O movimento em favor do acesso livre à informação científica cresce no mundo todo, e um modelo de interoperabilidade envolvendo bibliotecas e repositórios digitais é apontado como alternativa para disseminar e consolidar a produção científica dentro e fora dos países. Para falar sobre o assunto, o Café Controverso de amanhã (sábado, 6) recebe o pesquisador e professor da Escola de Ciência da Informação da UFMG Hélio Kuramoto. Com o tema Open Access x dependência científica, o evento será realizado na cafeteria do Espaço do Conhecimento UFMG. Na ocasião, Kuramoto, que é aposentado pelo Instituto Brasileiro de Ciências da Informação e Tecnologia, vai explicar o que é a iniciativa de arquivos abertos e o modelo Open Access, discutindo a viabilidade de implementação da proposta no Brasil. O movimento de apoio ao acesso livre à informação científica propõe, portanto, a definição de aspectos técnicos e de suportes organizacionais para estruturas que se comuniquem e que sejam acessíveis, em âmbito global, por meio de modelos de publicação aberta. “Através do Open Access, as informações científicas podem ser acessadas por qualquer pessoa, de qualquer parte do mundo, sem a necessidade de recorrer à assinatura de revistas ou às agências nacionais, como a Capes”, afirma o professor. Kamuroto defende veementemente a adoção do modelo no Brasil: “Não sei por que o governo brasileiro ainda não fez os investimentos necessários para a adoção do Open Access. Essa postura destoa do movimento mundial e até mesmo de nossos vizinhos da América Latina, como a Argentina e o Peru”. A edição de amanhã do Café Controverso terá início às 11h. O Espaço do Conhecimento UFMG fica na Praça da Liberdade, 700. Mais informações no site do Espaço. (Assessoria de Imprensa do Espaço do Conhecimento UFMG)
De acordo com o professor, o movimento pelo livre acesso surgiu após aumento significativo nos custos das assinaturas de revistas cientificas, que até hoje são o insumo de muitas instituições. “As revistas de maior prestígio se tornaram as mais adquiridas pelas instituições, o que fez que seus editores aumentassem exorbitantemente o preço de suas assinaturas. Assim, no início dos anos 2000, iniciou-se um movimento em busca de alternativas para garantir o acesso a esses materiais, o que culminou na proposição do modelo de “Arquivos abertos”, ou “Open archives”.