Universidade Federal de Minas Gerais

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Chacrinha (à direita) com o cantor Roberto Carlos: estilo singular de comunicação

Pesquisa da Comunicação analisa as textualidades midiáticas do Cassino do Chacrinha

sexta-feira, 16 de maio de 2014, às 5h53

Uma plateia animada, um mestre de cerimônias e um palco por onde passam as mais diferentes atrações. Esses são os principais elementos presentes no programa de auditório, produto de mídia que alcança desde a chamada era de ouro do rádio, na primeira metade do século passado, até o surgimento e consolidação da TV.

Apesar da aparente simplicidade, o formato traz em cada elemento textual características que concorrem para a construção de sentido. Por que a competição de calouros sempre tem um candidato ruim? Qual o papel das dançarinas? Por que o apresentador sempre faz piadinhas com os convidados? Por que em todo show de calouros há um jurado chato?

Perguntas como essas encontram respostas exatamente na análise dos elementos textuais, base da dissertação de mestrado desenvolvida pelo radialista Elias Pereira dos Santos, coordenador executivo da Rádio UFMG Educativa e apresentador do programa Caleidoscópio, da TV Horizonte.

Ele defendeu recentemente, na Fafich, a dissertação Sorria meu bem, sorria: no ar, o Cassino do Chacrinha!. Seu objeto de estudo é o Cassino do Chacrinha, que foi ao ar de 1982 a 1988 pela Rede Globo, sob o comando do comunicador Abelardo Barbosa.

“O Cassino do Chacrinha permite entender que o programa de auditório não é fixo, fechado, mas um dispositivo independente e multidimensional, composto por textos diversos. As pessoas têm a ideia de programa de auditório como uma coisa exclusiva da TV, mas certas características indicam que ele vai muito além da televisão”, explica ele.

Para Santos, Chacrinha, autor de bordões como “Na TV nada se cria, tudo se copia”, levou para seu programa elementos de vários veículos e plataformas midiáticas. Do rádio, o comunicador abraçou o próprio formato, enquanto recorreu ao teatro de revista para buscar a irreverência e a presença de dançarinas sensuais, as chamadas chacretes.

E as referências textuais não param por aí. “Se no circo há o momento em que o artista arrisca sua vida ao se equilibrar na corda bamba, no Cassino existe uma situação que cria o clima de tensão. É a chamada estética do risco. A plateia espera o risco e responde a ele. Isso é visto no show de calouros, em que o candidato pode se sair bem na apresentação ou não”, ressalta o autor do trabalho.

Outra característica circense apontada por Santos é a ideia de picadeiro. “Esse cenário aproxima a plateia e a torna mais interativa. O barulho da plateia – que ri, vaia, aplaude – ajuda a compor a paisagem sonora”, argumenta o recém-mestre.

Grande herança, nenhum herdeiro
O Cassino do Chacrinha se consagrou como modelo do formato. De acordo com Elias Santos, elementos como a estética do risco e as dançarinas permanecem presentes nos programas de auditório. “Vemos hoje várias assistentes de palco e dançarinas com apelidos diferentes, além do próprio apresentador estar sujeito a riscos ao se envolver em situações inusitadas”, observa o radialista.

Outra marca do Cassino que permanece é o humor ligeiro. “Quando sobe ao palco do programa de auditório, o candidato não pode ir direto cantando. Antes é preciso uma pequena interação com o apresentador, normalmente uma piada sobre algum fato recente ligado àquele artista”, explica. Elias afirma ainda que essa estética é facilmente observada nos talk-shows, que hoje trazem também características das comédias stand-up.

Porém, a principal herança assimilada pelos programas de auditório atuais é a busca constante pela interação com a plateia. Para Santos, há uma tendência em se apostar em programas de auditório para tentar trazer a audiência de volta, explorando uma estratégia de aproximação há muito utilizada pelo Velho Guerreiro: as músicas de sucesso. “Quando canta junto na hora da apresentação, a plateia cria identificação tanto com quem está em casa assistindo quanto com o próprio artista, que está sendo reconhecido”, explica o pesquisador.

Apesar da grande lista de seguidores, Santos não acredita que algum programa de auditório ocupe hoje o lugar que era do Cassino do Chacrinha. “Chacrinha não tem um herdeiro. O Cassino era um programa sujo, o que se devia muito à participação do próprio apresentador. Ele cantava junto, falava no meio da música, buzinava para os convidados, atirava bacalhau para a plateia. Isso hoje é inaceitável; é tudo muito certinho, muito limpo. Chacrinha faz falta porque possuía um estilo menos objetivo e padronizado de comunicação”, conclui Elias Santos.


Dissertação: Sorria meu bem, sorria: no ar, o Cassino do Chacrinha!
Autor: Elias Pereira dos Santos
Orientadora: Graziela Mello Vianna
Defesa: 3 de abril, no Programa de Pós-graduação em Comunicação Social

(Bruna Moreira/Boletim 1861)

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