Abordagem crítica acerca dos debates teóricos que focalizam questões ligadas à saúde, demografia e características genético-biológica dos povos indígenas no Brasil na segunda metade do século passado será apresentada no campus Pampulha, nesta quarta-feira, 8, pelo professor Ricardo Ventura Santos, do Departamento de Antropologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Aberta ao público, a palestra Demografia, variabilidade biológica e povos indígenas: uma análise socioantropológica acerca dos debates científicos sobre mortalidade indígena na Amazônia (1950-80) será realizada às 14h, no auditório 2 da Faculdade de Ciências Econômicas (Face). Pesquisador da Fiocruz, Ricardo Ventura Santos explica que, em 1992, Francis Black, da Yale University, publicou na revista Science trabalho intitulado Why did they die?, que faz referência aos 500 anos da chegada dos europeus ao continente americano e sintetiza suas teorias – resultantes de mais de 30 anos de pesquisas na Amazônia – sobre as relações entre genética, demografia e imunologia dos povos ameríndios. “Numa perspectiva histórico-antropológica, apresento uma abordagem crítica sobre os debates teóricos que focalizaram questões ligadas à saúde, demografia e características genético-biológica dos povos indígenas no Brasil”, antecipa o pesquisador. Segundo ele, o foco principal da palestra serão as pesquisas realizadas por médicos e geneticistas de 1960 ao fim do século 20, que tiveram em Black um de seus expoentes. “Os debates sobre as relações entre mortalidade indígena e seus determinantes serão inseridos no cenário sociopolítico da segunda metade do século 20, incluindo a temática dos direitos indígenas no contexto dos governos militares dos anos 1960 e 1970”, completa.