Universidade Federal de Minas Gerais

Pesquisa analisa fluxos de trabalhadores pendulares na Grande BH; grupo quintuplicou em 30 anos

sexta-feira, 12 de setembro de 2014, às 9h54

A chamada mobilidade pendular – trajeto frequente e repetitivo entre residência e trabalho – na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) passou por importantes alterações nas últimas três décadas, constata artigo que será apresentado pelos pesquisadores Breno de Pinho e Fausto Brito, no 16º Seminário sobre a Economia Mineira, em Diamantina, na próxima semana.

"Em termos relativos, os trabalhadores pendulares passaram de 11% da população ocupada para 21%, na comparação entre os anos de 1980 e 2010", informa o estudo. Do ponto de vista absoluto, isso significa que o número de pessoas que precisam se deslocar entre municípios da Região Metropolitana para chegar ao trabalho aumentou de 102,3 mil para 501,1 mil.

A pesquisa demonstra que os fluxos pendulares entre os próprios municípios da periferia da região também contribuíram para ampliar a mobilidade cotidiana de trabalhadores. "Os fluxos de trabalhadores entre os municípios periféricos passaram de 12% para 22% dos deslocamentos pendulares metropolitanos, na comparação entre os anos de 1980 e 2010, correspondendo, em termos absolutos, a um salto de 12,7 mil para 111,8 mil trabalhadores pendulares”, informam os autores.

Nesse período, ampliou-se a interação periferia-núcleo metropolitano e entre os próprios municípios periféricos, ao passo que o crescimento dos fluxos pendulares de trabalhadores acompanhou o intenso deslocamento residencial da população e de atividades econômicas para os municípios mais afastados do centro da metrópole.

Breno de Pinho e Fausto Brito mostram que “tal processo de desconcentração espacial contribuiu para a constituição de mercado de trabalho metropolitano espacialmente fragmentado e articulado, na relação entre a oferta e a demanda de mão de obra”.

Corredores
No período analisado pela pesquisa, os autores constataram a formação de seis corredores pendulares principais. Os dois maiores são os fluxos de saída dos vetores Alto Oeste e Norte Central em direção ao núcleo metropolitano. Os outros quatro, médios, são os fluxos de saída do vetor Leste e Baixo Oeste em direção ao núcleo metropolitano; os de saída de Belo Horizonte em direção ao vetor Alto Oeste; o de troca entre os próprios municípios do vetor Alto Oeste.

“O conjunto desses corredores respondia por 82,6% dos deslocamentos pendulares metropolitanos em 1980. E, apesar de declinar, respondeu ainda por 74% dos fluxos pendulares em 2010”, comparam Breno de Pinho e Fausto Brito.

A redução na participação relativa desses corredores principais na conformação dos fluxos de trabalhadores pendulares metropolitanos se deve, segundo o estudo, “a uma trajetória de crescimento de fluxos pendulares cada vez mais dispersos no interior da área metropolitana, cujo tamanho populacional, apesar de contar com menor número de pessoas nas diversas direções, revela sua importância no conjunto dos deslocamentos cotidianos”.

Assim, a estrutura espacial do mercado de trabalho da RMBH, cuja evolução se associa a uma rápida desconcentração espacial da população em favor da periferia, acompanhada por uma desconcentração menos célere das oportunidades de emprego, “passa a ser cada vez mais caracterizada não pela redução da intensidade ou perda de importância dos deslocamentos pendulares, mas pela profusão desses fluxos cotidianos de trabalhadores”.

O estudo considera a distribuição dos municípios da Grande BH em núcleo metropolitano e vetores de expansão urbana, formando as seguintes unidades: Núcleo metropolitano, representado por Belo Horizonte; Vetor Norte (Baldim, Capim Branco, Confins, Jaboticatubas, Nova União, Lagoa Santa, Matozinhos, Pedro Leopoldo e Taquaraçu de Minas); Vetor Norte Central (Ribeirão das Neves, Santa Luzia, São José da Lapa e Vespasiano); Vetor Leste (Caeté e Sabará); Vetor Baixo Oeste (Ibirité, Mário Campos e Sarzedo); Vetor Alto Oeste (Betim e Contagem); Vetor Sul (Brumadinho, Itaguara, Nova Lima, Raposos, Rio Acima, Rio Manso e Itatiaiuçu); Vetor Sudoeste (Esmeraldas, Florestal, Igarapé, Juatuba, Mateus Leme e São Joaquim de Bicas).

Betim-Contagem
Na área periférica, o estudo destaca o caso dos municípios Contagem e Betim, do vetor Alto Oeste, cuja economia, “marcada pelo crescimento dos empreendimentos industriais, tornou-se mais complexa, consolidando um mercado de trabalho setorialmente mais diversificado na periferia metropolitana”.

Segundo a pesquisa, esse vetor ofereceu mais oportunidades de emprego para a população residente e atraiu pessoas de outras partes da área metropolitana, “transformando a região no segundo principal destino dos trabalhadores pendulares metropolitanos”. Em 1980, era local de trabalho de 11% da população metropolitana ocupada, aumentando, em 2010, para 19%, quando passou a contar com quase 450 mil indivíduos empregados. No mesmo período, o número de trabalhadores pendulares se deslocando na direção dos municípios do vetor respondeu por cerca de um quarto da mobilidade pendular metropolitana.

O vetor Alto Oeste é, ao mesmo tempo, origem e destino de grandes fluxos de trabalhadores pendulares. Na comparação entre os anos de 1980 e 2010, a razão entre o total de ocupados residentes no vetor Alto Oeste e o total de ocupados nos seus municípios passou de 0,92 para 0,94, “o que indica a importância exercida por esse vetor no processo de redistribuição espacial da população e de atividades econômicas na área metropolitana”, analisam os autores do estudo.

(Ana Rita Araújo)

Artigo: Local de residência e local de trabalho na RMBH: uma análise comparada entre os anos de 1980 e 2010
Autores: Breno de Pinho, doutorando em Demografia, e Fausto Brito, professor e pesquisador do Cedeplar

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