A experiência de realizar o Festival de Verão da UFMG na semana anterior ao carnaval foi bem-sucedida. Mesmo antes de uma avaliação mais sistemática e detalhada do evento, já é possível afirmar que as oficinas reuniram perto do dobro de participantes, o trabalho de produção foi mais tranquilo e as diversas ações tiveram mais visibilidade que em anos anteriores. “O Festival alcançou êxito extraordinário, conseguimos interagir muito bem com a cidade no pré-carnaval. O evento foi belo, leve, lúdico e reflexivo”, comemora a diretora de Ação Cultural, professora Leda Martins. O evento teve 13 oficinas, com 239 participantes. Os eventos – palestras, performances, shows etc. – mobilizaram 850 pessoas, sem contar as exposições realizadas no Centro Cultural e no Espaço do Conhecimento, cujo público ainda não foi calculado. Leda Martins comenta que o evento acertou também ao investir na abordagem do corpo “não como objeto, mas como portal pelo qual passam vários tipos de afetos, intenções e intensidades”. Ela destaca ainda o equilíbrio, nas ações do Festival, entre a dimensão estética e a reflexão cidadã, representada por iniciativas como a oferta de atividades para pessoas com necessidades especiais. Novos espaços Denise acompanhou de perto algumas oficinas, de áreas diferentes. Na atividade que relacionou a matemática e o Homem Vitruviano, de Leonardo Da Vinci, ela reparou que pessoas de diversas formações e alunos do ensino médio se sentiram igualmente instigados pela análise da imagem feita pelo professor Michel Spira. “Na oficina que promoveu a construção a uma batalha de robôs, a felicidade dos participantes estava estampada nos rostos”, acrescenta a coordenadora. Professores como Lissandra Guimarães (Como se fabrica uma mulher) e Gabriel Carneiro (Esse museu é acessível) ressaltaram, em conversas com Denise, a possibilidade de troca de conhecimentos para a construção de um saber comum. “Como a abordagem é sempre de iniciação, juntam-se pessoas de diferentes interesses. Essa abordagem menos acadêmica, em um evento como o Festival de Verão, permite sair da sala de aula e transitar por outros caminhos. E a Universidade deve mesmo valorizar diferentes possibilidades”, diz Denise Pedron. Ela acrescenta que foram confirmadas as melhores expectativas em torno de atividades como a que reuniu personagens da Praça da Liberdade, cujas histórias foram bordadas numa grande toalha e em meio a uma reunião em pleno espaço público. Curador da área de Humanidades, Letras e Artes, o professor Marcos Antonio Alexandre impressionou-se com a resposta dos participantes. “Muitos nos procuraram para dar sugestões ou pedir que as atividades fossem repetidas em outras ocasiões. Procuramos oferecer oficinas bem diferentes entre si, e o resultado misturou produção de pratos e textos poéticos, intervenções no espaço urbano com participação de transeuntes e moradores de rua”, ele destaca. Marcos Alexandre lembra ainda a participação ativa do público das palestras e os eventos de abertura, que teve lotação esgotada, e encerramento, que levou pessoas da rua para dentro do Centro Cultural. “Universidade pulsa”
A maior diversificação do público na edição 2015, possibilitada, entre outros fatores, pela inclusão do campus Saúde, do Conservatório e do Espaço do Conhecimento UFMG no roteiro do festival, foi um aspecto que chamou a atenção da coordenadora do evento, professora Denise Pedron.
A impressão positiva dos resultados do evento, em todos os aspectos, tem como uma de suas consequências a intenção de manter a equipe de curadores e produtores para o próximo ano.
O tema para 2016 será definido em reuniões que serão realizadas em março, quando também será feita avaliação completa da edição recém-terminada. O certo, segundo a diretora de Ação Cultural, é que eventos como os festivais de Verão e de Inverno têm lugar de destaque para a atual gestão da Universidade. “Mesmo em tempos de crise, é preciso valorizar as artes e a cultura, que fazem pulsar a Universidade. Essas iniciativas aliam prazer e reflexão e são produtoras de conhecimento os mais diversos”, afirma Leda Martins.
Participantes do evento foram às ruas no entorno dos espaços da UFMG