Universidade Federal de Minas Gerais

Ewerton Martins Ribeiro/UFMG
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Participantes se reuniram na tenda Geodésica, no Bosque da Música

Mídia livre deve colaborar para construção de outro modelo de sociedade, defendem ativistas em encontro temático

quinta-feira, 24 de julho de 2014, às 16h01

No encontro temático sobre Mídias públicas e livres realizado na manhã desta quinta-feira no Bosque da Música, o fio condutor das discussões foi marcado por certo estado de suspensão de expectativas que adveio do surgimento e crescimento das chamadas mídias livres. Se, de um lado, existe a esperança de que essas novidades permitam uma reversão do cenário oligopolista da grande mídia atual, por outro, paira entre os ativistas da área a desconfiança de que tal transição não é certa.

“Estamos diante de uma possível mudança da lógica midiática, algo que emergiu com o fim do monopólio de distribuição de informação", pontuou o jornalista Israel do Vale, assessor de comunicação do Festival, na abertura do debate, ao destacar a contribuição que iniciativas como o midialivrismo têm dado à expansão das percepções que a sociedade forma sobre os acontecimentos sociais contemporâneos.

Manoel J. de Souza Neto, ativista e editor do Observatório da Cultura, é mais cético. Ele afirmou que uma mudança na estrutura da grande mídia, controlada hoje por poucos grupos, passa necessariamente por uma transformação no modelo social, quadro não está claramente delineado.

Na visão de Manoel de Souza Neto, para haver mudanças, o sistema teria que ser transformado. “O problema é continuar achando que a grande mídia tem uma função”, disse o ativista. “A única função da grande mídia é manter o controle. Portanto, não dá para manter o modelo, por meio do qual o sistema de opressão se sustenta”, afirmou. Nesse sentido, defende Manoel, um caminho possível para quem trabalha com produção de conteúdo é dominar toda a cadeia produtiva.

O “debate-papo” sobre mídias públicas e livres se deu em formato horizontal, em que tanto os convidados quanto a plateia tiveram a mesma oportunidade de falar. O público era formado por estudantes de comunicação, de artes visuais, de ciências sociais, letras e engenharia de produção, além de professores, documentaristas, midialivristas, ativistas, coordenadores de GTs, pesquisadores, entre outros.

Avanços
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Manoel Neto: única função da grande mídia é manter o controle

A pluralidade de opiniões marcou o encontro. Para Maria Rita Casagrande, responsável pelo site Blogueiras Negras, há de fato uma revolução no ambiente de mídia, e avanços já foram alcançados. “Hoje, qualquer um pode produzir mídia no país. São pessoas que estão contando a própria história. Nas manifestações, por exemplo, muitas vezes é a própria pessoa que está apanhando da polícia nas ruas que conta a sua história e as dos que estão ao seu lado. Então acredito que é possível, sim, bater de frente com a grande mídia e alcançar alguma coisa”, afirmou a responsável pelo GT Ocupa Boletim.

Maria Rita citou o caso do blog que coordena. “Se não contássemos a nossa história, o antigo estereótipo negro seria um estereotipo eterno. Mas estamos conseguindo, a partir da mídia livre, romper com isso”, afirma.

Com apenas 15 anos, o jovem Glauberth Silva Reis, que integra um projeto de criação de narrativas midiáticas da Associação Metropolitana dos Estudantes Secundaristas da Grande Belo Horizonte (Ames-BH), percebe na grande mídia uma instituição que não corresponde às suas expectativas. “A mídia está sendo usada para a manipulação, não para informação. Daí a importância das mídias livres”, disse.

Para ilustrar seu pensamento, Glauberth cita a situação em que um repórter de televisão vai entrevistar um personagem sobre um determinado assunto e faz a gravação diversas vezes, direcionando as respostas do entrevistado e editando a situação da entrevista para que ela se ajuste ao recado que estrategicamente se quer passar.

A jornalista Júlia Moysés, por sua vez, desconfia da existência de uma real capacidade de se romper com esse modus operandi tradicional que colabora com a manutenção do status quo. “Estamos preparados para imaginar um mundo sem estruturas de poder? Acho que ainda não. Ainda estamos condicionados a entender o mundo dentro dessas relações de poder. Percebemos isso na própria relação que estabelecemos com essas mídias livres. Muitas vezes, elas próprias flertam com as estruturas existentes”, pontuou.

Júlia Moysés destacou ainda que a questão passa não só pelo estabelecimento de novas formas e processos de se produzir conteúdo, mas também, e principalmente, pelos conteúdos que se vai produzir. “A mídia livre precisa estar a serviço da construção de outra sociedade possível”, disse.

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