Fotos: Foca Lisboa/UFMG |
Pela primeira vez em quase meio século de história, o Instituto de Geociências (IGC) tem à frente de sua diretoria um docente do Departamento de Cartografia – que conta com apenas nove professores, enquanto o de Geografia possui 43, e o de Geologia, 29. Para a nova diretora, professora Maria Márcia Magela Machado, o ineditismo na escolha de seu nome revela que a maioria da comunidade do IGC coloca o interesse do todo acima do das partes. “O processo eleitoral, mais do que uma chapa, elegeu uma proposta de gestão integradora”, observa, lembrando seu propósito de investir no reconhecimento das especificidades para valorização e fortalecimento do todo. Ao empossar a nova diretora e sua vice, professora Vilma Lúcia Macgnam Carvalho, em solenidade na noite desta quarta-feira, 30, o reitor Jaime Arturo Ramírez manifestou seu agradecimento a ambas “pela disposição em compartilhar dessa tarefa, que será árdua mas também instigante”, e destacou seu compromisso e da vice-reitora Sandra Regina Goulart de Almeida de estar “ao lado, para ajudar a construir os caminhos do IGC e da UFMG nos próximos anos”. A professora Tânia Mara Dussin, que dirigiu o IGC nos últimos quatro anos ao lado da vice-diretora Cristiane Valéria de Oliveira, frisou acontecimentos e momentos de alegria ocorridos durante sua gestão e agradeceu o apoio da Congregação, dos docentes, técnicos e alunos. A nova diretora foi saudada pelo professor Friedrich Ewald Renger, aposentado do Departamento de Geologia, que a orientou em seu doutorado. Desafios Tendo o Instituto aderido nos últimos anos às propostas do Ensino a Distância e ao Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), suas instalações “notoriamente não atendem mais às nossas necessidades de salas de aula, gabinetes, laboratórios e espaços para os setores administrativos, uma vez que cresceu o número de professores, servidores técnicos administrativos em educação e alunos”, ressaltou. Segundo ela, o projeto do prédio já foi discutido e aprovado pela Congregação. “Vamos acompanhar de perto todas as etapas do processo que envolve sua construção, visando o menor prazo de execução”, prometeu. De acordo com a nova diretora, o prédio será mais que simples ampliação de área, pois representa a elevação das instalações físicas “às condições de ensino recomendadas pelas Diretrizes Curriculares Nacionais e à modernização requerida pela dinâmica atual da pesquisa em geociências”. Geociências Com quatro cursos de graduação e três programas de pós-graduação – nas áreas de Geografia, Geologia, Turismo e Análise e Modelagem de Sistemas Ambientais –, o Instituto contempla o entendimento da dinâmica da Terra, das sociedades e de suas relações, inclusive no que tange ao uso turístico do espaço. “Temos vocação para gerar conhecimento com potencial transformador no que tange a questões econômicas, ambientais e sociais, bem como reflexão crítica da atividade humana no planeta e sua sustentabilidade”, enfatizou Márcia Machado, destacando a necessidade de estar atentos às múltiplas demandas e interesses da sociedade, a fim de manter o conteúdo programático dos cursos atualizados. “É nosso propósito incentivar e apoiar revisões curriculares visando desenvolver uma prática profissional qualificada”, disse. Afirmou ainda que a nova gestão vai trabalhar por um IGC "atuante e protagonista". Dirigindo-se ao reitor Jaime Arturo Ramírez, ressaltou que o Instituto de Geociências “se empenhará para oferecer uma contribuição consistente à sua administração”.
Márcia Machado afirmou que o principal desafio do mandato que se inicia será a manutenção, no atual espaço disponível, do elevado padrão que o IGC sempre imprimiu às suas atividades, já que o novo prédio que integrará o complexo de edificações da Unidade deverá ser construído ao longo de sua gestão.
Criado em 1968 a partir de um desmembramento da antiga Faculdade de Filosofia, no âmbito da Reforma Universitária brasileira, o IGC tem “linhas de pesquisa consolidadas, com destaque no cenário nacional e internacional, que estabelecem esse elo de forma eficaz tornando essa cadeia muito produtiva”, como destacou a nova diretora.