Universidade Federal de Minas Gerais

Golpe de 64, montanhas mineiras e geologia do Quadrilátero Ferrífero motivam exposições de arte

quinta-feira, 11 de setembro de 2014, às 5h56

Os participantes do 16º Seminário sobre a Economia Mineira terão a oportunidade de visitar três exposições de arte, em Diamantina, que propõem formas peculiares de repensar o Brasil. As mostras serão montadas no Instituto Casa da Glória, e a visitação será aberta ao público.

Na exposição 1964: Bibliografia, os professores João Antonio de Paula e Fabrício Fernandino compõem uma narrativa sobre o golpe civil-militar de 1964, com base em livros e revistas publicados antes e depois do 31 de março daquele ano. João Antonio é o curador da exposição, e Fabrício Fernandino é o responsável pela produção. A mostra estará em cartaz nos dias 17, 18 e 19, e em seguida será montada no campus Pampulha.

Quadrilátero Ferrífero: do desbravamento ao geopark, por sua vez, vai apresentar, em linguagem acessível e por meio de grandes painéis verticais, informações sobre a história, a geodiversidade e o patrimônio geológico do Quadrilátero Ferrífero. Pesquisa, seleção de imagens e texto da mostra foram produzidos por Maria Marcia Magela Machado e Úrsula Ruchkys de Azevedo, professoras do Instituto de Geociências. A expografia é da designer Najla Mouchrek. Quadrilátero Ferrífero entra em cartaz no dia 15 e poderá ser visitada até o fim de setembro.

Mario Zavagli, professor da Escola de Belas Artes, leva a Diamantina a sua exposição Gravuras. A mostra é composta de 12 reproduções, ampliadas e em alta resolução, de aquarelas de sua autoria, que retratam a Serra do Espinhaço, na fronteira de Minas Gerais com a Bahia. A exposição, que tem curadoria de Fabrício Fernandino, estará em cartaz no início do seminário (15/9) e segue montada até o dia 10 de outubro.

A impressão do golpe
A exposição 1964: Bibliografia pretende ser um abrangente painel dos conflitos, das tensões e dos interesses que marcaram a sociedade brasileira nos anos 1950 e 1960. As obras apresentadas contemplam período que vai do suicídio de Getúlio Vargas, em 1954, aos primeiros anos pós 1964, momento da história brasileira em que houve as primeiras tentativas de interpretar o golpe – e surgiram iniciativas de luta contra a ditadura.

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Livros e revistas de uma coleção particular estarão distribuídos em 14 vitrines, e seus conteúdos serão apresentados em vídeos. “Buscar compreender aquele processo [do golpe de 1964] é, para a Universidade, tanto um dever de ofício, como, decisivamente, um gesto de denúncia das iniquidades cometidas pela ditadura civil-militar”, afirma o curador da exposição, João Antonio de Paula. “Igualmente veemente é buscar a afirmação da democracia, da liberdade, da verdade, da justiça, da solidariedade como valores essenciais”, diz.

Um catálogo com o conteúdo exposto será lançado durante a mostra. “Esta exposição pretende lembrar fatos dolorosos, que não podem cair no esquecimento, pois a memória é um modo de resistir e projetar um futuro melhor”, defende-se no volume. A exposição é uma homenagem a ex-alunos da Faculdade de Ciências Econômicas da UFMG que foram assassinados pela ditadura.

Cultura de ferro
A mostra Quadrilátero Ferrífero: do desbravamento ao geopark expõe a evolução do conhecimento geológico sobre a região e sua importância como patrimônio científico. Aborda também os principais personagens relacionados à sua história, como os naturalistas estrangeiros que aportaram no Quadrilátero durante o século 19.

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Para as organizadoras, o patrimônio científico apresentado na exposição possibilita a compreensão dos processos de evolução da história geológica da Terra. Marcia Machado e Úrsula Ruchkys integram o Comitê Científico do Geopark Quadrilátero Ferrífero e coordenam o Centro de Referência em Patrimônio Geológico (CRPG) do Museu de História Natural e Jardim Botânico (MHNJB) da UFMG.

“Para rastrear a origem do processo [de constituição do Quadrilátero Ferrífero], retrocedeu-se até o Brasil colônia, as ‘entradas’ no território mineiro em busca de pedras e metais preciosos”, explica Marcia Machado, que é diretora do Instituto de Geociências da UFMG. A partir daí, a exposição passa pela descoberta do ouro no fim do século 17, pelo declínio progressivo da extração nas últimas décadas do século 18 e pelo consequente investimento em pesquisas científicas sobre a constituição dos terrenos do Quadrilátero, que visava à descoberta de novos recursos minerais.

Imagens da terra
No século 19, pintores e desenhistas estrangeiros participavam de expedições científicas e missões diplomáticas no Brasil a fim de registrar para seus países nossa diversidade de fauna, flora e geologia. Trabalhavam principalmente com a técnica da aquarela, devido à praticidade da secagem rápida e do transporte fácil. A seguir, a litografia possibilitou melhor reprodução, com rapidez e facilidade dessas obras em numerosas cópias. “Muitos artistas tiveram suas obras convertidas em gravuras e levaram suas imagens do Brasil às principais capitais europeias, criando e alimentando o mito do paraíso tropical”, conta o texto de apresentação da exposição de Mário Zavagli, que em sua mostra homenageia essa tradição dos artistas viajantes.

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Gravuras é constituída de 14 painéis: dois de apresentação e 12 com gravuras naturalísticas de paisagens montanhosas de Minas Gerais, produzidas entre 2013 e 2014 em técnica “giclée print” – que representa grande evolução em relação à litografia. Fabrício Fernandino, curador da exposição, explica que as reproduções de Mario Zavagli, ainda que idênticas às aquarelas originais, já não são mais aquarelas: são gravuras, obtidas graças a altíssima tecnologia de escaneamento digital, por meio da qual se reproduz uma técnica renascentista.

“É uma exposição que fala das montanhas magníficas da Serra do Espinhaço, revendo a natureza exuberante do Cerrado, em um trabalho magistral do autor, dentro de uma proposta contemporânea de aquarela”, diz o curador. “Encontra-se, nas imagens, também um modo de repensar o Brasil”, afirma.

Além de artista, Mario Zavagli é professor dos ateliês de pintura da Escola de Belas Artes. Realizou 36 exposições individuais e participou de mostras coletivas e de salões de arte em países como Alemanha, Argentina, Áustria, Bélgica, Espanha, França, Grécia e Portugal.

(Ewerton Martins Ribeiro)

Serviço
Exposição: 1964: Bibliografia
De 17 a 19 de setembro

Exposição: Quadrilátero Ferrífero: do desbravamento ao geopark
De 15 a 30 de setembro

Exposição: Gravuras
De 15 de setembro a 10 de outubro

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