Projetos arquitetônicos e de apoio a pesquisas e estágios prometem intensificar e otimizar as atividades do Instituto Casa da Glória, em Diamantina, vinculado ao Instituto de Geociências da UFMG (IGC). Os objetivos principais são proporcionar melhores condições para a recepção de estudantes de geociências de todo o Brasil e abrir ainda mais a Casa às outras atividades acadêmicas, à comunidade de Diamantina e aos turistas. O Instituto e os projetos foram apresentados no último fim de semana ao reitor Jaime Ramírez e à vice-reitora Sandra Goulart Almeida, que se hospedaram no local. Eles foram acompanhados pelas professoras Marcia Machado e Vilma Macagnan, diretora e vice do IGC; Mariana Lacerda, diretora da Casa da Glória, e pela arquiteta Valéria Franco, também do IGC. Órgão complementar do IGC, o Instituto terá seus espaços redivididos. “É preciso otimizar o fluxo de estudantes, funcionários e visitantes, por isso será feita separação mais definida das áreas de hospedagem, administração, estudos e exposições”, explica a diretora do IGC. As primeiras intervenções serão as que visam atender às normas de segurança do Corpo de Bombeiros. Quanto à área externa, o objetivo é revitalizar os jardins e criar infraestrutura para convivência e estudos ao ar livre. Além disso, serão criados um café e um auditório com acesso pela rua. “Há grande demanda da comunidade para realização de eventos na Casa da Glória”, conta a diretora da instituição, Mariana Lacerda. Os projetos, ainda sem detalhamento, foram elaborados pela professora Vanessa Brasileiro, da Escola de Arquitetura da UFMG – que é credenciada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Os estudantes que frequentam a Casa da Glória vão se beneficiar também de dois convênios assinados neste ano com a Petrobras e destinados a apoiar a realização de estágios e pesquisas em geologia. O primeiro prevê recursos para infraestrutura e equipamentos para hospedagem, além do provimento de diárias para os alunos. O outro financia bolsas para estudantes de graduação e pós-graduação. Juntos, os convênios somam 5,5 milhões de reais. A vice-reitora Sandra Almeida destaca o potencial desse espaço em Diamantina para ações de ensino, pesquisa e extensão da UFMG e de outras universidades. “É fundamental o apoio à reestruturação do Instituto, não apenas pelo valor cultural e histórico da Casa da Glória, mas em razão das múltiplas atividades que poderemos realizar em Diamantina”, disse. Ícone da cidade A Casa da Glória, cujas edificações históricas são ligadas pelo famoso passadiço, foi residência dos intendentes do diamante e recebeu hóspedes como o geólogo alemão Ludwig Wilhelm von Eschwege, que mais tarde deu nome ao Centro de Geologia da UFMG. A partir da segunda metade do século 19, a casa funcionou como orfanato e educandário feminino. A Casa da Glória está estreitamente vinculada à identidade de Diamantina e foi o ícone da campanha para o reconhecimento da cidade como Patrimônio Mundial pela Unesco, em 1999. Um dos importantes eventos sediados no local é o Seminário da Economia Mineira, conhecido como Seminário de Diamantina, promovido pelo Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional (Cedeplar), da Faculdade de Ciências Econômicas da UFMG.
A instituição recebeu neste ano (até junho) 357 estudantes para estágios de mapeamento geológico, e 2634 visitantes - turmas escolares, moradores e turistas. Os estrangeiros vieram principalmente da França, Argentina, Estados Unidos e Alemanha. Entre julho de 2010 e março de 2014, foram mais de 5 mil hóspedes e 17 mil visitantes. A direção da Casa da Glória está resgatando dados históricos e vai criar, entre outros produtos, fôlderes para orientar as visitas e vídeos sobre a instituição.
Em 1979, o MEC adquiriu o conjunto para que a UFMG instalasse o Centro de Geologia Eschwege (CGE), o mais tradicional centro de ensino e treinamento em mapeamento geológico do Brasil. Criado pelo Conselho Universitário em 2001, o Instituto Casa da Glória, que inclui ainda a casa histórica da rua Silvério Lessa, abriga o CGE e também atende áreas como geografia, cartografia e turismo.
Diante da casa da rua Silvério Lessa, a partir da esquerda, com o reitor Jaime Ramírez e a vice Sandra Almeida (que estão à frente): a arquiteta Valeria Franco e as professoras Vilma Macagnan, Marcia Machado e Mariana Lacerda