Universidade Federal de Minas Gerais

Bruna Brandão
abertura%20Festival%20de%20Inverno%20%20Bruna%20Brand%E3o%2007.18-4064.jpg
O discurso do reitor Jaime Ramírez (à direita) é acompanhado por César Guimarães, Bernardo Gontijo (gestor da Estação Ecológica), Sandra Goulart, rainha Isabel Gasparino, Leda Martins e pelo líder guarani kaiowá Tonico Benites

Festival é aberto em solenidade na Estação Ecológica

sexta-feira, 18 de julho de 2014, às 23h29

Um tablado montado entre goiabeiras, envolvido por peças de pano sustentadas por estruturas de bambus. No centro, bancos de madeira, onde as autoridades se acomodaram, substituíram a tradicional mesa de auditório que compõe o cenário de solenidades oficiais organizadas na Universidade.

Foi nesse ambiente simples e acolhedor que ocorreu a cerimônia de abertura do 46º Festival de Inverno da UFMG, na noite desta sexta-feira, dia 18, na Estação Ecológica. A solenidade reuniu dezenas de pessoas da comunidade universitária, entre dirigentes, professores, servidores técnicos e administrativos e alunos, além de lideranças e representantes de grupos sociais e etnias que participarão do evento até o próximo dia 26.

O coordenador do evento, professor César Guimarães, lembrou que o Festival de Inverno retorna a Belo Horizonte depois de 23 anos, num momento em que a cidade é muito maior e complexa, fenômeno que também atinge a UFMG.

“Somos uma universidade modificada por políticas de cotas e inclusão. O Festival chega para ajudar a transformar a hostilidade armada da cidade em hospitalidade. Uma hospitalidade que se traduz também na abertura para saberes não tradicionais”, afirmou Guimarães, numa alusão à proposta do Festival de acolher manifestações de culturas não hegemônicas como as afro-brasileiras e indígenas.

Convidado a compor a mesa de abertura, o antropólogo guarani kaiowá Tonico Benites agradeceu a oportunidade que representantes de povos indígenas das cinco regiões brasileiras terão para expressar sua luta. “Temos sobrevivido com muitas dificuldades”, relatou o líder indígena.

Bênção e agradecimentos
A rainha conga de Minas Gerais, Isabel Casimira das Dores Gasparino, se manifestou por meio de uma bênção, evocando a proteção dos santos para que "este festival seja um dos melhores de todos os tempos”.

A professora Leda Maria Martins, diretora de Ação Cultural, órgão responsável pela organização do Festival de Inverno, disse que o evento é muito mais que uma ação cultural, “pois oferece uma grande oportunidade de se pensar uma política cultural para UFMG integrada com a sociedade em sua diversidade”.

A diretora também destacou o esforço de vários setores da UFMG para fazer o evento se tornar realidade com pouco mais de três meses de preparação. “Tenho aqui uma lista enorme, com dezenas de órgãos”, afirmou Leda Martins.

Na mesma linha, a vice-reitora Sandra Goulart Almeida também agradeceu “aos que dedicaram esforços e tempo para realizar um festival em condições mais adversas do que as de anos anteriores”. Destacou o trabalho das equipes curadora e da DAC e agradeceu em especial ao professor César Guimarães, por alimentar “a utopia de uma universidade mais equânime”, e à professora Leda Martins, “parceira leal e comprometida com os ideais mais nobres”.

No encerramento da cerimônia, o reitor Jaime Ramírez lembrou a longevidade do Festival, realizado pela primeira vez em 1967. “É um dos melhores exemplos de nossa solidez institucional. Sua trajetória representa mais da metade de nossa existência”, comparou o reitor, para quem o Festival, embora inserido no campo da cultura, o que lhe confere claro perfil extensionista, deve estar articulado com as atividades de ensino e pesquisa.

A primeira noite do Festival terminou com o encontro de uma roda de jongo com a Liga Feminina de MCs.