Universidade Federal de Minas Gerais

Historiador analisa protagonismo civil no golpe de 64

sexta-feira, 19 de setembro de 2014, às 15h25

O regime que se estabeleceu no Brasil a partir do golpe de 1964 foi, durante muito tempo, caracterizado como uma “ditadura militar”. No entanto, a discussão realizada na mesa-redonda O golpe de 1964, na noite de ontem, elucidou que o segmento civil “não apenas apoiou, mas foi protagonista do golpe”, como afirmou o historiador Daniel Aarão Reis, da Universidade Federal Fluminense (UFF).

“Uma série de evidências aponta o protagonismo civil, mas a ocultação desse aspecto prevalece historicamente para legitimar o discurso dos militares”, disse Aarão Reis. Segundo o pesquisador, instâncias como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) emitiram, na ocasião, nota oficial de apoio à investida. “Poucos sabem que o político e advogado Ulysses Guimarães, figura que mais tarde se transformaria em uma liderança marcante da oposição à ditadura, organizou uma das marchas da Família com Deus pela Liberdade, em 19 de março de 1964”, afirmou Reis.

A segunda questão suscitada pelo historiador diz respeito à chamada “tese dos dois demônios”, que ainda prevalece correntes da historiografia sobre o tema. Ela postula que o golpe foi resultado do entrechoque de forças igualmente antidemocráticas, de esquerda e direita. Segundo Aarão Reis, a tese é questionável, porque, em sua visão, as forças de esquerda desejavam introduzir mudanças democratizantes em um país elitista e autoritário.

Além disso, aproximadamente metade dos adultos brasileiros não participava do jogo político, porque eram analfabetos. “As reformas de base queriam a ‘redemocratização da democracia’. Comparar esse ideal com o das forças que golpearam a lei e a ordem me parece contrariar as evidências”, destacou.

Paralisia
Como explicou Aarão Reis, a versão dominante sobre o sucesso do golpe é de que “as direitas eram muito mais fortes e as esquerdas, frágeis ao extremo”, concepção da qual discorda. “As coisas não foram tão simples assim", afirma o historiador. Para ele, a dinâmica dos movimentos populares brasileiros era muito pouco autônoma e organizada. Por isso, quase não houve resistência efetiva. “As lideranças de esquerda ficaram paralisadas, pois, assim como a direita, elas tinham medo da deflagração de uma guerra civil. Além do mais, a República não era entendida como algo por que valeria a pena lutar”, acrescentou.

O jornalista José Maria Rabêlo, que também participou do debate, lembrou a interferência norte-americana no movimento que resultou no golpe. “Todos os setores conservadores queriam acabar com os movimentos populares. No âmbito internacional, havia o temor de uma tomada do poder pelos revolucionários, como havia ocorrido em Cuba, cinco anos antes”, explicou.

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