Hoje, o Festival de Verão apresenta uma programação que mistura diversão e conhecimento, ativismo e reflexão. Das 10h às 12h, no Conservatório, haverá duas palestras sobre grandes temas do momento. José Alberto Magno de Carvalho, professor emérito da UFMG, discutirá as consequências do envelhecimento da população brasileira na palestra O novo padrão demográfico brasileiro. Em A humanidade e a água, o professor Léo Heller, relator especial da ONU sobre água e saneamento, faz uma análise global da crise hídrica. O Conservatório UFMG fica na Avenida Afonso Pena, 1.534, no Centro. À noite, das 19h às 23h, quem passar pela Praça da Liberdade vai ter a oportunidade de conferir, na fachada digital do Espaço do Conhecimento, duas exposições fotográficas: O corpo é uma festa!, em que serão exibidas performances e imagens de obras de Ramanery e Thereza Portes (foto), e A língua do corpo, que reúne fotos sobre a comunicação corporal produzidas por surdos. O Espaço do Conhecimento UFMG fica na Praça da Liberdade, 700. As exposições permanecem até sexta-feira, 13, sempre das 19h às 23h. Lugar de percepção A ideia é que os participantes ora guiem os companheiros, ora sejam guiados por eles, de olhos vendados, pelo museu. Assim, poderão experimentar sensações e detalhes – nuances de voz, texturas, cheiros – que passariam despercebidos se a atenção estivesse voltada para a visão. A atividade se repete na quinta e na sexta, no mesmo horário, e não demanda matrícula prévia: as inscrições devem ser feitas antes do início do evento, na recepção do Espaço do Conhecimento. Lugar de diversão A iniciativa será ministrada pela dupla de palhaços Francis Severino e Fernando Oliveira, que explicam o objetivo da intervenção: fazer os participantes da oficina olharem para si, para os seus corpos, suas histórias, aptidões e desejos, e, com base nisso, poderem criar um palhaço – “extensões manipuladas de si mesmos”. “A partir desse reconhecimento, poderão surgir pequenas ‘células cênicas’, que iremos experimentar em vários contextos, o que pode ser um grande aprendizado e desmitificação”, diz Fernando. Durante a atividade, o universo do palhaço será apresentado ao público do entorno do Centro Cultural por meio de jogos, brincadeiras e intervenções. Lugar de reflexão “As performers sairão às ruas com essas próteses usadas no Carnaval, montadas como espécies de mulheres-animais. Elas fazem uma descrição zoológica para estabelecer uma crítica à imagem que se constrói do feminino”, comenta a coordenadora geral do Festival de Verão, Denise Araújo Pedron. A programação do dia será encerrada com o show O poder do ritmo, do multi-instrumentista Mamour Ba, que se apresenta com a banda Conexão African Beat. A marca do show é a mistura entre jazz e tambores, com improvisação. A apresentação será realizada às 19h30, no pátio do Centro Cultural UFMG. Toda a programação cultural do Festival de Verão é gratuita.
No Espaço do Conhecimento, às 15h30, haverá visita guiada com o tema Corpo e percepção sonora no espaço. Na atividade, os visitantes serão provocados a abdicar das informações visuais, para entrar em contato com o ambiente por meio dos demais sentidos.
Às 17h30, a oficina Aproximação-ação: palhaço realizará atividades nas proximidades do Centro Cultural UFMG, que fica na Avenida Santos Dumont, 174, próximo à Praça da Estação, buscando “o palhaço que existe dentro de cada um de nós”.
Às 18h30 será realizada a intervenção Classificação zoológica da mulher, em que duas artistas materializam, em performances nas imediações do Centro Cultural, certos estereótipos do feminino associados a animais, como a “mulher-vaca” ou a “mulher-cachorra”. A ação é realizada pelas pesquisadoras e performers Nina Caetano, da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), e Lissandra Guimarães, do grupo de pesquisa cênica Obscena, de Belo Horizonte.