Universidade Federal de Minas Gerais

Acervo da pesquisa
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Exemplares de grades foram 'coletados' em áreas nas imediações da Avenida do Contorno

Pesquisa da Arquitetura faz inventário de grades ornamentais de Belo Horizonte

sexta-feira, 11 de abril de 2014, às 8h07

A cada casa que se põe abaixo numa cidade como Belo Horizonte, some da paisagem urbana mais um exemplar (quando não dois ou três no mesmo imóvel) de grade ornamental, feita em ferro, e que funciona como portão, janela ou cerca, entre outros elementos de fachada. Apaixonada pelas grades, a professora Fernanda Guimarães Goulart, da Escola de Belas-Artes, resolveu estudar esse patrimônio da capital e fazer um inventário dos ornamentos.

A tese, defendida no final de março, foi produzida no âmbito da pós-graduação em Arquitetura, mas sob o ângulo de uma artista gráfica, que também pesquisa e leciona nessa área. “Se fizesse o estudo na Belas-Artes, acabaria me concentrando na questão da imagem. Na Arquitetura, pude fazer um trabalho mais interdisciplinar, enveredando pelos aspectos histórico, estético e antropológico”, comenta Fernanda Goulart.

Ela lembra que Belo Horizonte foi planejada no final do século 19 – auge da fundição em ferro e da arquitetura eclética no Brasil – e erguida nas décadas seguintes, e esses elementos são muito comuns nas casas de bairros mais antigos. Justamente por isso, Fernanda coletou exemplares nas regiões envolvidas pela Avenida do Contorno e em bairros próximos.

A pesquisadora inventariou quatro mil fachadas de 34 bairros, percorridos em cem trajetos. Além disso, fez 33 entrevistas com moradores de imóveis que aliam as grades a azulejos ornamentais, que ela chama de “casas-patchwork”.

“Parti do critério de espaço-tempo para então desterritorializar o material. O objetivo é que as imagens se despreguem de seus lugares originais, desencarnem para encarnar em outros suportes”, explica Fernanda Goulart, acrescentando que não foi o critério de estilo que guiou a sistematização do acervo.

“Os desenhos tinham origem em catálogos muito difundidos no século 19. Quero fazer esses desenhos voltarem a uma espécie de catálogo, que sirva de inspiração e modelo para arquitetos e designers e possa estampar tecidos, murais, papelaria etc”, revela Fernanda Goulart.

‘Saber fazer’ em extinção
Depois de um ano de trabalho de campo, Fernanda e suas bolsistas já constataram o desaparecimento de diversas grades fotografadas para a pesquisa. Ela ressalta que esta é uma arte que pouco se repõe no espaço urbano. “A indústria acabou com o trabalho artesão, e a serralheria ornamental é um ‘saber fazer’ em extinção”, ela diz.

As grades foram fotografadas (no contexto das fachadas e isoladamente), e as imagens foram retificadas no Photoshop, já que o ponto de vista do fotógrafo é quase sempre distorcido. Só então foi possível lançar mão da caneta digital para se criar o desenho vetorial, que pode ser ampliado indefinidamente, o que não acontece com as imagens em pixels. Os desenhos estarão disponíveis em dois tipos de arquivos: EPS (fragmentos editáveis, adequados ao uso por profissionais) e PDF (padrões replicados em formato A4, mais simples de lidar para leigos, interessados em reproduzir, e não em manipular os desenhos).

Cerca de três mil vetores vão compor um DVD que, por sua vez, acompanhará o livro Urbano ornamento, que está sendo produzido de forma independente, por meio de campanha de financiamento coletivo (imagens e informações sobre o projeto estão disponíveis na página do facebook Urbano Ornamento).

Contínuo e definido
Do ponto de vista gráfico, os ornamentos podem ser divididos em dois tipos básicos de disposição: o plano ilimitado ou contínuo e o plano limitado ou definido. No primeiro caso, estão as padronagens, estruturas formadas pela repetição infinita e multidirecional de módulos, geralmente quadrados, e as estruturas lineares, de repetição horizontal ou vertical, potencialmente infinita.

A classificação de plano limitado inclui a vinheta (estrutura com um ou dois eixos de simetria, mais complexa que o módulo, que convida quando muito à replicação linear, unidirecional); e a composição, mais complexa que a vinheta, conformada também pelo traçado de poucos eixos de simetria e menos resistente à redução. Da grande maioria das composições podem ser extraídas vinhetas, que vão representá-las na versão impressa do inventário.

Tese: Urbano ornamento: um inventário de grades ornamentais de Belo Horizonte (e outras belezas)
De Fernanda Guimarães Goulart
Orientador: Stéphane Huchet
Programa de Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo (NPGAU)
Defesa em 28 de março de 2014

(Itamar Rigueira Jr/Boletim 1858)

Veja ainda entrevista com a professora Fernanda Goulart feita pela equipe do projeto Imagens do Conhecimento.

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