Pesquisadores e ativistas dos coletivos Basurama, BH em Ciclo e Tarifa Zero BH, além da jornalista Natália Garcia, criadora do projeto Cidades para Pessoas, participam do encontro temático Mobilidade Urbana, a partir das 10h desta terça-feira, na tenda geodésica construída no Bosque da Escola de Música da UFMG. Os representantes do Basurama, coletivo atuante em 20 países, vão falar sobre seus projetos de arte e design para transformação social, centrados nos processos relacionados à produção de resíduos na sociedade de consumo. Os ativistas do BH em Ciclo apresentarão possíveis soluções para o uso da bicicleta em Belo Horizonte e analisarão a experiência da utilização compartilhada de bicicletas durante o Festival. Por sua vez, líderes do movimento Tarifa Zero BH abordarão o projeto de lei de iniciativa popular que propõe o subsídio integral do transporte público em Belo Horizonte. Questão indígena Entre os objetivos da discussão estão os processos de retomada e demarcação de terras no país. Como explica o líder indígena Alberto Terena (à direita, na foto de Fabíola de Paula), que vive na aldeia Buriti, a 95 quilômetros de Campo Grande (MS), o impasse teve início após a Guerra do Paraguai, por volta de 1870: “No processo de delimitação da faixa de fronteira, o governo considerou a área onde vivia meu povo como ‘terra de ninguém’. Então vendeu aqueles territórios junto com os ocupantes. Nossa luta tem como objetivo corrigir esse grande erro do passado”. O antropólogo guarani-kaiowá Tonico Benitez (à esquerda) acrescenta que a injustiça histórica foi além da posse das terras: “Os indígenas eram considerados povos primitivos e incapazes, juridicamente desconhecidos. Profetizavam que nossos costumes e tradições iriam acabar. Por trás disso, havia uma discussão acadêmica, que hoje queremos desconstruir”. A Assembleia também discute o modo como a universidade pode se tornar aliada nas lutas que envolvem os direitos indígenas. “As universidades precisam oferecer uma formação que mostre o Brasil como ele é, e não como as elites querem mostrar. Os milhares de universitários de hoje comporão os setores que futuramente poderão resolver essa pendência", afirma Alberto Terena. Bosque da Música No fechamento da noite, o violeiro Paulo Freire, iniciado musicalmente com mestres do sertão de Urucuia, no Norte de Minas Gerais, apresenta o show Viola brasileira, entremeado por narrativas de causos sobre costumes e lendas do sertão. O Festival de Inverno da UFMG segue até o dia 26. Confira a programação. Para acompanhar as informações do Festival de Inverno da UFMG, acesse o site do evento ou as redes sociais: www.facebook.com/FestivalUFMG e www.twitter.com/FestivalUFMG.
A Grande Assembleia Aty Guasu, iniciada nesta segunda-feira, prossegue a partir das 14h de hoje, no auditório da Reitoria.
Às 18h, o Bosque da Música vai abrigar roda de conversa com representantes de ocupações urbanas e mais uma sessão de exibição de filmes do Cine Maloca. Em seguida, o coletivo Batucanto se apresenta no local. Com repertório que se distingue pela poesia peculiar e pela irreverência harmônica, o Batucanto é formado pelos cantores Chicó do Céu, Téo Nicácio e Raphael Sales. Influenciados por diversos gêneros musicais, eles se revezam nos vocais e instrumentos de cordas.