Se atualmente o Brasil luta para se destacar no quadro do desenvolvimento científico e tecnológico mundial, no século 19 o país era dominado por uma mentalidade avessa às ciências, na qual o trabalho manual era malvisto e não se formavam cientistas e pesquisadores. Contrariando o contexto da época, o imperador Dom Pedro II tinha um gosto peculiar pela cultura e pelas ciências, que manifestou investindo no desenvolvimento das instituições de produção do conhecimento no Brasil. Para analisar a contribuição de Dom Pedro II para o fomento das ciências no país, o Café Controverso de amanhã, 13, recebe o professor emérito do Departamento de Química, Carlos Alberto Lombardi Filgueiras. A edição sobre Ciência no Império terá início às 11h, na cafeteria do Espaço do Conhecimento. A entrada é gratuita. “Ao longo de seus 49 anos de reinado, Dom Pedro II concedeu 150 bolsas de estudos, uma coisa inédita na época. Foi iniciativa dele a primeira concessão para uma brasileira estudar medicina no exterior, episódio que forçou o parlamento do Império a mudar a legislação brasileira, que proibia mulheres de frequentarem cursos superiores”, afirma o professor. Além dos incentivos financeiros, Dom Pedro II também se envolvia pessoalmente com o universo da ciência, o que causava estranheza entre seus súditos e admiração dos estudiosos. “Numa sociedade ‘acientífica’ como era a brasileira, considerava-se estranho o imperador fazer experimentos em seu laboratório particular", diz o palestrante. Segundo o professor, o imperador também se correspondia com os maiores cientistas do mundo e conheceu muitos deles pessoalmente. "O mundo científico reconheceu Dom Pedro II e o elegeu para várias sociedades científicas prestigiosas, como a Royal Society, da Grã-Bretanha, e a Académie des Sciences, da França”, completa. O Espaço do Conhecimento fica no Circuito Cultural Praça da Liberdade, número 700. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (31) 3409-8350. (Com Assessoria de Comunicação do Espaço do Conhecimento)
De acordo com Carlos Alberto, durante todo seu reinado, Dom Pedro II investiu nas instituições científicas que, ao final do império português, eram sete universidades e alguns museus e laboratórios. Ele também usou recursos do governo para financiar estudos de pesquisadores brasileiros no exterior.