Café Controverso debate o papel da arte nas políticas de saúde mental

O projeto Café Controverso, do Espaço do Conhecimento UFMG, discute neste sábado, 17, o tema Entre a loucura e a arte. O encontro foi programado para a véspera do Dia Nacional da Luta Antimanicomial, data que remete às lutas por mudanças no tratamento dos portadores de distúrbios mentais. Participam do bate-papo a diretora do Núcleo de Criação e Pesquisa Sapos e Afogados, Juliana Barreto, e a gerente do Centro de Convivência São Paulo, Marta Soares. Elas falarão sobre as políticas públicas de saúde mental.

Desde 1960, profissionais de saúde e familiares reivindicavam o respeito aos direitos do cidadão com sofrimento mental. As manifestações resultaram em uma série de transformações, entre elas a Reforma Psiquiátrica, oficializada em 2001, que deslocou o foco do tratamento das instituições hospitalares para a rede de atenção psicossocial.

Belo Horizonte, por exemplo, passou a trabalhar com a construção de ações coletivas e intersetoriais. Os recursos antes destinados aos hospitais psiquiátricos da cidade agora são investidos em centros de referência da saúde mental e de convivência, que oferecem atividades para estimular a reinserção social aos cidadãos com sofrimento mental.

Entre as atividades oferecidas nos centros, as oficinas de arte chamam a atenção pelo alto poder de ressocialização. É o caso do projeto São doidão, dos centros de convivência Pampulha e São Paulo, gerenciado por Marta Soares. Aliando oficinas de canto e preparação corporal, seus integrantes apresentam repertório variado, que vai de clássicos como Chico Buarque e Pixinguinha, até composições dos integrantes do grupo. Em 2009, o grupo recebeu o prêmio Diversidade pela Loucura, do Ministério da Cultura e da Fiocruz, e lançou seu primeiro disco em novembro do ano passado.

Dirigido por Juliana Barreto, o Núcleo de Criação e Pesquisa Sapos e Afogados é outra iniciativa que nasceu das oficinas de arte desenvolvidas em centros de convivência da capital mineira. O grupo teatral, que completa 12 anos em 2014, já produziu cinco espetáculos, dois filmes e um trabalho psicofotográfico.

O bate-papo será no Café do Espaço do Conhecimento UFMG, no Circuito Cultural Praça da Liberdade,às 11h, com entrada gratuita.

(Com Assessoria de Comunicação do Espaço do Conhecimento UFMG)