Após passar por processo de conservação e digitalização do acervo, o jornal Binômio será doado simbolicamente à Biblioteca da UFMG, amanhã (9), em solenidade com início às 9h, no 4º andar da Biblioteca Central. Idealizado e fundado pelos então jovens jornalistas José Maria Rabelo – que estará presente à solenidade – e Euro Luiz Arantes, o Binômio nasceu em Belo Horizonte, no dia 17 de fevereiro de 1952. Em fevereiro de 2013, Rabelo doou o acervo para a Divisão de Coleções Especiais e Obras Raras da Biblioteca Universitária da UFMG. A publicação teve 801 edições que circularam de 1952 a 1964, na capital e em Juiz de Fora. O jornal foi um instrumento de denúncia e resistência aos governos da época. Binômio utilizava o humor e o sarcasmo para tratar, com a mesma seriedade dos veículos tradicionais de jornalismo, notícias do estado e denúncias sobre corrupção em órgãos públicos. As principais pautas eram os governos de JK e de Bias Fortes e os crimes impunes envolvendo figuras da alta sociedade. O jornal passou por três fases. Na primeira, de 1952 a 1956, durante o governo JK, mantinha o humor e a irreverência como marcas. A segunda fase já foi mais panfletária, de 1956 a 1960. Nessa época, em consequência das pressões do governo de Bias Fortes sobre a imprensa, a impressão do jornal passou a ser feita no Rio de Janeiro e, devido a essa mudança, “Binômio” se transformou no primeiro jornal de Minas impresso em cores. Na terceira e última fase, de 1960 a 1964, passou a utilizar mais a publicidade e se alinhou com as reformas de base (urbana, agrária, fiscal e da saúde). O jornal cobriu, nesse período, os governos de Jânio Quadros e João Goulart. A publicação deixou de circular com o golpe militar em 1964. (Com Divisão de Comunicação do Sistema de Bibliotecas da UFMG)