Universidade Federal de Minas Gerais

Foca Lisboa/UFMG
foto%20ureia%20aditivada.jpg
Luzia Modolo e Ângelo de Fátima (nas extremidades) com estudantes envolvidas no projeto

Pesquisa da UFMG potencializa efeito da ureia como fertilizante

quarta-feira, 19 de novembro de 2014, às 5h54

Equipe de pesquisadores da UFMG acaba de sintetizar um produto que consegue melhorar o desempenho da ureia, um dos fertilizantes nitrogenados mais utilizados na agricultura mundial.

“Queríamos desenvolver uma substância que agregasse valor ao fertilizante, aumentando sua eficiência e reduzindo custos”, explica a professora Luzia Valentina Modolo, do Departamento de Botânica do ICB. Ela integra o grupo que, desde 2010, pesquisa moléculas capazes de aumentar a captação de nitrogênio pelas plantas, contribuindo para a diminuição da quantidade de ureia usada nas plantações.

O aditivo demonstrou bons resultados em experimentos em ambientes de plantio controlado, conhecidos como casa de vegetação. O trabalho foi desenvolvido em conjunto com o pesquisador Ângelo de Fátima, do Departamento de Química da UFMG, responsável pela síntese do aditivo. “Trata-se de uma substância estruturalmente análoga à ureia. Quando utilizada nas plantações, o fertilizante normalmente é aplicado na superfície do solo e absorvido pela raiz da planta. A substância que sintetizamos possibilita otimizar o uso da ureia”, afirma Luzia Modolo.

Depois que as moléculas são sintetizadas, o aditivo é aplicado na superfície do fertilizante para revestir cada pérola de ureia. Com essa aplicação, o aditivo inibe a ação de enzimas ureases produzidas por micro-organismos do solo que fazem aumentar a perda, para a atmosfera, do nitrogênio que deveria ser absorvido pela planta.

"Nosso aditivo inibe a enzima que faz o nitrogênio da ureia se perder na atmosfera, na forma de amônia (NH3), sem ter sido absorvido pela planta. Ela retarda a hidrólise do fertilizante, processo que quebra as ligações químicas da ureia – (NH2)2CO – por meio da adição de água sob a ação das ureases. Ao aumentarmos a eficiência de aproveitamento do nitrogênio pela planta, ela mesma cresce melhor e evitamos que a amônia, um poluente, seja lançada na atmosfera”, explica o professor Ângelo de Fátima.

Os pesquisadores já desenvolveram três moléculas capazes de melhorar o uso da ureia pelas plantas. O passo seguinte é aumentar a escala de produção, passando do âmbito laboratorial (em gramas) para o industrial (em quilos). O aditivo já foi testado em plantas de milheto, que possuem ciclo de vida curto, o que favorece a observação da atuação do composto durante toda a vida da planta. Os próximos testes serão feitos em culturas agrícolas perenes, como o café, e em culturas anuais, a exemplo do milho.

Algumas características fazem da ureia um dos fertilizantes mais usados do mundo. Além de ser mais atrativa economicamente, ela não é de uso controlado, por não ser empregada na fabricação de explosivos, como é o caso de outros fertilizantes nitrogenados disponíveis no mercado. Os resultados da pesquisa mostram que o aditivo desenvolvido para revestimento de pérolas de ureia é eficiente.

Para Luzia Modolo, como a agricultura tem forte participação no PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil, o desenvolvimento de aditivos agrícolas deve ser realizado constantemente. “Já existe um produto comercial que exerce a função de inibidor de ureases, mas ele é importado. O Brasil não produz nada do gênero, daí o pioneirismo de nossa pesquisa”, destaca. Ângelo de Fátima destaca outras vantagens do uso do aditivo. “Além de diminuir a emissão de nitrogênio, ele diminui custos da produção agrícola, pois se gasta menos com fertilizantes”, analisa.

Em rede
O desenvolvimento das três moléculas otimizadoras do aproveitamento do nitrogênio da ureia pelas plantas é resultado de trabalho que começou com a criação da Rede de Estudos para o Desenvolvimento de Novos Inibidores de Urease (Redniu). O grupo, coordenado por Luzia Modolo e Ângelo de Fátima, conta com pesquisadores de quatro estados brasileiros, além de especialistas da Embrapa Milho e Sorgo, de Sete Lagoas, em Minas Gerais, e da Embrapa Rondônia.

A rede já possui banco de potenciais inibidores de urease com mais de 500 moléculas sintetizadas e duas patentes depositadas, uma requerida pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) e outra pela UFMG. Uma terceira patente está em tramitação. “Agora desejamos que a pesquisa resulte em produto que vá para as prateleiras como insumo agrícola”, diz Luzia Modolo.

O trabalho, que contou ainda com a participação de alunos de graduação e pós-graduação do ICB e do ICEx, foi reconhecido no Congresso FertBio 2014, realizado em Araxá em setembro deste ano. O prêmio foi concedido pelo International Plant Nutrition Institute (IPNI Brasil), na área de Nutrição de Plantas. O artigo também rendeu a uma das autoras, a estudante de pós-graduação Lívia Pereira Horta, o prêmio IPNI na categoria Jovem Pesquisador 2014.

Artigo: Aldeídos fenólicos de origem natural como plataforma para o desenvolvimento de novos inibidores de urease Organizado por Cassandra Pereira França
Autores: Lívia Pereira Horta, Ângelo de Fátima, Yane Campolina Cachuite Mota e Luzia Valentina Modolo.

(Luana Macieira/Boletim 1885)

05/set, 13h24 - Coral da OAP se apresenta no Conservatório, nesta quarta

05/set, 13h12 - Grupo de 'drag queens' evoca universo LGBT em show amanhã, na Praça de Serviços

05/set, 12h48 - 'Domingo no campus': décima edição em galeria de fotos

05/set, 9h24 - Faculdade de Medicina promove semana de prevenção ao suicídio

05/set, 9h18 - Pesquisador francês fará conferência sobre processos criativos na próxima semana

05/set, 9h01 - Encontro reunirá pesquisadores da memória e da história da UFMG

05/set, 8h17 - Sessões do CineCentro em setembro têm musical, comédia e ficção científica

05/set, 8h10 - Concerto 'Jovens e apaixonados' reúne obras de Mozart nesta noite, no Conservatório

04/set, 11h40 - Adriana Bogliolo toma posse como vice-diretora da Ciência da Informação

04/set, 8h45 - Nova edição do Boletim é dedicada aos 90 anos da UFMG

04/set, 8h34 - Pesquisador francês aborda diagnóstico de pressão intracraniana por meio de teste audiológico em palestra na Medicina

04/set, 8h30 - Acesso à justiça e direito infantojuvenil reúnem especialistas na UFMG neste mês

04/set, 7h18 - No mês de seu aniversário, Rádio UFMG Educativa tem programação especial

04/set, 7h11 - UFMG seleciona candidatos para cursos semipresenciais em gestão pública

04/set, 7h04 - Ensino e inclusão de pessoas com deficiência no meio educacional serão discutidos em congresso

Classificar por categorias (30 textos mais recentes de cada):
Artigos
Calouradas
Conferência das Humanidades
Destaques
Domingo no Campus
Eleições Reitoria
Encontro da AULP
Entrevistas
Eschwege 50 anos
Estudante
Eventos
Festival de Inverno
Festival de Verão
Gripe Suína
Jornada Africana
Libras
Matrícula
Mostra das Profissões
Mostra das Profissões 2009
Mostra das Profissões e UFMG Jovem
Mostra Virtual das Profissões
Notas à Comunidade
Notícias
O dia no Campus
Participa UFMG
Pesquisa
Pesquisa e Inovação
Residência Artística Internacional
Reuni
Reunião da SBPC
Semana de Saúde Mental
Semana do Conhecimento
Semana do Servidor
Seminário de Diamantina
Sisu
Sisu e Vestibular
Sisu e Vestibular 2016
UFMG 85 Anos
UFMG 90 anos
UFMG, meu lugar
Vestibular
Volta às aulas

Arquivos mensais:
outubro de 2017 (1)
setembro de 2017 (33)
agosto de 2017 (206)
julho de 2017 (127)
junho de 2017 (171)
maio de 2017 (192)
abril de 2017 (133)
março de 2017 (205)
fevereiro de 2017 (142)
janeiro de 2017 (109)
dezembro de 2016 (108)
novembro de 2016 (141)
outubro de 2016 (229)
setembro de 2016 (219)
agosto de 2016 (188)
julho de 2016 (176)
junho de 2016 (213)
maio de 2016 (208)
abril de 2016 (177)
março de 2016 (236)
fevereiro de 2016 (138)
janeiro de 2016 (131)
dezembro de 2015 (148)
novembro de 2015 (214)
outubro de 2015 (256)
setembro de 2015 (195)
agosto de 2015 (209)
julho de 2015 (184)
junho de 2015 (225)
maio de 2015 (248)
abril de 2015 (215)
março de 2015 (224)
fevereiro de 2015 (170)

Expediente