recentes dos membros do grupo –, o Linha divide sua atuação em temas como estudos sobre imagem e palavra e a correlação entre as artes; territórios, memória e arte; restauro, patrimônio e estética; e representações da memória na pintura, arquitetura, desenho e cinema.

(Itamar Rigueira Jr. / Boletim UFMG nº 1852)

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