Universidade Federal de Minas Gerais

Isabella Lucas/UFMG
QS_2014.JPG
Ricardo Takahashi estuda sistemas de avaliação

'UFMG está entre as três universidades brasileiras que mais crescem em número e qualidade de publicações', afirma especialista

quinta-feira, 29 de maio de 2014, às 9h58

Além de ranking que classifica o desempenho de 300 universidades latino-americanas, no qual a UFMG foi apontada na décima posição entre as melhores da região, a empresa de consultoria britânica Quacquarelli Symonds (QS) realiza avaliação por demanda das próprias instituições.

A partir de relatórios detalhados enviados pelas universidades, o Stars Rated for Excellence oferece pontuação que vai de uma a cinco estrelas, a partir da análise de sete indicadores – pesquisa, empregabilidade, ensino, instalações, internacionalização, inovação e compromisso. Tendo obtido a pontuação máxima em cinco indicadores, a UFMG alcançou três estrelas nos itens pesquisa e internacionalização (Confira aqui).

Para o pró-reitor de Graduação, Ricardo Hiroshi Caldeira Takahashi, professor do Departamento de Matemática e estudioso dos sistemas de avaliação de instituições de ensino, tal resultado é esperado pela especificidade das universidades do país. Segundo ele, no quesito ‘publicação’ as instituições brasileiras “têm muito o que avançar” se comparadas às estrangeiras, sobretudo as de língua inglesa.

Além disso, em sua opinião, buscar nota máxima no item ‘internacionalização’, que pressupõe atrair alto percentual de alunos estrangeiros, seria almejar o oposto da missão básica das instituições públicas nacionais. “Não é nossa prioridade atrair estudantes estrangeiros em uma quantidade tal que representasse dezenas de pontos percentuais do total de nosso alunado, em um país que não tem nem 20% da população atendida pelas instituições de ensino superior. Nesse aspecto, nossas universidades estão mesmo fadadas a ficar com notas não tão boas, pela lógica do que o ranking considera como internacionalização”, pondera.

Nesta entrevista ao Portal UFMG, Takahashi também analisa aspectos do QS University Rankings – Latin America 2014 e comenta que cada ranking precisa ser recebido com análises específicas sobre os indicadores que utiliza e as lições que pode trazer para o crescimento das instituições.

O que há de novo na edição 2014 do QS University Rankings – Latin America?
Na prática, não há quase nada de novo com relação às edições anteriores. As primeiras universidades praticamente trocaram de lugar umas com as outras, enquanto uma instituição argentina caiu, o que fez com que a UFRGS colasse na décima posição, ao lado da UFMG. Pela primeira vez desde 2011, a Universidade de São Paulo não ocupa a primeira posição. Mas das quatro primeiras, a única que não atingiu indicador de pesquisa “muito alto” foi exatamente a universidade chilena que ultrapassou a USP, enquanto as três seguintes são “muito altas” em pesquisa. Isso reflete um viés desse ranking, que não dá tanta ênfase à pesquisa, dando peso maior a outros indicadores.

Com relação ao Brasil, mostra uma situação que é mais ou menos recorrente: a USP normalmente está em primeiro lugar em qualquer classificação, já que possui uma proporção enorme da produção científica brasileira. A Unicamp e a UFRJ também usualmente vêm na segunda e terceira colocações na maioria dos rankings de universidades brasileiras. Normalmente UFMG e UFRGS estão no quarto ou quinto lugares, posição esta que passou a ser disputada também pela Unesp de alguns anos para cá.

Portanto, uma novidade previsível é esse empate técnico entre Unesp, UFMG e UFRGS. Essas três são as universidades brasileiras que vêm crescendo de maneira mais rápida em número e em qualidade de publicações. Em linhas gerais, os indicadores agregados mostram essas universidades situadas em posições parecidas, refletindo estágios semelhantes de consolidação institucional. É interessante notar que a semelhança entre as pontuações dessas três universidades no ranking do QS também se manifesta quando se analisam outros tipos de indicadores acadêmicos. Aqui não cabe dizer ‘passou na frente de tal universidade’, ou ‘ficou atrás’.

Que lições a UFMG deve tirar da leitura desses números?
Nos indicadores de pesquisa e reputação entre os pares acadêmicos ela está bem, embora possa melhorar. Mas esses são processos de longo prazo: nos últimos 30 anos, em termos de políticas acadêmicas, a UFMG tem consistentemente procurado melhorar esses indicadores. Os números apontados pelo ranking espelham processos que estão ocorrendo e que outras universidades também estão vivendo. O dado de realidade é que há três universidades brasileiras em um estágio semelhante nesse processo de evolução.

É possível medir desempenho de instituições que possuem áreas diversas de atuação?
A diversidade de áreas causa uma diferença visível no ritmo de produção. Por exemplo, áreas como filosofia e matemática tipicamente envolvem um processo de produção com uma publicação por ano ou a cada dois anos por docente; esse é o ritmo normal para bom. Em outras áreas, como a Química, o ritmo normal seria ter várias publicações no mesmo ano. Dependendo do que seja o mix das áreas de ponta de uma instituição, pode haver efeitos totais que obscureçam uma realidade composta de especificidades, pois um ranking como o do QS simplesmente considera a soma do total de itens publicados pela instituição, sem distinguir as áreas do conhecimento das quais essas publicações são provenientes.

É importante não se perder de vista que diferentes maneiras de construir indicadores podem resultar em diferentes rankings. Por exemplo, tomando-se como base os indicadores da avaliação da pós-graduação divulgados recentemente, UFMG está à frente das demais instituições brasileiras, pela média dos conceitos Capes. Mas o que significam esses indicadores confrontados com outros? Uma média de conceitos de pós-graduação mais altos provavelmente ocorre em uma universidade caracterizada por uma maior diversidade de áreas de excelência.

Já um total de publicações mais alto provavelmente ocorre em uma universidade que se destaca precisamente naquelas áreas em que o processo de produção científica é caracterizado por um número elevado de publicações por ano. É provável que uma coisa e outra não conflitem, pois em alguma medida as instituições de excelência em áreas com elevada publicação tendem a também exibir grande diversidade. No entanto, ao se compararem instituições com perfis que são semelhantes no geral, essas sutilezas de composição dos indicadores podem às vezes gerar resultados que aparentam ser contraditórios. Daí a importância de se examinar os rankings nos limites daquilo que eles são capazes de dizer.

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