Sucata, arte e tecnologia voltam a conversar em mais uma edição do Festival de Verão da UFMG. Depois do trabalho nos dois últimos anos com as chamadas “esculturas cinéticas”, desta vez o objetivo é explorar os cinco sentidos por meio da fabricação de máquinas e dispositivos que ampliem as relações sensoriais. O projeto especial Máquinas perceptivas vai reunir pessoas ligadas a teatro, música, filosofia, engenharia, artes e outras áreas durante quatro dias, pela manhã e à tarde. “A ideia é fazer uma pesquisa conjunta e descobrir como máquinas podem revelar outras percepções relacionadas a sentir, ouvir, ver, inalar e degustar”, informa Pierre Souza Fonseca, coordenador da oficina, que finaliza graduação na Escola de Belas-Artes. Ele vai atuar ao lado do estudante de Museologia Gabriel Cândido Carneiro, que vai utilizar seus estudos sobre percepção de deficientes visuais e auditivos. Segundo Pierre Fonseca, o trabalho tem como referência a obra de Lygia Clark, especialmente as máscaras e objetos sensoriais. “Da mesma forma que no trabalho da Lygia e de outros artistas, a intenção é que os participantes mudem a forma de reagir ao contato com o outro e com o mundo”, diz. Depois de tomar contato com as esculturas cinéticas e conhecer os objetivos gerais da oficina, os participantes vão trocar ideias e começar a trabalhar com madeira, PVC, tecido, vidro e outros materiais. “Não sabemos exatamente o que vai sair dessa interação, nos anos anteriores foram produzidos objetos inesperados. Pode ser um capacete com espelhos que proporcione visão multilateral, o que vai exigir que a pessoa reaprenda a se locomover, ou um extensor do ouvido que traga sons de uma área distante”, diz Pierre Fonseca, que considera que seu papel é mais o de um “orientador”, mais que de um professor. Máquinas perceptivas
Professores: Gabriel Cândido Carneiro e Pierre Souza Fonseca
Vagas: 25