Universidade Federal de Minas Gerais

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Flávio Gonçalves e Flávio Pimenta: capacitação de técnicos para uso racional da água

Pesquisadores do ICA e agricultores traçam estratégia para economizar água no semiárido mineiro

quarta-feira, 4 de março de 2015, às 5h53

Professores do Instituto de Ciências Agrárias (ICA), no campus Montes Claros, deram início à implantação de iniciativa piloto para redução do consumo de água e energia elétrica nos sistemas de irrigação de cerca de 100 hectares cultivados dos projetos Jaíba e Gorutuba, no Norte de Minas.

O trabalho, desenvolvido pelos pesquisadores Flávio Pimenta de Figueiredo e Flávio Gonçalves Oliveira, do Grupo de Estudos de Manejo e Irrigação no Semiárido (Gemisa), atende a uma demanda dos próprios agricultores, que acreditam desperdiçar de 20 a 30% de água em seus sistemas de irrigação.

O projeto do ICA está dividido em três etapas e abrange dez áreas, sendo cinco do Jaíba e cinco do Gorutuba. Quatro áreas são cultivadas por pequenos agricultores (com lotes de até cinco hectares), e as demais, por médios e grandes proprietários. Ao todo, serão cerca de 100 hectares avaliados, entre os cerca de 30 mil que formam a primeira etapa dos projetos Jaíba e Gorutuba.

Após diagnóstico dos sistemas hidráulico e elétrico utilizados para o bombeamento da irrigação de cada área, os pesquisadores partirão para a segunda etapa, que prevê a adoção do manejo de irrigação – que consiste na adequação do volume de água, considerando características de solo, planta e clima.

“Nessa fase, vamos propor a cada um dos agricultores a quantidade de água recomendada para o tipo de solo, clima e cultura de seu lote, com o objetivo de melhorar a produção agrícola com economia de água e energia elétrica. Em seguida, poderemos implantar a terceira etapa do projeto, baseada na capacitação dos produtores sobre avaliação e manejo de irrigação”, explica o professor Flávio Pimenta, um dos coordenadores do projeto.

O outro coordenador da iniciativa, professor Flávio Gonçalves, acrescenta que, paralelamente a essas etapas, haverá capacitação dos técnicos dos setores estatal e privado em relação ao uso racional de água e energia na agricultura irrigada.

Na avaliação de Pimenta, o nível atual do rio Gorutuba, que abastece a barragem Bico de Pedra e os sistemas de irrigação do projeto Gorutuba, não é suficiente para manutenção das áreas irrigadas até o fim deste ano.

Os professores do ICA preveem que o problema poderá se agravar caso não haja uma intervenção na redução da demanda, com o comprometimento da produção agrícola, que já sofre os efeitos da restrição hídrica. Nas regiões semiáridas, a agricultura só prospera graças à irrigação, que consome, em média, 60% da água doce disponível no planeta, alcançando, no Norte de Minas, 90% do recurso disponível. “O desperdício, causado pela falta de conhecimento sobre manejo da irrigação, é inadmissível no atual contexto”, critica o professor Flávio Gonçalves.

Outros fatores como sistemas de irrigação obsoletos, seja por aspersão, gotejamento ou convencional, com tubulações desgastadas, vazamentos e pressão abaixo do nível, segundo Pimenta, contribuem para o desperdício de água. Isso também gera um consumo de energia elétrica 20 a 30% superior ao necessário. “Com a aplicação do manejo, o pequeno agricultor poderá economizar cerca de R$ 500 por hectare por ano”, estima o professor.

Há cerca de dez anos, a Universidade desenvolve estudos do gênero, que, entretanto, não chamavam a atenção dos agricultores porque o volume de chuvas e o nível dos rios conseguiam atender à demanda hídrica. “Agora estamos diante de uma situação alarmante, com volume de chuvas reduzido e mal distribuído, acumulado há quase quatro anos”, analisa Flávio Pimenta.

Três mil lotes
Os projetos de irrigação Jaíba e Gorutuba são formados por três mil lotes, distribuídos entre pequenos, médios e grandes produtores. Os primeiros ocupam 70% da área, com dimensões de até cinco hectares cada.

Ao final das quatro etapas de implantação, os dois empreendimentos totalizarão 70 mil hectares irrigados. Segundo dados da Codevasf, mais da metade da área plantada do perímetro é destinada à fruticultura, complementada por culturas de subsistência, sementes e cana-de-açúcar, esta cultivada pelo grupo privado Sada.

Só no Jaíba as atividades geraram, em 2013, nove mil empregos diretos e 13,5 mil indiretos. A produção nesse ano alcançou 145 mil toneladas de alimentos, com destaque para as culturas de limão e banana, responsáveis por 42% da área total do perímetro. O projeto teve início na década de 1950, e o assentamento das primeiras famílias dos agricultores se deu no final dos anos 1980. O Gorutuba iniciou suas operações em 1978, com a implantação da barragem Bico da Pedra. Em 2013, sua produção agrícola foi de 56 mil toneladas.

Os empreendimentos são gerenciados pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf), Fundação Rural Mineira de Colonização e Desenvolvimento Agrário (Ruralminas), em parceria com os distritos de Irrigação do Gorutuba (DIG), de Irrigação do Jaíba (DIJ) e Aba Norte.

(Teresa Sanches/Boletim 1892)

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