Universidade Federal de Minas Gerais

Décima sexta edição discutirá fatos, personalidades e movimentos que marcaram a história do Brasil e do mundo

terça-feira, 9 de setembro de 2014, às 10h48

Datas marcantes como o centenário da Primeira Guerra Mundial, os 200 anos da morte de Aleijadinho e os 50 anos do golpe militar de 1964 são alguns dos motes que definem a programação do Seminário sobre a Economia Mineira, em Diamantina, que neste ano chega à 16ª edição.

Com o tema Repensando o Brasil, o evento reunirá, de 15 a 20 de setembro, cerca de 700 participantes, entre pesquisadores, profissionais e estudantes de diversas áreas do conhecimento. Estão confirmadas as presenças de onze convidados internacionais, de países como França, Inglaterra, Portugal, Argentina e Estados Unidos.

A programação também faz menção a outros fatos históricos, como os 70 anos do assassinato do historiador francês Marc Bloch em campo de concentração nazista; a publicação da primeira obra de Celso Furtado, Economia Brasileira, em 1954; os 30 anos da Campanha das Diretas Já; e as duas décadas do Plano Real. O objetivo, de acordo com o coordenador do Seminário, professor João Antonio de Paula, é transformar essas datas “em momentos de reflexão, balanço e revisão crítica”.

Além de 20 mesas-redondas, três conferências e dois cursos especiais, serão discutidos os quatro campos de pesquisa cobertos pelo Seminário – História Econômica e Demografia Histórica, Economia, Demografia e Políticas Públicas – em 17 sessões temáticas e por meio da apresentação de trabalhos e pôsteres selecionados, de autoria de pesquisadores de todo o país.

Para o coordenador, o crescente número de pesquisas, cujos autores e temas não se restringem a Minas Gerais, evidencia a relevância do evento, realizado pelo Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional (Cedeplar) da UFMG a cada dois anos, desde 1982. Também integram a programação exposições, eventos musicais e lançamentos de livros.

O Seminário será aberto no dia 17, às 8h30, pelo reitor Jaime Ramírez. Confirmaram presença na solenidade os ministros Clélio Campolina, de Ciência, Tecnologia e Inovação, e Mauro Borges Lemos, de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, ambos professores da UFMG. Também irão compor a mesa de abertura o diretor da Faculdade de Ciências Econômicas, Reynaldo Maia Muniz; o diretor do Cedeplar, Cássio Turra; e o reitor da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Pedro Angelo Almeida Abreu, entre outras autoridades.

De acordo com o professor Cássio Turra, ao longo dos 32 anos de existência, o Seminário manteve características comuns a todas as edições, como a preocupação em discutir temas de interesse não apenas de Minas Gerais, mas também de abrangência nacional e internacional, e a busca por uma abordagem multidisciplinar, “o que reflete o perfil do Cedeplar, que integra diferentes áreas do conhecimento, como economia, demografia e história, no estudo e na resolução dos problemas de pesquisa”. Ele cita ainda como características do evento a reflexão sobre temas que marcaram a história do Brasil e a preocupação em debater o desenvolvimento de Minas Gerais.

Referências históricas
Ao se referir às datas lembradas na programação, João Antonio de Paula comenta que os 50 anos do golpe militar de 1964 terão destaque no seminário, por meio de exposição, mesa-redonda e conferência. No dia 18, às 9h, a mesa Brasil 1964-2014: economia e política reunirá os expositores Carlos Eduardo Carvalho (PUC SP), Fernando Filgueiras (UFMG) e Fábio Freitas, da UFRJ, sob a coordenação de Ana Flávia Machado (UFMG). No mesmo dia, às 18h, o jornalista José Maria Rabêlo e o professor José Paulo Netto, da UFRJ, farão conferência sobre o golpe de 1964, sob a coordenação de Daniel Aarão Reis, da Universidade Federal Fluminense (UFF). O golpe também será tema da exposição 1964: Bibliografia, com curadoria de João Antonio de Paula e produção de Fabrício Fernandino, professor da Escola de Belas Artes da UFMG.

Na exposição, João Antonio de Paula propõe uma narrativa sobre o golpe, utilizando-se de livros e revistas publicados antes e depois de 31 de março de 1964. “São registros da complexa trama de determinações que estão na gênese tanto do golpe, quanto de seus desdobramentos imediatos”, informa. “A mostra busca ser um painel compreensivo e abrangente das tensões, conflitos, classes, conceitos, projetos e interesses que marcaram a sociedade brasileira nos anos 1950/60”, acrescenta.

A exposição distribui as obras em 14 vitrines, cujo conteúdo está descrito em catálogo que será lançado no evento. “As pessoas não poderão manusear as obras, mas assistirão a vídeo com as capas e imagens internas dos livros selecionados”, explica Fabrício Fernandino. Ele comenta que a marca da mostra, “uma tarja cinza com a data 1964 caindo pesadamente sobre a imagem de um mar de montanhas” remete àquela “interferência brutal sobre a paisagem política brasileira”.

Clima favorável
Evento singular no país na área de economia, pelo formato e pela abrangência de temas, o Seminário de Diamantina deve muito de seu sucesso à cidade que o abriga, pondera João Antônio de Paula. Ele destaca aspectos como a combinação de abordagens variadas no campo das ciências sociais, o desenho que incorpora e valoriza apresentações artísticas e culturais, bem como o convite à aproximação das pessoas, em um cenário que guarda muito da história e da cultura brasileiras.

Alguns desses elementos históricos terão destaque na noite do dia 17, no concerto de órgão que se realizará na Igreja do Carmo, às 19h30. Na quinta, dia 18, haverá show do Chico Amaral Quinteto, e, na sexta, a Geraes Big Band, da UFMG, encerra a programação.

As três exposições que poderão ser vistas de 15 a 22 de setembro são formas peculiares de repensar o Brasil, comenta Fabrício Fernandino. A mostra Quadrilátero Ferrífero: do desbravamento ao geopark tem conteúdo histórico e geológico apresentado em grandes painéis verticais. “Pode-se dizer que ela propicia uma viagem no tempo em duas escalas: a evolução do conhecimento geológico do Quadrilátero Ferrífero e sua importância como patrimônio geológico”, explica a professora Maria Márcia Magela Machado, diretora do Instituto de Geociências (IGC) da UFMG.

Ela diz que, ao divulgar em linguagem acessível informações sobre história, geologia, geodiversidade e o patrimônio geológico do Quadrilátero Ferrífero, a intenção é promover o conhecimento da geologia e sensibilizar a comunidade para reconhecer a importância científica, didática, paisagística/estética e sociocultural da região, “além da econômica já amplamente conhecida”.

A pesquisa para composição do conteúdo, seleção de imagens e o texto final foram desenvolvidos pelas professoras do IGC, Maria Márcia Magela Machado e Úrsula de Azevedo Ruchkys, que integram o Comitê Científico do Geopark QF e coordenam o Centro de Referência em Patrimônio Geológico do Museu de História Natural e Jardim Botânico da UFMG. A organização estética do conteúdo da mostra é de autoria de Najla Mouchrek.

A terceira exposição é composta por 12 reproduções de aquarelas ampliadas em alta resolução de autoria do professor Mário Zavagli, da Escola de Belas Artes da UFMG. “Trata-se de material idêntico à aquarela, que não se configura mais como tal, e sim como gravuras, obtidas por tecnologia de escaneamento digital”, descreve o curador, Fabrício Fernandino.

“Encontra-se também nas imagens um modo de repensar o Brasil, em uma exposição artística que aborda as montanhas magníficas da Serra do Espinhaço e revê a natureza exuberante do Cerrado, em um trabalho magistral do autor, em proposta contemporânea de aquarela”, descreve Fernandino, lembrando que Mário Zavagli refaz as aquarelas dos viajantes, “usando altíssima tecnologia para reproduzir uma técnica renascentista”.

Cursos
O Seminário será antecedido pela realização de dois cursos especiais. O Curso I – 2ª Escola de Primavera Intérpretes do Brasil aborda a contribuição de intelectuais de destaque – escritores, artistas, arquitetos, militantes políticos – para a interpretação da realidade brasileira. Especialistas convidados vão abordar a visão de país explicitada nas obras de Mário de Andrade, Ciro Flamarion Cardoso, Milton Santos, Tristão de Athayde, Oscar Niemayer e Octávio Brandão. Segundo os organizadores, trata-se de “variada gama de perspectivas que possibilitam reconstituir a realidade brasileira em suas complexas determinações”.

Coordenado pelo professor Roberto Monte-Mór, da UFMG, o Curso II – ­Planejamento e Desenvolvimento Regional e Urbano tem o objetivo de apresentar elementos teóricos que orientam o planejamento do desenvolvimento regional e urbano para discutir o contexto mineiro e brasileiro. Apresenta uma introdução às teorias clássicas da localização e do crescimento urbano-regional e tendências contemporâneas do planejamento, ressaltando aspectos relevantes para sua aplicação no contexto de economias e sociedades urbano-rurais periféricas.

Evento: Seminário sobre a Economia Mineira
Período: 15 a 20 de setembro, em Diamantina
Realização: Cedeplar/Face
Correalização: Ipead/Face
Patrocínio: BNDES, BDMG, Banco do Nordeste, ABDI, Apex Brasil e Petrobras
Apoio: IGC, Capes, CNPq, Fapemig, CeasaMinas, Ipea, UFVJM e Prefeitura de Diamantina

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