Obra sobre crônicas de Carlos Heitor Cony em oposição ao golpe de 64 será lançada neste sábado

As 37 crônicas publicadas por Carlos Heitor Cony em 1964, no jornal Correio da Manhã, como ato de resistência ao golpe civil-militar tiveram suas estratégias narrativas analisadas em pesquisa de doutorado de Maurício Guilherme Silva Jr., concluída em 2012, na Faculdade de Letras da UFMG.

A tese virou livro. Maurício lança neste sábado, 29, em Belo Horizonte, Cronismo de resistência – Tensões narrativas entre jornalismo, história e literatura em crônicas de Carlos Heitor Cony contra o golpe militar de 1964 (Editora Prismas).

Segundo o autor, que analisou outras 450 crônicas para traçar o perfil profissional, intelectual e literário de Cony, o jornalista carioca falava do cotidiano e, ao mesmo tempo, denunciava as violências do regime recém-instaurado. Para o professor e pesquisador Maurício Silva Jr., o objetivo de Cony “seria a ampliação da capacidade (estética) da crônica em promover a resistência ao movimento autoritário”. As 37 crônicas de oposição ao golpe foram reunidas pelo jornalista, ainda em 64, no livro O ato e o fato.

Cronismo de resistência tem 337 páginas e preço de capa de R$ 54 (R$ 49, no lançamento). O evento deste sábado terá início às 11h30, na livraria Scriptum, que fica na rua Fernandes Tourinho, 99, Savassi.

Literatura e jornalismo científico
Maurício Guilherme Silva Jr. cursa pós-doutorado no Programa de Pós-graduação em Comunicação Social, com estudos sobre jornalismo científico, uma das áreas em que tem atuado profissionalmente. Graduado em jornalismo e mestre e doutor em Estudos Literários, sempre pela UFMG, Maurício é professor do Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH) e integra o Programa de Comunicação Científica e Tecnológica da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig), onde atua como pesquisador e editor da revista Minas Faz Ciência.

Participa também dos grupos de pesquisa Educomuni, do UniBH, Narrativas Midiáticas, da Universidade de Sorocaba, e SBPJor Narrativas, composto de pesquisadores de várias instituições. Trabalhou na UFMG como jornalista no Centro de Comunicação e como professor substituto, no Departamento de Comunicação Social. Além da relação entre jornalismo e literatura, Maurício Silva Jr. estuda questões relativas à literatura brasileira (poesia, prosa e crônica), ao jornalismo científico, ao jornalismo cultural e à interação de processos comunicativos e expressões artísticas, entre outros temas.

Leia mais sobre a pesquisa de doutorado de Maurício Guilherme Silva Jr. em matéria publicada no Boletim UFMG, em março de 2012.