Você acredita na existência de vida extraterrestre? Seja qual for a sua opinião sobre o assunto, a oficina UFOs, óvnis e ufologia: antes que o sonho vire pesadelo chega à edição 2014 do Festival de Verão para sacudir as suas certezas – e incertezas – sobre o assunto. A atividade acontece do dia 1º ao dia 4 no Centro Cultural UFMG e será ministrada pelo professor Alberto Francisco do Carmo, que hoje reside no Distrito Federal, mas é natural de Minas Gerais e é considerado pela comunidade ufóloga o decano da ufologia do estado. “Na verdade, entre os ufólogos em atividade no Brasil, sou o mais velho. Há gente mais velha em idade, mas eu comecei há mais tempo. Meu primeiro contato com o fenômeno data de 1954. Eu tinha apenas 12 anos na época”, conta o professor. Desta década para cá, Alberto vem pesquisando o assunto em intercâmbio com os principais ufólogos do mundo. Licenciado em Física pela UFMG, o professor formatou uma oficina capaz de atender a um público amplo, de leigos a membros da comunidade acadêmica. No entanto, interessados com formação superior e competências em áreas como desenho poderão colaborar especialmente para a atividade. “Para quem pensa em um dia trabalhar com investigação, saber fazer um bom desenho será essencial. Eu mesmo fiquei muito conhecido no campo da ufologia graças à qualidade dos meus retratos falados. Por acaso, eu havia estudado um pouco de belas-artes na Escola Guignard”, relembra. Alberto destaca alguns dos relatos que virão à tona na oficina. “Vou falar sobre o famoso caso da aterrissagem de uma nave no bairro Sagrada Família, em Belo Horizonte. Isso se deu no início dos anos 60. Dois meninos, um de 7 e outro de 9 anos, viram um tripulante de perto, que quase agarrou um deles. Foi o caso que mais acompanhei na vida, no decorrer de todos estes anos. Meus primeiros esboços eu fiz desse caso”, conta. Outro relato que será abordado é “um clássico da ufologia mineira: o sumiço e reaparecimento do soldado José Antônio, da Polícia Militar de Minas Gerais, na década de 1960”. O policial alegou ter sido sequestrado por criaturas alienígenas e Alberto foi o primeiro a, na ocasião, coletar o seu depoimento. “A ideia da oficina é fazer com que as pessoas olhem para os fenômenos com atenção aos relatos que são feitos deles. O foco é no que podemos aprender através desses relatos”, explica. Serão quatro dias de atividade. Primeiramente, Alberto fará uma palestra introdutória sobre o assunto. Em seguida, irá apresentar vídeos com depoimentos de pessoas que viram discos voadores. Depois, vai trabalhar técnicas de investigação de casos: questões relativas à coleta de material e à cobertura fotográfica, por exemplo. “O trabalho que fazemos é um trabalho de investigação. Algumas pessoas falam em pesquisa, mas pesquisa é quando a gente coleta dados, trata esses dados e chega a uma conclusão. No caso da ufologia, estamos falando de algo um pouco diferente. A gente tem contato com uma manifestação e em seguida faz especulações. O interessante a se perceber é que isso não tira a relevância do fenômeno, muito pelo contrário”, defende. Alberto também vai falar sobre aquilo que chama de “tóxicos da ufologia”: “falo do cientificismo, a questão do cientista não aceitar o relato por não cumprir com certos requisitos formais. Ou o militarismo e a questão da proteção do país. Os militares ficam constrangidos com a possibilidade de haver algo por aí que eles não tenham condição alguma de enfrentar. Ou o misticismo, por exemplo: quando uma pessoa projeta no fenômeno uma esperança de salvação, algo parecido com o comportamento que os índios tiveram quando se depararam com o caramuru”, diz, aludindo a um dos primeiros encontros dos índios americanos com o homem branco europeu. A oficina tem carga horária de 16 horas e acontece das 8h30 às 12h30. Informações sobre inscrições podem ser obtidas pelo telefone (31) 3409-6411, pelo email festivalveraoufmg@gmail.com e no site do festival. Durante o evento, informações pelo telefone (31) 3409-8278. UFOs, óvnis e ufologia: antes que o sonho vire pesadelo
Professor: Alberto Francisco do Carmo
Vagas: 20