Acaba de ser anunciada a programação completa do 46º Festival de Inverno da UFMG, que acontece de 18 a 26 de julho no campus Pampulha. O evento, que tem como tema Campus, território experimental, está pautado no conceito do Bem Comum.
Na esteira das duas edições anteriores, realizadas em Diamantina, o Festival encerra trilogia centrada na reflexão sobre questões cotidianas relacionadas ao pleno exercício da cidadania, como o direito à moradia, os impasses da mobilidade urbana, o protagonismo social na produção e circulação de conteúdo e a necessidade de uma convivência mais equilibrada entre as pessoas e o meio ambiente.
Nos nove dias do evento, o campus Pampulha se transformará em espaço de construção coletiva e colaborativa, ambiente de intensa troca de experiências em que a Universidade será povoada por múltiplas vozes, cantos e línguas, como afirmação da diversidade de modos de viver em comum.
Programação diversificada
No primeiro fim de semana do evento, haverá cortejos e ritos de matriz africana durante o dia e, na noite de sábado, 19, show do pernambucano Siba, com abertura do DJ Alexandre de Sena. Na tarde de domingo, dia 20, o espaço Resistência Cultural receberá manifestações artísticas variadas - bloco de carnaval, batalha de MCs, sarau, grafite e performances, juntamente com uma bicicletada e um piquenique.
De 21 a 26 de julho, um café da manhã coletivo inicia os trabalhos, sempre às 9h. Em seguida, acontecerá uma série de encontros temáticos sobre assuntos que estão na ordem do dia, associados à noção de Bem comum: mobilidade urbana, biodiversidade em trilhas, mídias públicas e livres, cultura urbana e as relações entre campus e cidade.
Na parte da tarde, cada GT se concentra na sua atividade principal. Ao longo do dia, as pessoas ainda poderão visitar a Feira de Tudo, espaço para compra, venda ou troca de objetos, roupas, cacarecos e badulaques em geral.
De segunda a sexta-feira, sempre às 18h, o Cine Maloca exibirá documentários dentro de um espaço construído com materiais alternativos. A mostra reúne filmes de realizadores indígenas e de outros diretores, como o brasiliense Adirley Queirós.
No encerramento do Festival, dia 26, a programação inclui um grande piquenique coletivo, com troca de sementes entre os participantes, encontro de saraus e oficina de grafite. A mesa de encerramento será às 16h, seguida da apresentação do Quarteirão do Soul, evento itinerante de soul music.
Para acompanhar as informações do Festival de Inverno da UFMG, acesse o site do evento ou as redes sociais www.facebook.com/Festivalufmg e www.twitter.com/FestivalUFMG.
De volta a Belo Horizonte
O 46º Festival de Inverno da UFMG é uma realização da Diretoria de Ação Cultural (DAC) da UFMG e volta a Belo Horizonte depois de 22 anos de itinerância pelo Estado.
“É um momento a ser celebrado”, propõe a professora Leda Martins, titular da DAC. “Além de reintegrar territorialmente o Festival na sua casa, essa oportunidade nos permitirá repensar o modelo do evento, rever sua história, integrar nas ações acadêmicas os aportes de sua longa itinerância, potencializar sua inserção nas diretrizes de política cultural da UFMG, criar novos vínculos e parcerias e partilhar sua rica experiência", enumera.
Coordenador do Festival desde 2012, o professor César Guimarães considera que esta edição “busca implicar a universidade nos dilemas que atravessam os nossos modos de vida em comum, fraturados por persistentes processos de exclusão e de produção da desigualdade.”
A proposta, explica ele, é que o campus seja “tomado por ocupações livres e democráticas dos espaços públicos, povoado por formas de sociabilidade e de conhecimento irrigadas pelas múltiplas manifestações da alteridade, em especial aquelas provenientes das culturas indígenas, afrodescendentes e urbanas.”
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