Universidade Federal de Minas Gerais

Luiza Ananda/UFMG
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Tratamento químico dos tabletes gerou depósito de patente

Dispositivo químico ativado com radiação solar é nova arma contra a dengue

terça-feira, 3 de junho de 2014, às 5h48

Pesquisadores da UFMG desenvolveram um dispositivo que, em contato com a água e a radiação solar, impede a eclosão dos ovos do mosquito Aedes aegypti e mata as larvas recém-nascidas. Trata-se de um tijolo de concreto autoclavado tratado quimicamente, cuja densidade é menor que a da água, o que o faz flutuar.

O grupo estudou o processo de proliferação do inseto e verificou que, após a ovulação, os ovos eclodem e formam larvas, que se desenvolvem em pupas. As pupas se transformam rapidamente em um mosquito – seis a 12 horas.

“Nossa intenção era trabalhar um processo ambientalmente correto e que contribuísse com os métodos e tecnologias já disponíveis para evitar a proliferação da dengue”, conta o professor Jadson Belchior, do Departamento de Química do ICEx, coordenador da pesquisa, iniciada há um ano e meio e que também envolve o professor Luiz Carlos Alves de Oliveira, dois doutorandos, um pós-doutorando e uma aluna de graduação.

Belchior explica que a larva irrompe quando o ovo encontra um local propício para se desenvolver. Além de água limpa, a larva precisa de material orgânico e oxigênio. A proposta foi criar um mecanismo que não deixasse a larva eclodir ou não permitisse o desenvolvimento das já formadas, matando-as por asfixia ou por falta de alimentação, uma vez que exterminar o mosquito é mais difícil.

Segundo o professor Luiz Carlos, depois de receber tratamento químico, geralmente cortado em cubos ou tabletes, o tijolo reage na superfície da água por meio de um processo fotocatalítico – que necessita de radiação solar. No momento em que ocorre a combinação de água, luz e tablete, um produto – ainda em sigilo de patente – é liberado, evitando a proliferação.

A tecnologia pode ser utilizada em qualquer lugar onde houver a possibilidade de acúmulo de água, como vasos de plantas, calhas e caixas d’água. Sem água ou luz, o dispositivo não entra em atividade, pois é preciso ocorrer a combinação das duas condições para desencadear a ação.

Manta flexível
Em um segundo momento do processo de desenvolvimento da tecnologia, os pesquisadores se voltaram para outra questão: em alguns locais, como calhas, o material poderia não ser o formato mais adequado para utilização. Foi desenvolvida uma manta flexível de tecido sintético com as mesmas propriedades químicas dos tabletes, mas que facilita a adaptação a determinadas estruturas, já que assume o formato e adere à superfície em que for colocado.

Jadson Belchior afirma que o dispositivo, em princípio, tem vida útil média de quatro a cinco meses. Quando está inerte por falta de água ou de luz, o material não perde as características. “Havendo água e luz continuamente, a durabilidade é de cerca de quatro meses. Se, por exemplo, houver um intervalo de dois meses na atividade, a durabilidade sobe para seis meses”, salienta. Com relação à concentração, o professor diz que, em uma caixa d’água de 200 ou 500 litros, o ideal é que a superfície seja coberta pelo material.

O princípio ativo utilizado não é nocivo à saúde humana nem afeta a potabilidade da água. No entanto, a tecnologia ainda depende da aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A próxima etapa a ser desenvolvida pelos pesquisadores é a aplicação da tecnologia a um conjunto de protocolos estabelecidos pelos órgãos competentes para caracterizar o tipo de utilização do dispositivo. A previsão é de que o processo de aprovação, a partir do momento em que for enviado para análise da Anvisa, leve em torno de um ano.

Os dois depósitos de patentes – relativos ao tratamento químico do tijolo e da manta – foram realizados em março e em maio, respectivamente. Agora, a pesquisa está voltada para a otimização da potência da tecnologia, visando à utilização de quantidades menores do produto e com maior eficiência. Essa evolução será objeto da terceira patente, a ser depositada dentro de um ou dois meses.

Embora ainda não tenha desenvolvido estudo de viabilidade econômica, a equipe já constatou que, pelo menos em escala laboratorial, o custo é reduzido. “As matérias-primas são encontradas em abundância na natureza, e o suporte também é de baixo custo. Acreditamos que a tecnologia chegará ao mercado também com um valor acessível”, projeta o professor Luiz Carlos. A fabricação é simples, lembra Jadson. “Todo o processo gasta dois dias, mas vislumbramos a possibilidade de que esse tempo possa ser reduzido ainda mais.”

A pesquisa desenvolvida pela UFMG é financiada pela empresa Vértica Serviços e Tecnologia Eireli. O projeto é de 24 meses – atualmente está no sexto mês – e custa, nessa fase de pesquisa de bancada, cerca de R$ 300 mil, com aportes semestrais. As amostras de ovos do mosquito Aedes aegypti empregadas nos testes são fornecidas pela Secretaria de Saúde de Belo Horizonte.

(Tatiana Palhares/Boletim 1866)

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